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terça-feira, 3 de setembro de 2013

U S A


NEW YORK
14 a 19 Junho 2009

Vindos de Boston, fizemos 341km para entrar na cidade, com um movimento infernal. O GPS ajudou-nos bastante.

Bem no centro, na Midtown, reservámos hotel, no "Rockefeller Center Hotel".
Depois de tanto tempo de carro, o passeio a pé, de reconhecimento: Praça Rockefeller Center, 
5ª Avenida, Broadway e Times Square, 
onde ficámos rodeados de luz, barulho e pessoas.
Jantámos mal. A cidade, para além da Broadway e da Times Square, é mal iluminada e mal cheirosa. Foi a primeira impressão, talvez provocada pelo cansaço.
O dia seguinte amanheceu cinzento mas, enquanto tomávamos o pequeno-almoço, a alguns metros do hotel, melhorou um pouco.
O edifício Rockefeller
em frente, é um projecto Art-Déco, obra de uma equipa de arquitectos chefiada por Raymond Hood, concluído em 1933. Na fachada, átrios e jardins, espalham-se trabalhos de vários artistas.


Por 74 dólares/casal, subimos ao top of the rocks
o deck de observação do edifício de 259m com 70 andares, para admirar a cidade e identificar os edifícios que são ícones, transportando-nos para a história e arquitectura de New York.
A noroeste, o rio Hudson 
(nome que vem do seu explorador, Henry Hudson, em 1609), a Broadway. A norte, o Central Park
o American Museum of Natural History. O Sony Building BloombergTower a nordeste. A St. Patricks Cathedral, a ONU, Queens, a este o Crysler Building 

e Brooklyn do lado de lá do rio, a sudeste. O Empire State Building 

e Greenwich Village ficam a sul. São 360º de panorâmica. A neblina não ajudou... mas o sol começou a aparecer já no fim da visita.
Comprámos bilhetes de 72h para o Hop on/Hop off. Subimos em Times Square e continuámos pela Broadway, Theater District, Macy's, Madison Square Garden, Empire State Building. 
Depois, Flatiron Building, 

Greenwich Village, 

Soho, Chinatown, Little Italy, Whitehall Street. E descemos em South Seaport

onde almoçámos, numa agradável esplanada, virados para o rio Hudson e Brooklyn.

A Times Square tem um aspecto completamente diferente de dia. Perde a magia. Desde os anos 20 do século passado que os neons 
dos letreiros dos teatros se misturaram com a publicidade em grandes ecrans
dando um aspecto feérico à praça. Já este ano, fecharam parte das vias de rodagem, espalharam mesas e cadeiras de modo aleatório e as pessoas sentam-se e conversam. 
Uma escadaria-que-leva-a-lado-nenhum 
está plantada no meio, com os degraus bem iluminados, onde há gente sentada ou de pé, observando a "feira" colorida e barulhenta. Mas de dia, é menos interessante.
O Empire State Building
na 5ª Avenida, é o edifício mais alto de Nova Iorque. Inaugurado em 1931 para escritórios, a procura de locatários, na altura, não foi a esperada, tendo sido alcunhado de Empty State Building. Também tem um observatório no 102º andar, com entrada pela 5ª Avenida. Em 1933 entrou nas filmagens de "King Kong" onde, do cimo da sua torre, o rei dos gorilas lutou contra os aviões, o que lhe deu fama mundial.
No triângulo formado pela 5ª Avenida, Broadway e a 23ª Street, fica o Flatiron Building
um dos primeiros arranha-céus da cidade, obra do arquitecto David Burnham, de 1902, cujo formato, semelhante a um ferro-de-engomar, lhe deu o nome.
Na Downtown, a Greenwich Village 
a que os novaiorquinos chamam simplesmente Village, foi a área de refúgio durante a febre amarela de 1822. Hoje, é local de artistas, escritórios famosos e gays, com casas bonitas e arquitectura por vezes bem floreada. Dustin Hoffman e Eugene O'Neil escolheram morar aqui.
Também na Downtown, o Soho (South of Houston) 

e Tribeca(Triangle Below Canal), são dois antigos bairros industriais preservados nos anos sessenta do séc.XX, mantendo uma arquitectura de ferro fundido.
South Street Seaport
onde voltámos , era o centro das actividades do porto de Nova Iorque, no séc.XIX. Depois, entrou em decadência até ser renovado com lojas, cafés e concorridas e simpáticas esplanadas. O Pier 17 
tem três andares e, no topo, uma bela vista para a ponte de Brooklyn 

e navios históricos. 

A maior comunidade estrangeira em NY, é na Chinatown, que cresce tão rapidamente que já ocupa espaços da vizinha Little Italy e do bairro judeu de Lower East Side. As ruas estão cheias de bancas de verduras, lojas de produtos-cópia de marcas, de centenas de restaurantes. Pouco interessante.
A tarde acabou em dilúvio. Com um autocarro só para nós, com o guia a pretender aprender palavras em português, fizemos a viagem de regresso ao hotel.
Mas ainda saímos, depois de uma refeição ligeira, para fazer o Hop on-Hop off da noite e arriscar uma grande molha e ventos ciclónicos, para fazer a travessia para Brooklyn e fazer as fotos nocturnas de NY, que não conseguimos devido à intempérie!

A maioria dos hotéis em NY não inclui o pequeno-almoço. Como ontem, percorremos alguns metros para o tomar no "Europa Café". As ementas "breakfast" estão em fotografias nos placards atrás dos empregados com cara de poucos amigos porque não nos decidimos e as pessoas começam a acumular-se atrás de nós (coisas de turistas... e os empregados devem receber à cabeça...). Muito ovo frito e queijo em cima de begels ou outros pães que nem nos passa pela cabeça!...
Embora o tempo esteja frio e chuvoso, as melhores vistas são nos autocarros descobertos, 
bem perto dos semáforos (atenção, ninguém se deve levantar com o carro em andamento, porque se fica sujeito a um traumatismo craneano!...)
Em mais um circuito do Hop on-Hop off, fomos até à Columbus Circle
uma grande rotunda perto do Central Park, a segunda praça mais visitada de NY, depois da Times Square e marca o Upper West Side, da 59ª à 110ª Street. Homenageia Cristóvão Colombo, com um enorme globo terrestre e  a estátua do navegador. 
O Lincoln Center 
foi criado pela necessidade de recuperação de uma vasta área no lado oeste de Manhattan e a falta de uma sede adequada para a Metropolitan Opera House e a Filarmónica de Nova Iorque.
No nº 55 de Central Park West 
fica o prédio de apartamentos Art-Deco que foi cenário para o filme "Caça Fantasmas".
Nesta zona, moraram e moram muitos actores. Belos edifícios virados para o Central Park, com toda a privacidade. No Dakota Building
bloco de apartamentos projectado por Henry J. Hardenbergh, primeiro prédio residencial de luxo da cidade, encomendado pelo herdeiro das fábricas de máquinas de costura Singer, onde ainda vive a viúva de John Lennon. Foi à porta dele que o Beatle foi assassinado. 

Tem 65 apartamentos e muitos proprietários famosos. Passámos em frente do American Museum of Natural History, 
um dos maiores no Mundo no tema, inaugurado em 1877. 
No Harlem, a Cathedral of St. John the Divine

com uma fachada gótica, uma rosácea simbolizando as muitas facetas da Igreja Cristã
e portais adornados com muitos e belos relevos de pedra, a oeste.
A Riverside Church é uma estrutura em aço com 21 andares e exterior gótico inspirado, inspirado na Catedral de Chartres. O Apollo Theatre

aberto em 1913 que era o teatro mais frequentado pelas bandas de swing e, depois da II Guerra Mundial, foi palco para nomes como Dizzie Gillespie e Charles "Bird" Parker.
Apeámo-nos na Museum Mile, perto do Solomon R. Guggenheim Museum
edifício projectado por Frank Lloyd Wright, edificado em 1959, com uma fachada em forma de concha 

e uma rampa interior em espiral que parte da cúpula.

A pé, continuando na 5ª Avenida, entrámos no Metropolitan Museum of Art

fundado em 1870, com colecções de todos os Continentes, sendo um dos maiores e mais importantes museus do Mundo. Arte Egípcia, Grega, Romana e Assírio-Babilónica. A pintura é sempre a área que mais interesse nos desperta sempre. Lá estão os "Ciprestes" que Van Gogh pintou pouco antes de morrer, 

vários Picasso, 

muitos Monet e Cézanne. Tudo pode ser fotografado e vingámo-nos de Pittsburgh nos quadros de Andy Warohl.

E Eduard Hopper. 

Encantadora e delicada a escultura de uma bailarina de Degas! 

No roof , uma escultura em aço inox de Roxy Paine, "Maelstram", 

como vários ramos de uma árvore, espalham-se por todo o terraço, com a cidade como fundo.
Almoçámos dentro, no "American Wing Cafe", continuando depois a visita até à saída.
Aguardámos o Hop-on Hop-off, descendo junto do Plaza Hotel
com fachada estilo Renascença francês, projectado pelo mesmo arquitecto do Dakota Building, considerado o melhor hotel do Mundo! Já foi propriedade de Donald Trump.
E continuámos na 5ª Avenida até ao hotel.

O jantar, num charmoso restaurante italiano, "Maria Pia", foi delicioso. Finalmente, acertámos.
No 4º dia de NY, repetimos a volta do Hop-on Hop-off, mas saímos no City Hall Park, sede do Governo Municipal desde 1812 e que há 250 anos era o local de punições da cidade. 
O City Hall 

é um edifício com toques renascentistas franceses, um dos melhores exemplos da arquitectura americana do séc.XIX projectado por John McComb Jr.
Pela sua volumetria, chamou-nos a atenção o Woolworth Building
de 241m de altura, com 57 andares, um dos arranha-céus mais altos do Mundo, neogótico, de Cass Gilbert.
Passeámos na Ponte de Brooklyn
concluída em 1883 como a maior ponte suspensa do Mundo e a primeira em aço. Ligava Manhattan a Brooklyn. Está aberta apenas a pedestres e bicicletas e de cima dela fazem-se boas fotos de Manhattan.

A igreja mais antiga de Manhattan, é a St. Paul's Chapel (1766) 
com interior iluminado por candelabros Waterford. 
Situada perto das Torres Gémeas, sobreviveu ao ataque terrorista de 11 de Setembro de 2001.

O World Trade Center está em reconstrução. 

No local onde estavam as torres gémeas, já se ergue um edifício que faz parte do projecto reproduzido nos tapumes. Ao fundo, parte da cúpula de vidro do Winter Garden.

A Trinity Church

no final da Wall Street, tem uma torre de 80m e é de estilo Gótico.
Descemos a Wall Street, fotografando o Federal Hall National Memorial

erguido entre 1834 e 1842, onde George Washington fez o juramento de posse como primeiro presidente dos USA, casa do Primeiro Congresso, Supremo Tribunal Federal e escritórios do Poder Executivo. Actualmente abriga a Alfândega.
A Bolsa de Valores (NY Stock Exchange), 
fundada em 1817, continua a ser o centro nevrálgico das finanças mundiais.
O Touro de bronze, Charging Bull 
é uma escultura de Arturo Di Modica, próximo de Wall Street, com 3,4X4,9m e é o símbolo do optimismo financeiro agressivo e prosperidade, em posição de carregar. É uma escultura com muita força com movimento e agressividade, onde todos querem tocar porque traz prosperidade.
O Battery Park 

fica perto, com o Castle Clinton National Monument, inaugurado no séc.XIX num aterro sanitário. Foi construído para evitar uma invasão britânica em 1812 e serviu, ao longo dos anos, para triagem de imigrantes da cidade de NY.
Aproveitando as 72h do bilhete do Hop-on Hop-off, subimos no Battery Park e descemos junto do Astória, a caminho da Grand Central Terminal, fotografando muito o Crysler Building 
com a sua torre  Art-deco de aço inoxidável lembrando a grade de um radiador. As gárgulas são inspiradas na figura do capot do "Crysler Plymouth" de 1929. O prédio tem 320m e 77 andares e é obra do arquitecto William Van Alen.
A Grand Central Terminal 
é de 1871 e é obra de Cornelius Vanderbilt. É um prédio de estrutura em aço coberta de estuque e mármore. A sua fachada dá para a 42ª Street e as estátuas de Mercúrio, Hércules e Minerva, de Jules-Alexis Coutan, que a decoram, rodeiam um belo relógio. O salão principal é uma vasta área de tecto abobado com três janelas em arco de cada lado, onde circulam centenas de pessoas. O Vanderbilt Hall 
tem belos candelabros dourados e mármore rosa. A escadaria de mármore é um local para apreciar o vai-vém das pessoas.
A sede da ONU foi escolhida para NY quando John D. Rockefeller Jr doou 8,5 milhões de dólares para a compra do terreno, junto ao rio East. Tinha acabado de encerrar quando chegámos. Deu para fotografar a escultura do artista sueco Karl Frederik Reuters Ward,

doada pelo Luxemburgo e que é o símbolo da não-violência.
O jantar foi, de novo, no "Maria Pia" e muito bom. O serviço é impecável, mas a justificação é espelho do sistema de emprego nos restaurantes: os empregados não têm ordenado e vivem das gorjetas dos clientes. O patrão só exige qualidade e pode dar-se ao luxo de ter um empregado por mesa (...). Tudo isto estaria bem se o cliente que não gostasse da comida pudesse sair sem pagar!...
No dia seguinte, a chuva a rodos empurrou-nos para o MOMA, mas a fila dava volta ao quarteirão, debaixo da chuva. Perdemos o dia nas compras e, no regresso, a Joana e o Ricardo tinham o quarto inundado e tiveram que mudar.
No último dia, sim, a visita ao 
Museum of Modern Art, MOMA

Magnífico. Picasso, Frida Kahlo, 
Rivera, 

Dali, Edward Hopper, 
Juan Gris, 

Francis Bacon, Miró. E muita escultura!
E hoje, finalmente, conseguimos fotografar a 
St. Patrick's Cathedral
por onde passámos todos os dias. Construída em 1850, segundo o projecto de James Renwick por encomenda do arcebispo católico John Hughes, bem contestada porque, na altura, o local era longe dos limites da cidade! Agora, com a frente para a 5ª Avenida, é a maior catedral dos USA, em estilo Neogótico, com belíssimas torres que só foram acrescentadas entre 1885 e 1888.
Amanhã, de carro até Filadélfia a 173km e... Lisboa, Portugal.

Até à próxima, USA!

*****


9 comentários:

São Rosas disse...

Finalmente um sítio onde também já fui!
Vocês não ficaram com torcicolos, de tanto arranha-céus?
Quanto ao «Charging Bull» em Wall Street, é verdade que "todos querem tocar porque traz prosperidade". Mas o vosso pudor não permite que expliquem qual é a parte do touro mais tocada e que, por isso, está mais brilhante. "People form lines just to,..., well, grab its balls."

Alfredo Moreirinhas disse...

Tens toda a razão querida Sãozita!... Eu também lhe passei a mão mas não por essas partes...
Em Shangai também têm um idêntico e também os tem bem lustrosos que os chineses ainda são mais supersticiosos!...
Podes dar uma mirada:
http://alfredo-moreirinhas.blogspot.pt/search/label/China%20-%20Shangai

Obrigado pela visita, pela atenção com que nos lês e pelos comentários.

São Rosas disse...

Dais-me estas pérolas e ainda agradeceis?
É um tema muito interessante, esse dos esfreganços a estátuas:
http://www.roadsideamerica.com/story/16084
Um dos mais conhecidos é o túmulo de Victor Noir, no cemitério Père lachaise, em Paris:
http://www.slate.fr/sites/default/files/users/user6/victor_noir.jpg

Luís Cabral disse...

Gostámos muito, como sempre.
Aquele abraço.

Luís e Fátinha

Nazaré Baptista disse...

Bem hajas, Primo. Sempre a mimar os amigos...
Um beijinho para os dois.

José Manuel Saraiva disse...

Grande Alfredo e meu querido amigo,
obrigado por nos proporcionares esta viagem fantástica! As fotos (como sempre) estão fantásticas e os textos são elucidativos.

Temos a certeza de que um dia, mais cedo do que tarde, tu e a Daisy irão fazer mais um álbum de alta qualidade com paisagens do Grão-Ducado e arredores. Motivos não vos faltarão. Apoio à produção também não... :)
Até breve.
Beijos e abraços nossos dos Vossos,

ZM e F.

cota13 disse...

Obrigado pelo passeio.
Tonito.

Titá disse...

Deu-me imenso prazer revisitar NY. Houve uma ou outra coisa que não tive tempo de ver na altura, mas agora com vocês como cicerones foi uma delícia.
Beijinhos aos dois

olinda Rafael disse...

Claro que gostei de fazer este passeio convosco mas não me fascinou Nova Yorque mas de longa data não sinto interesse pela cidade...
Birra,não sei!
Mas sempre fiquei a conhecer mais uma cidade de um dos países que "mandam" em nós.
Este vosso entusiasmo por viajar é surpreendente e um hobby bem agradável.
Beijos,menina e menino.