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segunda-feira, 15 de julho de 2013

U S A



PHILADELPHIA - LANCASTER - WASHINGTON - PITTSBURGH

30 Maio a 2 Junho
19 Junho e 20 Junho


Fizemos Lisboa-Philadelphia em menos de 8 horas, numa viagem sem problemas.

Foi muito fácil entrar nos USA. Os funcionários fazem muitas perguntas, do estilo: "Que vem fazer aos USA?"; "Quantos dias fica?"; "Tem amigos ou conhecidos nos USA?"... Sempre muito simpáticos e educados.
Está calor e a humidade é alta. A Avis tem um autocarro que nos levou do aeroporto até ao local do rent-a-car. Só no sotaque do motorista do autocarro, doce e arrastado, me apercebi que tinha chegado à América!
Temos um carrão à americana, um Chevy, como lhe chamou a empregada, obesa, mulata e também com o doce sotaque arrastado.
Em King of Prussia, a 30km, fica o hotel reservado para a primeira noite, um Best Western tipo motel com quartos gigantescos. Comprámos o GPS indispensável a que demos o nome de "Maryland" e, sem dar confiança ao jetlag, ala para o centro histórico.
Visitámos PHILADELPHIA 
no início e no fim da nossa viagem aos USA e Canadá.
Foi aqui que nasceu a Nação, onde foi assinada a Constituição. A pé, fizemos o circuito The Constitucional, começando no Independence Visitor Center, onde deixámos o carro, no parque subterrâneo.

A cidade foi fundada por William Penn em 1682, para capital da Pensilvânia. Foi ele que idealizou Centre Square como a City's Civic Hub. Só em 1901, com a construção do City Hall
o majestoso coração de Philadelphia ficou completo. O City Hall 
tornou-se o maior complexo arquitectónico.

A Casa do Presidente Thomas Jefferson 
está sinalizada e foi lá que ele assinou a Declaração da Independência.
O Liberty Bell (Sino da Liberdade) é o símbolo da independência americana. 
Anteriormente colocado no campanário da Pensylvania State House e, segundo a história que se tornou lenda, foi colocado por um velho sineiro a 4 de Julho de 1776.
O património histórico é enriquecido com o Independence Hall
o segundo Banco dos USA, edifício  com colunas romanas e com a Betsy Ross House
bem enfeitada de bandeiras, homenageando a mulher que fez a primeira bandeira americana. A Elfreth'a Alley 
é uma ruazinha muito estreita com 33 belas casas coloniais coladinhas umas às outras, onde existe a casa mais antiga de Filadéfia (1703), a vermelha e branca. A rua era habitada por artesãos e deve o seu nome a Jeremiah Elfreth, que trabalhava em ferro.
A caminho do City Hall, passamos no "Love Garden"  (Filadélfia  é a cidade do "Amor fraternal"), onde uma reprodução da escultura "Love" de Robert Indiana 
está enquadrada por uma fonte  com um jacto monumental e com muitos adolescentes com skates.
O Templo Maçónico de Filadélfia, 
consagrado em 1873, é um edifício soberbo, adornado com alguns dos artefactos da Maçonaria. Os  maçons tiveram influência na independência dos USA e nos movimentos abolicionistas.
Entre este e o City Hall, uma escultura comemorativa dos 200 anos da Independência (1776/1976).

O City Hall
é um conjunto arquitectónico monumental, 
de granito, mármore e calcário. Foi o edifício mais alto da Pensilvânia (167m) até 1932 e o maior edifício municipal nos USA, com 700 divisões. A sua construção iniciou-se em 1871, com um projecto do arquitecto escocês John McArthur Jr. No topo, a estátua do fundador da cidade, William Penn, com cerca de 11,300m, de bronze, do escultor Alexander Milne Calder. 
É a estátua colocada em maior altura em qualquer edifício do Mundo. A Torre do Relógio tem um relógio de 8m de diâmetro, visível nos quatro lados da porção de metal da torre e é maior do que o Big Ben de Londres.
Atravessámos o City Hall, fotografando algumas das muitas estátuas também de Alexander Milne Calder, 
desembocando no pátio interior 

com a rosa-dos-ventos.

O movimento começava a aumentar. A temperatura convidava e o povo saiu à rua. Restaurantes e esplanadas repletos, com gente muito elegante. Passeámos pela Walnut Street 
e ainda tivemos que esperar por uma mesa no "Pietro's", 

onde nos serviram uma dose familiar de scalopinos muito bem confeccionada e que chegou para os quatro e por um óptimo preço/qualidade.

A University of Pensylvania é uma autêntica cidade dentro da cidade, fundada por Benjamin Franklin em 1740. Uma das curiosidades, é que existem organizações de estudantes que vivem em comunidade (um pouco como as "repúblicas" de Coimbra) a que dão nomes de letras gregas, como Alpha Chi Omega, Delta Ky,...

A nossa paixão por murais, 
levou-nos a fotografar, quase todos em parques de estacionamento 
ou em zonas de casas degradadas, especialmente em bairros negros. 





É o outro lado da elegante Filadélfia que ontem vimos.
Uma das coisas chocantes nos Usa é o atentado à Natureza através do chamado "usa-e-deita-fora" que são os copos, pratos e talheres de plástico descartável.

A 83km de Philadelphia, fica a simpática cidadezinha de LANCASTER,
com bonitas e coloridas casinhas coloniais. Perto encontramos o Amish Countryside
essa estranha comunidade rural que vive sem acesso à electricidade e outros luxos modernos. É um grupo que, no início do séc.XVIII emigrou para aqui, mantendo um dialecto suiço-alemão. São descendentes de um cisma da igreja católica que começou na Suiça. Valorizando a vida rural, o trabalho manual e a humildade, procuram manter-se fora do mundo não-Amish.
A paisagem é bastante bucólica, 
de colinas verdes, quintas de aspecto acolhedor com os seus habitantes vestidos como se estivéssemos no séc.XVIII, caminhando a pé pela berma das estradas ou deslocando-se em típicas carroças puxadas por cavalos.
Querendo ficar alojado numa das quintas, é só procurar na net e reservar, o que prova que já não estão tão afastados da civilização.

Nos arredores de Lancaster, as quintas são grandes e de celeiros típicos.

A caminho de Washington, as paisagens rurais são muito bonitas, com profusão de verdes.

Se não fosse o GPS, teríamos grande dificuldade em entrar em WASHINGTON.O trânsito é muito complicado, mas conseguimos chegar a Georgetown.

O hotel que alugámos, o "Latham Hotel" 
conseguiu enganar-nos quando diz que os quartos têm janelas interiores. A verdade, é que não têm janelas, o que é imperdoável num hotel que se diz "boutique-hotel" e situado numa zona privilegiada de Washington. Foi o pior hotel que encontrámos em todas as nossas viagens, por todo o mundo.
O bairro é muito bonito, com mansões vitorianas. Personalidades como Jacqueline Kennedy e Franklin Roosevelt tiveram as suas residências na Rua M, a avenida principal.
Na Livraria Barnes and Noble, saboreámos um café e folheámos vários livros.

Washington tem pouco mais de dois séculos de história que se revive entre a Casa Branca e o Capitólio e nos seus Memoriais, Monumentos e Museus.
A descoberta começou no dia seguinte, depois do pequeno-almoço no "Starbucks", pois o hotel não o tem incluído, como a maioria dos hotéis americanos.
Estacionámos junto do Memorial a Georges Mason,
autor da primeira declaração dos Direitos Humanos.
Depois, o Memorial a Thomas Jefferson
3º Presidente dos USA que assinou a 1ª Constituição do país.

O memorial inspirou-se no Panteão de Roma, 

Neoclássico, dedicado aos 200 anos do nascimento de Jefferson. Construído entre 1939 e 1943, a grande estátua em bronze só lhe foi adicionada em 1947.

Concebido por John Russel Pope em mármore branco e rosa, na margem do rio Potomac, 

da sua escadaria , do lado de lá da lagoa Tidal Basin, vê-se o Obelisco, que é o Memorial a Georges Washington, rasgando o céu , com 170m de altura. 

Na mesma linha, a Casa Branca.
O Memorial aos Veteranos do Vietname 
é um local impressionante onde estão escritos os mais de 58 000 nomes dos mortos americanos no Vietname, no granito negro. Há pessoas que procuram nomes de familiares e são auxiliadas por um veterano.
A pé, chegámos ao Memorial a Abraham Lincoln 
onde, imponente, sentado num trono de mármore, está a estátua do 16º presidente dos USA, 
que preservou a União do País e aboliu a escravatura, tragicamente assassinado seis dias após a rendição dos Confederados, a 15 de Abril de 1865.
Foi aqui que Martin Luther King, em 1963, fez o seu célebre discurso que começa por "I have a dream...".

A visita ao Capitólio tem que ser reservada. Estacionámos no parque da Union Station, fizémos a marcação para as 15.10h e voltámos à 
Union Station 
para almoçar num dos muitos restaurantes, com muita gente a servir-se em caixas de plástico, para levar para casa ou para comer na rua ou nos muitos comboios que daqui partem.
Da Union Station ao Capitólio
são cerca de de 15 minutos a pé, em passo de passeio.
Começámos com um pequeno filme, muito bem feito, sobre a história dos USA, em que se sublinha as dificuldades por que passou o Povo Americano e o esforço que foi necessário para construir uma Nação como esta!
O atractivo principal do edifício, é a sua magnífica cúpula 
em que a pintura central representa a "Apoteose de Washington", um fresco que pretende assinalar a sua "subida aos céus". Magnífica.
Várias telas representando fases da História do país, uma delas com o baptismo da índia Pocahontas.

A sala das estátuas e a das colunas também fazem parte da visita guiada.
Mas, depois de libertados da guia, atravessámos o Congress Tunnel 
 
até à Library of Congress
onde estão mais de 142 milhões de items, entre livros, material printado, fotografias, mapas, discos e manuscritos, entre eles uma muito bem preservada edição da Bíblia de Guttenberg.  O interior do edifício é belíssimo,
mas fomos obrigados a sair, por causa da hora.
De novo no Chevy, rumámos à Casa Branca pela Avenida da Pensilvânia, conhecida como "a rua principal da América" porque une o Capitólio à Casa Branca.

É muito difícil conduzir em Washington. Fomo-nos perdendo, apesar da ajuda do GPS, e quando chegámos à Casa Branca
os tours já tinham terminado. Um carro da polícia e um polícia estavam bem em frente ao gradeamento. Identificam-se os estilos Palladio e Neoclássico, na obra do arquitecto James Hoban, construída entre 1792 e 1800, sofrendo alterações ao longo dos anos até 1900.
A partir das 18.30h, a polícia enxotou toda a gente, ameaçando os que tentavam prevaricar, mantendo isolada toda a área à volta do gradeamento.
Jantámos em Georgetown, no "Paolo's": a comida italiana é o que nos salva!
De manhã, já de malas aviadas, parámos na Washington National Cathedral
em estilo Gótico Inglês, dedicada a 
São Pedro e São Paulo, 
 

iniciada em 1907 e que levou 83 anos a ser construída, à custa de doações. Parece uma catedral medieval nas suas torres, pináculos, arcos ogivais e vitrais. As belíssimas portas de bronze 

apresentam esculturas da vida de Cristo, encimadas pela " ExNihilo" 
de Frederick Hart representando a criação do Homem a partir do Caos.
Dentro, uma magnífica nave central,  os belos 
  vitrais dos quais sobressai a Rosácea da janela sul 

(a "Igreja Triunfante" de Joseph G. Reynolds) e uma interessante capela das crianças.


No alto de uma colina, com vista para o rio Potomac e Georgetown, fica a Georgetown University
uma das Universidades mais progressistas do país.
Nesta zona existe uma profusão de casas de madeira coloridas, residências dos estudantes, 
e belas casas Tudor, onde moram os professores.

Em Arlington, está o Iwo Jima Memorial 
que retrata a invasão da pequena ilha do Pacífico, Iwo Jima, controlada pelos japoneses, por 70 000 marines, na II Guerra Mundial, em 1945. Foi  esculpida em bronze por Felix de Weldon a partir da fotografia de Joe Rosenthal com a qual recebeu um prémio Pulitzer. Quatro fuzileiros levantam a bandeira americana no cume do monte Suribachi.
O Pentágono fica no caminho do Cemitério de Arlington
Neste, 350 000 campas brancas, num imenso relvado verde de 252 hectares. Vietname, Coreia e outras guerras têm aqui os mártires americanos. Fizemos um pequeno percurso a pé e visitámos o túmulo de JF Kennedy e Jacqueline, 
onde uma chama crepita permanentemente.

No Potomac Mills outlet, almoçámos e fizemos compras fantásticas!
Calor insuportável e grande humidade acompanharam-nos até BEDFORD a 233km, onde fomos recebidos com uma grande tempestade.
Recolhemo-nos na "Quality Inn Bedford". 
O quarto é virado para a piscina onde a água cai furiosa e raios e trovões compõem o cenário. Conseguimos uma "aberta" para ir ao "The Arena" 
onde, com 10% de desconto (por estarmos alojados no "Quality Inn"), comemos um buffet muito variado desde queijos, camarões, saladas várias, pasta, sopa e muitas sobremesas, entre as quais a "ambrosia" (claras cozidas com pedaços de laranja e ananás). A old lady, muito formal, meteu conversa e confessou a sua preocupação com a Coreia do Norte e manifestou antipatia por Obama...
Em Bedford, não há nada de interessante, além da famosa casa de Franck Lloyd Wright, a "Fallingwater House", mas que está encerrada às quartas-feiras... e amanhã é quarta-feira!
O pequeno-almoço no "The Arena" estava incluído no jantar de ontem (ou no quarto da "Quality Inn"?).

Hoje, o esticão até Pittsburgh será de 172km e, depois, 599km até South Bend, onde iremos dormir , no  "Ivy Court Inn and Suites".
Em PITTSBURGH
a segunda cidade mais populosa da Pensilvânia, queríamos visitar o Museu de Andy Warhol, o rei da Pop-Art que aqui nasceu a 6 de Agosto de 1928. A cidade é bela, com muitas pontes e robustos edifícios de pedra.

O Andy Warohl Museum, fica na Sandusky St,
na downtown, num interessante edifício de pedra que, na origem, era um grande armazém industrial. É o maior museu dos USA dedicado a um único artista. Por 15 dólares fica-se a saber muito do Artista, 
nomeadamente que sofria da doença neurológica Coreia de Sydenham que se caracteriza por movimentos bruscos involuntários, e ver algumas obras ou suas reproduções. É proibido fotografar, o que é bastante estranho já que, mais tarde, tivemos oportunidade de fotografá-las em muitos museus deste país!...

Com chuva, fizemos quase 600km, parando duas vezes, para comer e evitar a sonolência.
No Estado de Indiana, o sol conseguiu romper e os celeiros brilhavam na paisagem,
enquanto no rádio do carro ouvíamos música dos anos sessenta e setenta.

CHICAGO espera-nos.


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