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quinta-feira, 27 de junho de 2013

CANADÁ


MONTREAL, QUEBEC

10 a 13 Junho 2009


   Às onze da manhã, arrancámos de Otawa para MONTREAL, a 200km. É a segunda maior cidade do Canadá (depois de Toronto). Na convergência dos rios São Lourenço e Otawa, foi fundada no séc.XVII. Aqui, 70% dos seus cerca de 3 milhões de residentes são de origem francesa e, por isso, a língua predominante é o francês, embora toda a gente perceba o inglês.

Na Rue de la Montagne, perto da Rue de Sainte-Catherine, a principal rua de comércio, ficámos no "Novotel".
Depois de instalados, saímos de carro até ao Park du Mont-Royal, um grande parque arborizado desenhado por Frederick Law Olmsted, o mesmo do Central Park de NY. Está apenas a 234m de altitude, mas os habitantes de Montreal Chamam-lhe "La Montagne". Olmsted procurou manter um aspecto natural e construiu miradouros ligados por caminhos, com vistas para a cidade. O maior, um vasto terraço
em frente ao chalet du Mont-Royal
foi o nosso escolhido para fotografar a cidade.

Descemos e estacionámos junto à Basilique de Notre-Dame de Montréal
no centro da Place d'Armes, o maior templo católico da cidade.
Deambulámos depois até à zona do Vieux-Port


passando pela Vieux Montréal, por ruas com edifícios do séc.XVIII, restaurados e convertidos em restaurantes, bares e lojas.

Localizámos dois restaurantes portugueses ("Solmar" e "Portomar") com a bandeira portuguesa desfraldada e o escudo na placa sinalizadora.

Perto, o Hôtel de VilleCâmara Municipal, 
que foi erigida entre 1872 e 1878, estilo Império, de torres e telhados inclinados verdes. E o Museu Arqueológico de Pointe-à-Callière 
que tem um percurso subterrâneo que requer tempo para ser percorrido.
O tempo era curto e as distâncias são grandes... e regressámos ao carro, fotografando a Chinatown
Aqui, a maioria dos restaurantes já pertencem a imigrantes tailandeses e vietnamitas, mas é o local onde se instalaram os primeiros chineses após 1880.
Jantámos na Rue de Sainte-Catherine e apreciámos o movimento nocturno da cidade com os seus bares e restaurantes pejados de gente.
Na manhã seguinte, visitámos a Île-Sainte-Hélène,
uma pequena ilha no meio do rio São Lourenço, baptizada com o nome da mulher de Samuel Champlain, o "pai da Nova França", 1567-1635, primeiro governador francês do Canadá. Foi aqui que decorreu a Expo'67 e aqui permaneceram algumas recordações desses dias, nomeadamente La Ronde, o parque de diversões da feira e a cúpula que abrigou o pavilhão dos USA, actualmente transformado na Biosfera

O Fort de l'Île-Sainte-Hélène
construído em 1825 para proteger Montréal de um possível ataque dos USA, abriga um pequeno museu de história social e militar.
O local é muito verde e agradável.

A Île Notre-Dame
que também abrigou a Expo'67, fica rodeada pelo canal de São Lourenço e nasceu do entulho da construção do Metro de Montréal. A principal atracção é o Casino de Montréal, edifício com arquitectura original que estava barrado com um letreiro de 
"lock-out".
A Gare Windsor ficou, depois, no nosso caminho. Bem como a Cathédral Marie-Reine-du-Monde,
construída quando a primeira catedral católica de Montréal ardeu, em 1852. Foi muito controversa a sua construção que pretendia, inicialmente, ser uma réplica da Basílica de São Pedro de Roma. Em vez das estátuas dos 12 Apóstolos, como na do Vaticano, a fachada foi encimada pelos Santos Padroeiros das 13 paróquias da cidade que fizeram doações para a sua construção. A cúpula, visível de vários pontos da cidade, sobressai na cor verde do cobre.
Voltámos ao Vieux-Port para ver o 
Marché Bonsecours
com fachada neo-renascentista, de cúpula prateada, que abrigava o Parlamento no início do séc.XIX.
A Chapelle Notre-Dame-de-Bonsecours
de pedra calcária, fica mesmo ao lado. É uma das mais antigas igrejas da cidade, construída em 1771 sobre as ruínas de uma outra capela ardida em 1754, tendo sido resgatado o relicário e a estátua de madeira de Nossa Senhora do Bom Socorro protectora das viagens marítimas. 
A visita é livre e a máquina fotográfica não é proibida.
Voltámos ao Hôtel de Ville, estilo Império importado de França, erigida entre 1872 e 1878, actualmente em restauro.

O Château Ramezay 
é um edifício com paredes de cantaria, lucarnas,  telhados de cobre e torres redondas e atarracadas. Deve o seu nome ao 11º governador de Montreal Claude Ramezay, que tinha saudades dos castelos da sua terra, na Normandia e mandou construir a sua casa à semelhança deles.
O Museu de Arte Contemporânea

fica na Place des Arts, um dos mais importantes centros culturais de Montreal. 
Foi construído em 1990 e exibe obras da autoria de artistas do Québec, na sua maioria.

O Complexe des Jardins 
é uma galeria de lojas, subterrânea, a que se tem acesso pela Place des Arts.
Não podíamos deixar de passar na mais antiga Universidade do Canadá, a McGill University
fundada em 1821 em terrenos doados por 
James McGill, 
um comerciante de peles e especulador imobiliário. No Portão de Roddick, um grupo tocava tambores 
e algumas bancas vendiam artigos para ciclistas. Tudo relacionado com uma campanha de angariação de fundos para crianças com cancro, com vários grupos de ciclistas a circular pela cidade, em tandens.

A alameda principal da Universidade conduz aos Neoclassical Arts Buildings

conjunto de edifícios mais antigos do Campus. Além destes, existem mais 70, mais recentes.
O Musée des Beaux Arts ocupou-nos o resto da tarde. Situado na Rue Sherbrooke, é composto por dois edifícios, um em frente do outro, separados pela avenida. 
O Pavilhão Michal e Renata Hornstein
com quatro grandes pilares de mármore na fachada, é dedicado à Arte e Artesanato Canadianos com objectos inuits, mobiliário, peças de prata recuperadas das igrejas dos primeiros colonos e pinturas datadas do séc.XVIII até aos nossos dias. O outro pavilhão, Pavilhão Desmarais
tem Arte Europeia desde a Idade Média até ao séc.XX (Monet, Picasso, Dali, Escola Holandesa...). Tinha duas exposições temporárias: uma sobre Napoleão 
e outra sobre John Lennon intitulada "Imagine". 
Nesta, o piano branco convidava o público a participar e, no final, pequenos arbustos com mensagens deixadas pelos visitantes.
Depois dos crépes do almoço, merecíamos um jantar mais substancial, no "Los Tios", com tacos,salada e um tex-mex com boa carne.

Amanhã, serão 271km até Québec!

Só parámos para meter gasolina até chegar à cidade do QUÉBEC.
Instalámo-nos no "Hotel Champlain", na Rue Sainte Anne, na parte alta da cidade,
com uma área social muito "hotel-boutique", confortável e bonita com café e scones à descrição. Os quartos não estavam, ainda, disponíveis e, por isso, partimos à descoberta.
Sobranceira ao rio São Lourenço, nas penhas de Cap Diamant, a cidade é capital da província do Québec, sede do Governo Regional e o centro mais importante do nacionalismo franco-canadiano. Só se ouve falar francês.
Saindo do hotel pela Rue Sainte Anne, encontramos as casas encantadoras da parte Alta da cidade.

Perto do Hôtel de Ville
erigido em 1833, com grandes vasos vermelhos à frente, está uma interessante escultura homenageando os Frères Educateurs.

A Basilique de Notre-dame-de-Quebecfica em frente. 
A original foi consumida pelo fogo em 1640, mas reconstruída segundo o mesmo estilo. O campanário foi projectado por Jean Baillaire cujo filho sugeriu a reconstrução da fachada num estilo Neoclássico para se assemelhar à igreja de Sainte-Geneviéve, em Paris. Sofrendo novo fogo em 1922, foi-lhe acrescentado um presbitério em 1932. Foi declarada Monumento Histórico em 1966 e o interior é ricamente decorado, sendo uma jóia do Barroco.
Caminhando, o Château Frontenac, pujante,salta-nos à vista. 
Foi projectado por Bruce Pride, um arquitecto dos USA, para os Caminhos-de Ferro Canadianos do Pacífico. É um palácio em estilo Francês com muitas torres e torreões e um elevado telhado de cobre verde e inclinado com vários níveis de águas-furtadas. O nome vem do conde Frontenac, governador da Nova França em 1672. Actualmente, é um hotel de luxo.
Entre as muralhas da cidade e o castelo Frontenac, fica o Terrace Dufferin
sobranceiro ao rio São Lourenço. 
Perto, o Musée du Fort, de história militar.

Procurámos almoço num dos encantadores restaurantes da Cidade Alta e entrámos no "Restaurant au Parmesan-La Dolce Vita" 
na Rue Saint-Louis, pejado de bibelots e bolas de futebol no tecto... e com muito boa comida!
Descemos, depois, ao Petit Champlain, na Cidade Baixa.
Uma escada íngreme, apropriadamente chamada Escalier Casse-Cou
levou-nos à Rue du Petit Champlain ladeada por lojas com casas do séc.XVII, muito bem restauradas. é uma das zonas mais animadas da cidade.

No final da rua, deparamo-nos com um mural 
Fresque du Petit Champlain


com 100m quadrados, representando o Quartier Cap-Blanc, nos bombardeamentos de 1759, incêndios, desmoronamentos e outros sinistros da cidade.

Descemos até à beira-rio e visitámos a 
Maison Chevalier
casa de um comerciante do séc.XVIII, com arquitectura clássica francesa, com exposição de mobiliário da época.
Recomeçámos a subir, passando na Place Royal
onde se instalou Samuel Champlain, fundador do Québec. Transformada um mercado por Frontenac. Dela fazem parte, além da Maison Chevalier, a Igreja Notre-Dame-des-Vitoires(1688) 
e o Fresque des Québecois com 420 metros quadrados que conta a história dos 400 anos do Québec.

Continuámos a subir até à Alta, para o hotel.
Quando saímos para jantar, percorremos a Rue St. Jean até à Place d'Youville. Fotografámos uma das entradas da cidade, a Porte de St. Jean 
que faz parte das muralhas da única cidade amuralhada a norte do rio Grande.
Descendo a Rue de St. Jean, na esquina com a Rue Charlevoix, fomos encontrar  outro fresco histórico do Québec, o Hôtel-Dieu de Québec
tributo à história da Medicina no Québec.

Jantámos no "St. Patrick Irish Pub", 
com cartazes de motivos da Irlanda. E muito barulho, de vários grupos de turistas americanos. E a comida não é do melhor: o bife estava demasiado passado e duro.
Saboreando um gelado, fizemos algumas fotos nocturnas: Chateau Frontenac e "Memorial Price", o edifício da CDP (Caisse Dêpot et Placement), 
imóvel Art-Déco de 18 andares que é o mais alto na Cidade Alta, sendo o arranha-céus onde o Primeiro Ministro do Canadá tem um apartamento oficial, nos 16º e 17º andares, desde 2001.
De manhã, rumámos à Cidadela, La Citadelle,
uma fortaleza que os Franceses começaram a construir em 1750 e os Britânicos finalizaram em 1831, com o intuito de proteger o Québec de um ataque americano.
A entrada faz-se pela Porta Dalhouise. 
Ficámo-nos pelo terraço porque a visita obrigava a guia e o tempo da visita era demais para nós que estávamos de partida para os USA.
Ainda parámos em frente do Museu de Belas-Artes 
e do edifício do Parlamento.
E fomos procurar outro dos murais históricos, o Fresque BMO de la Capitale du Québec-Societé Laurentide.

Em Sherbrooke, pequena cidade industrial, almoçámos no "Antiquarius" e fotografámos mais um mural que, por certo, pretende homenagear os bombeiros e polícias.
A última paragem, antes de entrar nos USA, foi junto à Catedral 
e Seminário de Notre-Dame de Sherbrooke.


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