Translate my Blog

quarta-feira, 27 de maio de 2015

BADAJOZ, GRANADA, CÓRDOVA


12, 13, 14, 15 Maio 2015

Saímos cedo de Aveiro e fomos almoçar a Elvas.


Depois… "Ó Elvas, ó Elvas, Badajoz à vista…", chegámos facilmente a BADAJOZ e ao hotel que tínhamos pré-marcado.
Não tínhamos bem a noção da distância até ao Casco Antigo e, por isso e porque estava um calor insuportável, o recepcionista aconselhou-nos a tomar um taxi até à Praça de Espanha… e foi o que fizemos.
A Plaza de España 
é um local encantador, cheio de luz.
Construída em 936 como Campo de San Juan (padroeiro da cidade), também conhecida por Plaza de la Constitución y de la República, tornou-de, no século XX, centro comercial, financeiro e de ócio.
A Catedralimpõe-se, 

com a sua torre de 41m, gótica, com belas janelas, 

uma gótica, outra renascença e a terceira, plateresca. Edifício gótico, começou a ser construída no século III. A torre só lhe foi agregada em 1542. Dedicada a São João Baptista. A bela casa em tons vermelhos, estilo regionalista, 
é a Casa Álvarez-Buiza
construída entre 1918 e 1921, de influências andaluzas. 
Ainda na Praça, o Edifício da Municipalidade.

A partir daqui, pelas ruas estreitas, 

chegámos à Plaza Cervantes

tem a alcunha de "Praça das Três Mentiras" porque a estátua do centro não é do escritor, mas do pintor barroco Francisco de Zurbarán, e o povo chama-lhe Praça de Santo André, por aqui ter existido a Igreja de Santo André, no século XIII. 
Tem um empedrado do estilo português (1888), com padrão em ziguezague em mármore também português. 

A igreja em cuja torre as cegonhas fizeram ninho é a de Santo André, antigo Convento da Madre de Deus.

À volta, alguns edifícios interessantes, como a 
Casa Puebla

exemplo da arquitectura neo-renascentista. 
Fachadas coloridas com begónias nas janelas e 

a Casa López-Lago González de Orduña, na esquina da calle Arco-Aguero.

Seguimos para a Plaza Alta
restaurada no ano 2000.

Diz a lenda que Tubal, neto de Noé , se instalou aqui, 143 anos depois do Dilúvio.
Durante séculos foi o centro da cidade, adossada à muralha do Alcazaba, sobre as antigas casas da cidade islâmica. Inicialmente habitada por judeus e mouros, a partir do século XV foram ali instalados edifícios públicos. O aspecto actual resulta de obras levadas a cabo principalmente no início do século XVIII quando o bispo Marín de Rodezno decidiu converter a velha praça numa Plaza Mayor, de estilo monumental fechada com pórticos à volta. 

Tem amplos espaços abertos que contrastam com o carácter medieval, fechado e defensivo. 
O Arco del Toril

de onde saíam os touros quando se celebravam as corridas na praça, comunica a Plaza Alta com a base da Torre da Atalaya ou Espantaperros 

(construída em 1170, de planta octogonal, de 20m de altura, adquiriu este nome por causa do som agudo de um sino ali instalado).


Entre a torre albarrã e a Torre Abarlongada
está um edifício mudejar de 1500. 
Aos pés das torres, olhando a praça, os 
Edifícios da Concelharia de Feiras e Festas.

Passando o Arco do Peso 

para a Plaza de San José, encontra-se, à direita, a entrada para o Alcazaba de Badajoz, 
no Cerro de la Muela, rodeando a antiga Badajoz muçulmana. De carácter defensivo, foi construído no século IX pelos almóadas e, no século XII, foi morada dos reis do Reino de Badajoz ou Taifa de Badajoz. 
Puerta del Capitel 
era a entrada, junto à torre de protecção. Em 1548, juntou-se uma portada de acesso a partir da Plaza de San José coroada por um frontão debaixo do qual está a inscrição "Civitas Pacensis". Pode subir-se ao passeio das muralhas e ver as torres defensivas e a cidade. O Museu Arqueológico Provincial
erigido entre os séculos XIV-XV em pedra e alvenaria de tijolo, tem quatro torres nas esquinas e foi residência de Lorenzo Suárez de Figueiroa, regedor da cidade.
Saindo da Alcáçova ou Alcazar, à direita, ao fundo, em praça que desce, está a bela Capela e Convento das Adoradoras

já avistada das muralhas. 
Do século XIII, dedicada a S. José, 
foi construída para comemorar a conquista cristã por Afonso IX de Leão. Em 1917 foi construído o convento neogótico anexo, ocupado pelas freiras Adoradoras Escravas do Santíssimo Sacramento e da Caridade.
Voltámos às ruas estreitas 

para desembocar na pequena e acolhedora 
Plaza de la Soledad
que deve o seu nome à antiga ermida da Virgen de La Soledad, inaugurada em 1664 no lugar onde hoje está La Giraldilla

inaugurada em 1935, com fachada de mármore branco português. 

É o edifício dos Antigos Armazéns La Giralda e a torre, uma reprodução reduzida da famosa Giralda de Sevilha, é rematada por uma escultura de mercúrio, deus romano do comércio. 
A outra torre é da Casa Álvarez

de 1915, com balcões, mísulas e medalhões.
Sentados a beber um refresco, chega-nos a agradável música do Conservatório de Música. E uma escultura homenageia Porriña de Badajoz
cantador popular, que está virado para a ermida.

De volta à Plaza de España, entrei na Catedral, 
de interior sombreado e de ricos altares. 

E resolvemos seguir a pé até ao hotel, fazendo uma pequena pausa na Plaza San Antón para fotografar o Teatro López Ayala
frontaria e os painéis de azulejos que retratam cenas da cidade.
E chegámos à Puerta de Palmas
de 1551, um arco memorial com duas torres robustas, cilíndricas e a Concha de Carlos V, em frente à Ponte de Palmas


uma das 4 pontes sobre o rio Guadiana, em Badajoz. 
Atravessámo-la, 

gozando o fim do dia e a temperatura mais agradável.

De manhã, seguimos para Granada.

GRANADA é a cidade da Península Ibérica que mais vestígios tem da cultura árabe e foi isso que nos levou lá, depois de muitas vezes programada a visita. O calor era uma das razões que nos fazia adiar a ida, sempre pensando numa melhor altura. Por isso escolhemos Maio… mas a antecipação do Verão, apanhou-nos de surpresa!
O centro histórico é uma complicação para quem chega de carro. O apartamento que alugámos estava bem situado para a visita, mas fez-nos dar três voltas à cidade, até que decidimos largar o carro num estacionamento próximo de San Matías e arrastar a mala até ao nosso poiso de dois dias.
A Iglesia Imperial San Matías é nossa vizinha.

Tínhamos programado a visita do Alhambra para o dia de hoje para ficarmos, depois, para uma visita menos programada. Mas apanhámos um balde de água fria quando o recepcionista nos informou que as visitas teriam que ser marcadas pela internet e que a antecedência era de cerca de um mês!
Mesmo assim, e apesar do calor, subimos, seguindo o citywalk previamente marcado no Triposo até ao Alhambra. Calle San Matías, Plaza de Las Carmelitas Descalzas e virando à direita.

A subida foi difícil, por causa do calor.

Virámos na Cuesta de Gomérez 

até ao colorido Alhambra Palace Hotel.

No Barrio Realejo, vamos apreciando os pormenores, as pinturas de street art

o azulejo com a Virgem da Misericórdia, 

a cidade ao fundo, quando nos viramos para trás.

Nada melhor para descansar do que um pátio andaluz sombreado, no "Jardines Alberto", 
na casa que foi do pintor granadino D. Ramón Carazo. Uns calamares fritos, muito saborosos, acompanharam as bebidas frescas.
Depois de recompostos, fomos ver o que é de visita livre.
O Alhambra é um palácio-fortaleza 

onde viveram os monarcas da dinastia Nasrida e a corte do Reino de Granada. Faz parte do Património Mundial da UNESCO, juntamente com o Generalife e o bairro Albaicín. Foi construído num planalto de 142 mil metros quadrados de área.
O elemento mais ocidental é a alcáçova ou Alcazar,

transformada numa cidadela palaciana completada com um sistema de irrigação composto por canais para os jardins da Generalife.
Em 1492, os Nasridas foram derrotados pelos Reis Católicos, Fernando II e Isabel de Castela, que o transformaram num palácio real. 
Carlos V (1516-1556) reconstruiu partes do complexo no estilo Renascença, destruindo parte do palácio de Inverno.
As fontes e cascatas 

são abastecidas através de um canal com 8km ligado ao rio Darro no mosteiro de Jesús del Valle, a montante de Granada.
O Palácio Carlos V 

foi construído devido à necessidade de um lugar que reunisse todas as comodidades da época para o imperador e sua família. Junto ao Alhambra, pretendia que se usufruisse das suas maravilhas. O arquitecto, Pedro Machuca, era um amante do estilo Renascença e aproveitou para dar asas ao seu gosto. A construção, iniciada em 1527 só foi finalizada em 1957. 
De planta quadrada, tem uma monumental fachada 

e um pátio circular, maneirista, único, belíssimo. 

O  exterior tem um efeito acolchoado tipo Toscano, no piso inferior, enquanto no superior, as janelas rasgadas e pilastras lhe dão um efeito diferente.
Atrás do Palácio Carlos V, está a 
Igreja de Santa Maria de Alhambra.

O Alcazar não é de visita livre, 

mas vale a pena atravessar a bela Puerta de Vino

fotografar a fortaleza a contraluz e o 
bairro Albaicin, lá em baixo.

Descemos de taxi até à Plaza Isabel la Catolica

onde está uma escultura da Rainha e de Cristóvão Colombo ajoelhado a seus pés. 
Fica na grande Calle de Los Reyes Católicos, a principal da cidade e próximo da Catedral

Esta, foi mandada construir por Isabel a Católica, logo depois da conquista, sobre a Mesquita Mayor de Granada, num estilo Renascimento espanhol, em 1523. Foi Enrique Egas, da velha escola do Gótico florido, que iniciou a obra que foi finalizada por Diego Siloé que lhe mudou o estilo Gótico para Renascença. Na fachada, das torres projectadas, só foi levantada uma 

e teve que ser rebaixada por causa da cimentação para um edifício gótico que não resistiria ao peso das robustas torres.
Nas naves laterais, numerosas capelas de estilos e épocas diferentes, 

das quais se destaca a de Nuestra Señora de la Antigua.

A Capilla Real de los Santos Juanes, 

estilo Gótico isabelino, mandada erigir pelos Reis Católicos em 1504 como lugar de enterramento dos seus corpos e está encastrada no conjunto catedralício. 
A entrada principal está no interior da catedral, mas tem uma porta que dá para a Calle Ofícios.

Na Calle Ofícios, do outro lado da Capilla Real, está o Palácio de la Madraza

a antiga Universidade árabe. 
Fachada do século XVIII, 

de uma riqueza e exuberância impressionantes. No interior, um pátio e salão mourisco 

com um precioso mihrab, delicadamente esculpido.

Ao fundo da estreita rua, a Alcaiceria

uma reconstrução de um bazar mourisco que ardeu em 1843.
Cansados, fomos para casa, mas ainda saímos, para jantar, já tarde, pelas 23h, descendo até às ruazinhas vizinhas, cheias de mesas no meio. Já não serviam no exterior, mas, dentro, comemos um excelente "jamón de bolota" com queijo de búfala. 
O edifício do Ayuntamiento estava iluminado.

No dia seguinte, depois do pequeno-almoço tomado na Plaza de las Carmelitas Descalzas, recuperados, descemos à Plaza Nueva

onde termina a grande Calle de los Reyes Católicos e onde se ergue a Iglesia de Santa Ana

construída em no início do século XVI. O seu verdadeiro nome é de San Gil e Santa Ana e foi construída sobre um solar que já tinha sido uma mesquita da qual conserva o minarete estilo renascentista. Em frente, a Real Chancelaria.

Aqui começa  a Carrera De Darro

o passeio ao longo do rio Darro.
Sempre junto ao rio, vamos passando por ruas estreitinhas que sobem no Bairro Albaicín

Por uma delas, subimos até ao Palácio Sefardi

na Cuesta de Santa Ines, provavelmente antiga mesquita. Mais acima, a Casa de Agreda

estilo mudejar e maneirista, de D. Diego de Agreda, regedor da cidade e cavaleiro da Ordem de Santiago (século XVI).
Na calle San Juan de los Reyes, descendo de novo para a Carrera de Darro, começa a ver-se o 
Alhambra (o Alkazar), no alto. 

Ao fundo a interessante porta da El Bañuelo Teteria. 

E à esquerda, o Convento de la Concepción 

com uma bela portada e com mistura de estilos Mudejar,  Gótico, 

e Barroco 

Junto ao rio, o que resta da 
Puerta e ponte de los Tableros

que juntava as duas margens do Darro e tinha um dispositivo que levava a água ao Alcazar e Albaicín.
O Convento de Santa Catalina 

e a Iglesia de San Pedro y San Paulo
ficam mais à frente, de um e outro lado da Carrera.

Nas laterais, as casas altas fazem sombras acolhedoras.

A fachada do Museu Arqueológico e Etnológico, merece uma paragem.

A Casa de Las Chirimias (1609) 

tem uma torre era usada pelo Concelho Municipal nas celebrações que se realizavam na esplanada do rio Darro. O juiz olhava do andar térreo, os conselheiros da cidade, do primeiro andar e no terceiro, os músicos com trompetes. Na esplanada, uma escultura do bailarino de flamenco, Mário Maya.

Aqui, começa o Paseo de Los Tristes

assim chamado porque os cortejos fúnebres passavam por aqui até ao cemitério, com o Alhambra a observar.

Começando a subir, o Palácio de Los Córdova

Pode entrar-se e deparamos com um belo palácio com jardins acolhedores, 

de onde se avista o Alhambra. 

Fachada com porta maneirista, 

tem um pátio renascentista, 

um dos mais interessantes da cidade, e pormenores de ferro-forjado, 

árabes, com espelhos e baús de época.

Ao cimo da ladeira, bem íngreme, à direita, o Caminho de Sacromonte

começa junto da 
estátua do Chorrojumo Mariano Fernández, 

uma das figuras mais castiças e conhecidas de Granada na segunda metade do século XIX, o "Rei dos Ciganos", respeitado pela sua autoridade e bom juízo. Ganhava a vida com os turistas, contando histórias românticas sobre o Alhambra e deixando-se fotografar. 
La Hermitica , Casilla de las Angustias 
fica, também, na pequena praceta.

A importância deste lugar, antes chamado Valparaíso, relaciona-se com os descobrimentos, em 1595, das Santas Cuevas com as supostas relíquias de San Cecílio e dos Libros Plúmbeos, placas de chumbo escritas em árabe relatando o martírio dos cristãos. A partir daí, passou a chamar-se Sacromonte (Monte Santo) e fundou-se a abadia com o mesmo nome. Nos finais do século XVI, apareceram as primeiras covas-vivendas 

(quando a população muçulmana e a judaica foram expulsas das suas casas), mas este tipo de hábito alcançará o apogeu nos séculos XIX e XX, como habitações baratas. 

Tradicionalmente foi um bairro habitado pela etnia cigana e um dos lugares de nascimento do flamenco.
Em frente da Cueva de Jesus el Negro

ricamente decorada, tem-se uma visão especialmente bonita do Alhambra.

O desvio à esquerda para a Abadia, é marcado por outro interessante edifício de janelas andaluzas com sardinheiras vermelhas e toda uma parafernália de pratos de cerâmica local, a Casa la Sevillana.

E, finalmente, depois de muito caminhar e transpirar, a Abadia!

Chegámos mesmo a tempo da visita guiada.

Já se fechavam os portões!

Por 4€, a visita compensou o esforço.
O pátio colunado
e a fonte central, é o primeiro impacto.

De 1610, foi mandada construir no local onde foram encontradas as supostas relíquias de San Cecílio e outros testemunhos dos primeiros cristãos de Granada. Do património, no museu, 

conserva-se uma importante biblioteca com numerosos incunábulos e manuscritos, nomeadamente um tratado de Medicina 

e algumas peças de Arte Sacra. 

D. Andrés Manjón (Pai Manjón) fundou aqui uma escola (fins do século XX) para crianças ciganas.

A igreja tem um riquíssimo altar barroco 

e a capela da Virgem da Misericórdia tem uma imagem belíssima.

Descemos às cuevas, 

que são as originais e utilizadas pelos peregrinos.

Esperámos 50 minutos na paragem do autobus, para descer. A informação era que passavam de 20 em 20 minutos! Por certo, os condutores foram todos almoçar!…
Mas a descida é bem mais fácil e rápida. 
Parámos numa cueva 

para comer qualquer coisa, mas só havia uma água fria no frigorífico (a noite anterior deve ter sido proveitosa…).

No Paseo de los Tristes, almoçámos na esplanada da "Puerta de los Tristes", cogumelos recheados, spagetti à bolonhesa, água limonada e cerveja, já depois das três horas da tarde.

Encontrámos o Bañuelo já perto da Plaza Nueva.

É um conjunto arquitectónico do século XI, meio escondido, bem interessante, fresco, iluminado com luz natural que passa por aberturas em forma de estrela, testemunho da cultura árabe, com colunas
trabalhadas com motivos vegetais. De entrada livre.

Na Plaza Nueva, em ladeira íngreme à direita, 

calcetada e forrada de lojas coloridas, ao fundo, a Casa de los Pisa

pertencente aos Cavaleiros Hospitalares que foi o local onde morreu São João de Deus em 1550.
Hoje, já parece tudo perto. Fizemos a Calle de lo Reyes Católicos, voltámos à Catedral e parámos na Plaza Bib-Rambla para mais um refresco de limão. 
A Plaza Bib-Rambla 

é uma praça originalmente centro da Granada mourisca, local de festivais e mercados que, depois do cristianismo se expandiu e se tornou ponto focal de procissões católicas por causa da sua vizinhança com a catedral. No centro a Fonte dos Gigantes, 
com Neptuno no topo.
Jantámos do outro lado da praça, no "Manolo", um arroz niegro regado com um rioja "Faustino V".

De manhã, saímos cedo para fazer os cerca de 200km que nos separam de CÓRDOVA. Tomámos o pequeno almoço, de novo na Plaza de las Carmelitas Descalzas, deixámos as chaves em cima da mesa da sala do apartamento e arrastámos a mala até à calle Ganivet, onde tínhamos deixado o carro, pagando 40€ pelos dois dias.

O "Parador de Córdova"
fica longe do centro histórico.

Decidimos almoçar cedo, no hotel, para termos o resto do tempo livre para as visitas. Escolhi um prato típico, o "Flamenquín", 
um rolo de carne de porco recheado com ovo cozido, pimentos e presunto, envolto num polme e , possivelmente assado. 
As sobremesas foram um deleite para os olhos e para as papilas: pastelón cordobés 

e mousse de chocolate.

O taxi deixou-nos junto da Mesquita-Catedral e o motorista, simpático, disse-nos que as visitas são fáceis, em Córdova, e que tudo fica muito perto.

A Mesquita-Catedral de Córdova,
é o símbolo do poder do Islão na Península Ibérica, há 12 séculos. 

Entra-se pelo Pátio de los Naranjos, 
onde as palmeiras foram substituídas por laranjeiras e de onde se vê a Torre del Alminar
torre sineira de 93m de altura. 
A mesquita foi construída entre 785 e 787, depois de Cristo, por Abd al Rahman I. Desde aí, foi misturando estilos arquitectónicos. 

É a "jóia da coroa". Escavações arqueológicas dão-lhe origens visigóticas 

e, inicialmente, existiu aqui uma basílica de San Vicente sobre a qual foi edificada a mesquita durante o período islâmico. Os dominadores islâmicos derrubaram a igreja e construiram a mesquita no mesmo local. Foi o Santuário mais importante de todo o Islão Ocidental, na época em que Córdova era a capital da Al-Andalus (território que se estendia até ao rio Douro). 
Quando o rei Fernando III, o Santo, reconquista Córdova, em 1236, a entrada na cidade, por sua vontade, foi precedida pela Cruz, antes do Pendão Real, simbolizando a importância da recuperação da fé cristã.Também não esteve no ritual da purificação da mesquita, para que o Rei Eterno fosse o único protagonista de uma cerimónia que converteria cada pedra do recinto num lugar consagrado a Cristo. 
Estavam mais preocupados em recuperar o culto interrompido do que com o inconveniente de o celebrar entre um bosque de colunas.

A Capela-mor, o Cruzeiro e o Coro

estilos Gótico, Renascença e Barroco, só foram construídos, pela família Hernández Ruiz, em 1523. 
As Capelas laterais, 

são desejos dos fiéis de serem enterrados na Catedral, destacando-se a Capela Real 

e a Capela da Puríssima Conceição, antigo baptistério
e actual custódia do Santíssimo.

A primeira impressão, é de contemplação. Fica-se parado, a olhar, um pouco perdido, numa floresta de 850 colunas de mármore, granito e jaspe, que apoiam o tecto, criando um efeito visual extraordinário. 

Algumas delas foram aproveitadas das construções visigóticas e romanas.
A Capela de Villaviciosa 
foi a primeira a ser construída (1371).

O mihrab, ornamentado com orações, guardava uma cópia dourada do Corão.
As portas exteriores 
ainda mostram a beleza do tempo dos árabes.

Em frente da entrada principal, fica o enorme Palácio Episcopal, barroco.

À direita, o Triunfo de San Rafael

em esplanada alta, ao lado do Alcazar, de onde se vê a Puerta del Puente

uma das três entradas da cidade que ainda se conservam  e a Puente Romana 

que atravessa o Guadalquivir, ainda apoiada nos pontões originais, e tem a Torre de la Calahorra, de origem islâmica concebida para entrada e protecção da ponte romana.
O Alcázar de los Reyes Cristianos 

é um palácio-fortaleza, de carácter militar construído pelo rei Afonso XI de Castela em 1326, sobre o Alcazar andaluz residência do governador romano. 
A fortaleza é enquadrada por quatro torres: Paloma, Leones, Homenagem e da Inquisição. 

Recebe-nos a estátua de Afonso XI 

e, subindo estreita escada à esquerda, chega-se ao salão dos Mosaicos

decorada com mosaicos encontrados nos finais dos anos 20 de século XX na Plaza de la Corredera e que formavam parte do circo romano. 

O Pátio de los Naranjos
também aqui, vê-se de uma das janela. 

Os Bañuelos Reales
não têm a grandiosidade dos de Granada, mas são igualmente bonitos. 

Como bonito é o pátio de los naranjos 

que dá acesso aos jardins, esplêndidos, 

com muita água 

e arbustos artisticamente cortados e flores.

O Bairro Judeu é o coração de Córdova. 

Ruas estreitas, 

brancas, pintalgadas com vasos coloridos, 

parecem ter parado no tempo. Ferros-forjados nas janelas, muitas begónias coloridas. 
Vamos encontrando casas senhoriais com fachadas que nem cabem na fotografia, dada a estreiteza das ruas, como a Casa dos Marqueses  de la Vega e Araújo.

Na Plaza Maimonides 

está o Museu Taurino 

onde, no pátio está um touro negro que será o que matou Manolete, cuja pele está no interior do museu.

A praça tem edifícios andaluzes bem interessantes. Um pouco mais à frente, na Plaza Tiberíades a estátua de outro filósofo, Maimonides.

No Zoco municipal 



descansámos, bebemos mais um refresco e fotografámos o pátio e os turistas, num vai-vem constante.

A Sinagoga, na Calle de los Judíos, 

de 1315 (5075 do calendário judaico), de estilo mudejar, construída pelo arquitecto Isaq Moheb, tem um pátio de acesso, um atrium, 

o vestíbulo de orações 

e a escada de acesso à galeria das mulheres. 

A sala de orações tem 6,95x6,37m com o tabernáculo reservado à Torah 

e, do lado oposto, um nicho com arco quebrado onde esteve o retábulo de Santa Quitéria. 

Decorações, em gesso, com motivos mudejares e fragmentos do "Livro dos Provérbios" e o candelabro.
A Casa el Malacara 

tem janelas floridas e está encostada a um arco da muralha.

Perdemo-nos pelo emaranhado das ruas e até encontrámos ruas vazias das multidões que as enchem neste mês de Maio, para espreitar os pátios floridos.
Na Calleja de las Flores

os vasos coloridos destacam-se nas paredes brancas.

Desviámo-nos para ver a Iglesia de la Trinidad.

Na Plaza Ángel de Torres Gómez, 
a Casa do Indiano
do século XV, com estrutura medieval na fachada, decorações mudejares nas janelas e que foi transformada em apartamentos, mantendo a fachada original. 
À frente, a Iglesia de San Roque
do século XVII, parte do convento com o mesmo nome, na calle Buen Pastor.
 Numa transversal, meio escondida, a pequena Iglesia de San Bartolomé

fechada exactamente no momento em que chegámos, mas ainda deu para fotografar o pátio.

Passando em frente da Universidade, 

vislumbrando a torre Alminar, 

ainda entrámos no beco fresco e sombreado

da Mesquita de los Andaluces, fechada, também.

Contornando a Mesquita-Catedral, 
apanhámos o taxi em frente ao Palácio Episcopal.


Prometemos voltar… talvez no Inverno!




* * *