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terça-feira, 6 de agosto de 2013

U S A



CHICAGO
BOSTON

3 a 7 Junho

e 13 Junho e 14 Junho 2009


Prevíamos chegar a SOUTH BEND, vindos de Pittsburgh, às 21h, mas conseguimos chegar uma hora antes. O "Ivy Court Inn and Suites" é um edifício de madeira de três andares, com alpendre e cadeiras de baloiço à entrada. 


Fica num dos extremos desta pequena cidade nova (fundada no séc.XIX por comerciantes de peles, na curva sul do rio St. Joseph), mas que tem um grande Campus universitário,

embora com poucos alunos porque as propinas são de 50 000 dólares /ano.
Descobrimos um restaurante pretensamente grego onde nada do que comemos era desse país.
E também descobrimos, no campus, no jardim do que parecia ser uma residencial para estudantes católicos, uma Nossa Senhora de Fátima com os Pastorinhos.



A Universidade chama-se Universidade de Notre-Dame e data de 1842.

South Bend foi apenas uma paragem para dormir no trajecto para CHICAGO, a cidade do Estado de Illinois onde nasceu Barak Obama.
Com vários níveis rodoviários e um trânsito louco, o GPS baralhou-se, mas conseguimos chegar ao Oak Park à procura das casas de Frank Lloyd Wright (1867-1959).

Wright chamou à sua arquitectura orgânica e tem algumas características idênticas, como telhados com pouca inclinação, superfícies com faixas ornamentais, coberturas salientes, terraços baixos, uma volumetria que tenta ligar-se com a Natureza, numa simplicidade que elimina o que não é essencial. 

São as prairie houses, estilo inspirado nas planícies do Midwest, diferentes de obras posteriores como o Museu Solomon R. Guggenheim em NY.
O bairro tem outras residências também bonitas, entre elas aquela onde nasceu Ernest Hemingway.

Começámos no belo Unity Temple 
e, depois, fomos prosseguindo a nossa procura a pé, tentando identificar nas residências os traços do Mestre.
O Frank Lloyd Wright Home and Studio 
fica na Chicago Ave, com duas esculturas em posição fetal 

e outros belos pormenores.

A Pleasant Home, a Nathan Moore House
estilo Tudor que foi destruída pelo fogo em 1922 e Wright modificou, acrescentando-lhe blocos de concreto, foram das primeiras que vimos.
A Beachy House, de concreto e madeira, 

a Arthur Hourtley House

a Edward Hills House, também se destacam.

O nosso hotel é o "Raffaello Hotel",

um belo edifício em East Delaware Place, com quartos espaçosos e confortáveis e muito bem localizado.
A pé, depois do check in, para aproveitar bem o tempo, fomos em direcção ao North Pier Docks

para um cruzeiro no Chicago river, almoçando, antes, no simpático "Panera Bread".

O cruzeiro durou hora e meia e foi uma mostra da arquitectura deslumbrante de Chicago:
O Tribune Tower, de 1925, estilo Gótico; 
a Sears Tower, de 1974, 
o mais alto de Chicago e, durante um quarto de século, o mais alto do Mundo;Merchandise Mart, de 1930, o mais largo do Mundo

e que foi comprado em 1945 por um consórcio encabeçado por JF Kennedy por um terço do seu valor (...); a NBC Tower, de 1989; 
o Montgomery Ward Warehouse and Offices com a bela escultura que parece voar no céu de Chicago;
o Carbide and Carbon Building, de 1928-1929, preto e dourado; 

o Two Prudential Plaza com a sua aresta culminando numa pirâmide. 

E tantos outros. E as pontes.

A caminho da Sears Tower, primeiro à beira do rio e depois pelas concorridas avenidas, perto do Chicago Tribune

deparámo-nos com uma enorme escultura inspirada no quadro "American Gottic" de Grant Wood (1891-1942), feita pelo escultor J. Seward Johnson em 2005, a que deu o nome de "God Bless America".

No 99º andar da Sears Tower, por 15 dólares, completámos a visita feita no cruzeiro, localizando os belos edifícios noutra perspectiva.

O cansaço começava a pesar e fomos de taxi até ao hotel, jantando no "Cafe Med", em frente, num ambiente bem calminho e agradável, pertencente ao "Hilton Hotel".

De manhã, depois do pequeno-almoço num café onde tivemos dificuldade em nos orientar, perto do hotel, comprámos o Chicago Trolley and Double Decker Co, mas o andar de cima do autocarro estava completo com excursionistas senior e, em baixo, o calor era insuportável. Resolvemos, por isso, sair no Millenium Park e seguimos num trolley bem mais simpático, para fazer a zona oeste
Mas foi tudo muito rápido até à Chinatown, conseguindo fotografar o portão de entrada,
um painel em relevo e... pronto. 

A condutora, que também era guia, foi ouvindo umas apitadelas e galgando alguns passeios nas mudanças de direcção (!...). Little Italy também foi vista numa corridinha. Parou junto aos estúdios e loja da Oprah, 

passou a correr na Greektown 
e, de novo, no Millenium Park, com várias atracções e locais de lazer. O nome vem-lhe da data prevista para a inauguração, na passagem do milénio, mas acabou por abrir apenas em 2004.
Tem um grande anfiteatro ao ar livre, encabeçado por uma escultura de Frank Gehry 
onde vai decorrer um festival de gospel a partir de amanhã.
O "Feijão" ou Cloud Gate, de Anish Kapoor, 
é um ponto de concentração de muitas pessoas. Construído em aço, com o feitio de um feijão, reflecte as nuvens e os prédios e faz efeitos espectaculares 

que encantam toda a gente 
e muito especialmente os miúdos!

Almoçámos no Park GP Grill, junto da Crown Fountain.
O tour do sul, faz a zona do Hyde Park onde Obama tem residência particular, a Universidade,

o Dusable Museum que conta a história dos afro-americanos,

e Brownsville de onde saíram Ella Fitzgerald e outros célebres músicos negros.

Voltámos ao Millenium Park e, depois, a pé até ao "Rafaello", em passeio, fotografando, a Chicago Library com a sua bela cúpula Tiffany 

e a interessante Water Tower.


O jantar voltou a ser no "Cafe Med", hoje na esplanada, com o chef a cumprimentar-nos como se já fossemos íntimos.

O tempo piorou, no dia seguinte: frio e vento. Chicago é chamada "Windy City". De carro, fomos até ao Art Institute of Chicago
Merecia o dia inteiro. Tentámos orientar-nos pelos interesses comuns. E fotografámos o que quisemos! "O Velho Guitarrista" de Picasso, 

Magritte,

Amadeo de Sousa Cardozo, 

"Nighthanks" de Hooper, 

"American Gothic" de Grant Wood, 

 "Virgem com Menino e Anjo" de Sandro Botticelli, 

"Ressurreição" de Caravaggio.

E muitos outros.
Foram quase três horas e muito ficou para ver. Quando saímos, chovia.
Demos uma pequena volta pela cidade, de carro, por causa da chuva. Mas a confusão é grande e saímos um pouco para sul: bairros pobres onde só se vêem negros e casas degradadas. 

Orientando-nos pela Sears Tower, chegámos ao hotel e ao parque de estacionamento.
Acabámos a jantar no "Cafe Med", claro, com o Alek (bósnio) que nos ofereceu os pequenos-almoços de amanhã, antes de partirmos para o Canadá (863km).
Adeus  Chicago, cidade de belos edifícios, de muitas pontes e canais, de Obama, Oprah, Alcapone e... Batman!


***

Depois do Canadá, reentrámos nos USA. Parámos na fronteira e, sem sair do carro, respondemos às perguntas: "Quantos dias estiveram no Canadá? Onde vivem? Compraram T-shirts ou jóias?". Os polícias eram simpáticos. Viram os passaportes e desejaram "boa viagem"!
No Estado de Hampshire, deparámo-nos com uma placa a dizer "Little Lisbon". Há várias cidades nos USA com o nome "Lisbon".
Tínhamos hotel reservado em Manchester para ficar perto de Boston porque os hotéis nesta cidade são caríssimos. Não nos arrependemos, porque o "Homewood Suites by Hilton" é muito bom, como era bom o restaurante que nos aconselharam para jantar, o "The Yard, Seafood and Steak House". Foi o que ficámos a conhecer nesta cidade.

Até BOSTON, na manhã seguinte, foram uns escassos 88km, o que deu para ter uma ideia da cidade nas poucas horas que tínhamos até Nova Iorque.
A noite tinha sido de muita água e trovoada e, de manhã, a chuva continuava, abundante, comprometendo o programa da visita à cidade. Mas o sol foi aparecendo e desaparecendo deixando-nos passar nos pontos históricos.
Boston é a capital do Estado de Massachusetts. 

Foi fundada em 1630 pelos ingleses e tornou-se o principal centro cultural da América Anglo-Saxónica. Em 5 de Março de 1770, descontentes com a falta de emprego e com os altos impostos, os colonos reuniram-se em frente da Old State House 

a protestar contra o governo britânico, tendo sido mortos quatro colonos ("Boston Massacre"). Em 1773, a Inglaterra revogou todos os impostos excepto o do chá, o que levou os colonos a subirem aos barcos ingleses e a lançarem ao mar mais de um milhão de dólares em chá importado da Índia pela Companhia de Comércio das Índias Orientais ("Boston Teaparty").
Começámos a visita pela Old State House

construída em 1713. Do seu balcão foi lida a Declaração da Independência ao povo de Boston.
Seguindo no chamado Freedom Trail

a Boston Common and State House, de 1797, destaca-se com a sua cúpula dourada.

Na Park Street Church
de 1809, de torre branca, em 1829 William Lloyd Garrison fez o seu primeiro discurso contra a escravatura.
Na Old South Meeting House
em estilo Gótico Italiano, em 1773 Samuel Adams deu sinal para a "Guerra dos Gritos" que iniciou a Festa do Chá. Em 1792, a velha capela foi substituída pela actual, com o maior campanário de Boston.
A King's Chapel and Burying Ground 
foi construída sobre um cemitério, em 1688, quando ninguém quis vender ao rei um terreno para construir uma igreja não-puritana. Foi a primeira congregação anglicana em Boston. Em 1749 foi substituída pela actual, de belas colunas na fachada, onde não nos deixaram entrar porque ia decorrer uma cerimónia particular.
O Granary Burying Ground

ao lado da igreja, é o local onde estão sepultados ilustres patriotas da cidade como John Hancock, Samuel Adams 

e Samuel Treat Paine que assinaram a Independência.
Muitos outros edifícios históricos, entre eles a 
Paul Revere House

de fachada cinzenta, em madeira, a mais velha residência de Boston, construída por Robert Howard em 1680 e que foi residência de Paul Revere que levou a mensagem da marcha das tropas britânicas a Samuel Adams e John Hancock.
Também explorámos o Black Trail Heritage que conta a história da comunidade negra em Boston, no West End, onde chegou em 1638 como escrava. No final da Revolução ganharam a liberdade e, em 1790, Massachusetts era o único Estado da União que não tinha escravos.
Identificámos a Charles House Meeting Street,
construída em 1807 e que foi a primeira igreja Baptista a integrar negros e foi reduto do movimento anti-escravatura.
O bairro, agora, é um local simpático, com belas habitações.



Uma referência à emigração dos Irlandeses que morriam de fome no seu país, nas duas belíssimas esculturas, simbolizando a Fome 

e o seu reverso na recuperação no país da Esperança e da Abundância, no Boston Irish Famine Memorial.

Atravessámos a ponte até Charlestown, de carro, apreciando as belas casas de madeira 
e vendo Boston do outro lado.
Tivemos curiosidade em ver a Universidade de onde saíram 8 presidentes e 75 prémios Nobel, e fomos até Cambridge para fazer algumas fotografias da Harvard University, ela-mesma uma cidade ao lado de Boston.

Deixámos o Estado de Massachusetts, atravessámos o Connecticut e entrámos em NY, com um trânsito infernal.


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