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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

CHINA - MIANSHAN

中国 - 绵山
(Província de Shanxi)  山西

7,8 Setembro 2011


O edifício da estação dos comboios, em Pequim,

é uma coisa megalómana. Gigantesca,
com várias estradas de acesso, impõe-se. As pessoas, como formigas.
Elena acompanhou-nos ao longo de todo o trajecto, até nos sentarmos nos nossos lugares.
Com as informações todas em caligrafia chinesa, seria impossível apanharmos o comboio.
O trajecto que, antes, nos parecia ser uma complicação por não dominarmos a língua e não entender como saberíamos onde sair, foi, afinal, tranquilo. O comboio é moderno, circula, por vezes, a mais de 180 km/hora e tem um visor electrónico com informações em chinês e em inglês. Até sabemos a temperatura na nossa carruagem e no exterior.
O pior foi a alimentação: apesar de ter uma carruagem-restaurante, a escolha era muito pobre.

Foram cerca de três horas até Tayuan, passando por belas paisagens verdes.
Em Tayuan, esperava-nos o Kevin. Diz que somos os primeiros portugueses por estas bandas e perguntou-nos, admirado, como tínhamos descoberto Mianshan, um destino de turismo praticamente apenas interno.
Tayuan é uma cidade enorme e muito poluída. O sol não consegue romper: parece uma bola, como uma lua cheia em noite de luar (...).
Foram mais umas três horas, de carro, até ao nosso destino. A zona que atravessámos tem muitas minas de carvão e as árvores, à beira da estrada, estão negras. A 25 quilómetros de Mianshan, uma central eléctrica a carvão. Pelo Protocolo de Quioto, a China ficou dispensada da redução das suas emissões de dióxido de carbono!
Subimos, subimos, por estrada serpenteante, com grandes ravinas. O dia terminava e, infelizmente, a paisagem só se adivinhava.

Mianshan é uma espécie de santuário construído na montanha. Para entrar, há um portão e uma barreira.
Fomos identificados, pelos passaportes, foi cobrada uma entrada, paga pelo guia.
Encravado na montanha, o nosso hotel surge, finalmente, imponente.

É o Mianshan Yunfseng Shuyan Hotel,
com uma recepção na base, um elevador que nos levou ao 10º piso, atravessámos um grande hall e apanhámos um outro elevador até ao 4º piso (o penúltimo), onde estão os nossos quartos. A higiene não é das melhores, no chão, mas os lençóis estão impecáveis. Têm o básico, embora seja um 4 estrelas. Os turistas chineses não devem ser muito exigentes...
Jantámos muito bem, no hotel. O Kevin disse que tinha ordens para nos dar um jantar muito bom e cumpriu.
Com dificuldade, conseguiu arranjar, na cozinha, dois garfos, para mim e para a Suzana. O Alf até gosta e sabe usar os pauzinhos.

O pequeno-almoço, no dia seguinte, foi encomendado pelo guia, porque os chineses fazem desta refeição uma das melhores do dia, desconhecendo o café, o leite, a manteiga ou, mesmo o pão. Conseguimos uma espécie de torradas e uma espécie de café. Ovos, sem dificuldade, compota de morango e fruta.

O local tem uma lenda, de que resultou a peregrinação dos chineses para homenagear os antepassados.
Diz-se que o imperador se perdeu das suas tropas depois de uma grande batalha e estava a morrer de fome quando lhe apareceu um indivíduo local que, vendo-o a sofrer e não tendo comida para lhe dar, cortou um bocado da sua coxa, cozinhou-a e deu-lha a comer, sem que o imperador soubesse de onde provinha a deliciosa comida. Recuperado, o imperador encontrou os seus guerreiros e foi-se embora, sem agradecer ao camponês, que ficou muito triste e se refugiou na floresta em casa de sua mãe. Quando contaram ao imperador como foi salva a sua vida, ele quis agradecer e chamou o homem ao seu palácio. Mas ele estava tão ofendido que não foi. Então, o imperador veio a este local, mas não conseguiu que o homem aparecesse. Aconselharam o imperador a incendiar a floresta porque o homem gostava tanto da sua mãe que sairia com ela para a salvar. Mas ele morreu com a sua mãe ao colo, tentando salvá-la. O imperador ficou tão chocado que consagrou o local como o centro da comemoração do dia dos mortos e de homenagem aos antepassados, sendo proibido fazer qualquer espécie de lume no exterior, sendo, mesmo proibido fumar.



Visitámos o vale de Shuitao,


subindo por dois caminhos. O primeiro percurso, muito calmo, com pequenos regatos e zonas sombreadas.

No segundo, seguimos o percurso de um rio com belas cascatas,

com esculturas de animais,
com o som da água e alguns recantos encantadores e todos com significado religioso de homenagem à natureza e às suas criaturas. Sombreado, o local que é, provavelmente, um monumento à fertilidade.
Pequenas pontes suspensas de madeira
levam a lugares exóticos como a pequena gruta com dois budas, onde se vai escalando a rocha...
Os chineses que encontrámos estavam encantados connosco. Não é vulgar aparecerem ocidentais por aqui e queriam tirar-nos fotografias e fazer-se fotografar connosco!
No final do passeio, uma das vendedoras das bancas já tinha as fotografias em papel e pediu para escrevermos os nossos nomes e o do nosso país (Putoiá).
O Kevin estava encantado com a nossa à-vontade. Quem diz que os chineses não são simpáticos (como li num artigo de uma jornalista portuguesa de um nosso jornal), não andou pela mesma China que nós. Basta dizer Nihao (Olá) e festejar-lhes as crianças
(que são todas lindas!) e eles "derretem-se".
Almoçámos no hotel e até conseguimos fazer-nos entender por uma das simpáticas empregadas (estão sempre a sorrir) que sabia algumas palavras em inglês. Apesar de o Kevin estar sempre por perto e atento. Não faltaram os dois garfos e os lenços de papel a servir de guardanapo...

A tarde foi dedicada aos templos encravados na montanha,
com acessos difíceis por escadas e rampas.
A religiosidade e filosofia chinesa assentam em três pilares: o Confucionismo, o Taoismo e o Budismo. De uma maneira muito simples, o Confucionismo (551-479 a.C.) defende uma sociedade baseada no indivíduo e na família. O Taoismo está ligado às crenças populares, defendendo os conceitos da ordem do universo, do yin e yang
e da energia qi (substância vital dos seres vivos) que circula no organismo por uma rede de canais e meridianos. O Budismo surge bastante depois, tendo-se expandido, provavelmente, através da rota da seda (séc. I d.C.) e promete a salvação, a reencarnação e um mundo melhor depois da morte.
Em Mianshan existem templos das três religiões, unindo os chineses na peregrinação ao local.
Furámos a montanha
e fomos visitar o templo taoista Palácio Daluo.
Como não temos promessas a cumprir, subimos de elevador
(5 yuans cada um...). A arquitectura exterior é muito bonita e ganha com o enquadramento.
Os vários salões, com estátuas e os incensos, são praticamente iguais.
Como curiosidade, foram os alquimistas taoistas que, buscando o elixir da longa vida, com as suas experiências descobriram, acidentalmente, a pólvora.
Encravados na montanha e suportados por estacas, os templos parecem suspensos.
Por baixo da estrada, as habitações das pessoas que cuidam das infra-estruturas turísticas e de peregrinação.
Atrás do nosso hotel, existe um grande templo budista.
Subimos ao quarto piso do nosso hotel e poupámos muitos degraus até chegar a um dos patamares do complexo de templos espalhados e encravados na montanha. Com actos e devoções, os crentes tentam atingir o Nirvana. Várias capelas, com budas e luohans (seguidores de buda). Queimam-se pauzinhos de incenso de vários tamanhos, colocados dentro ou no exterior dos salões. Num deles, um monge batia num tambor redondo, com sincronismo e fazendo as suas orações.
 Por estreitos caminhos,

cuidando não cair na ravina apenas protegidos por cordões de argolas, continuámos a nossa peregrinação até à grande gruta
por cima da qual estão conjuntos de vários sinos

que foram lá colocados por acrobatas, a pedido de alguns crentes.
Em baixo, uma jovem tocava hulusi, flauta com um som muito agradável.

Olhámos o poço com água, símbolo da vida onde flutuavam algumas notas, e percorremos o estreito caminho de tábuas em frente à fila de casas de madeira
que tínhamos visto ao longe
e que são locais de meditação dos monges.
No outro extremo, bem escondido na montanha
onde se acede por um grande ziguezague de escadas suspensas, o templo da deusa da fertilidade. A Suzana e o Alf iniciaram a subida.

E nova escalada na montanha, pelas correntes de cadeado pelo corajoso Alfredo!
O jantar foi um banquete
organizado pelo nosso fantástico guia. O Kevin até uma sobremesa doce nos conseguiu arranjar, conversando com as cozinheiras
Ainda tentámos a saída do hotel, à noite (com o aviso de que devíamos ter cuidado, feito pelo Kevin, mas o frio e a escuridão e o receio de cair em alguma ravina, mandou-nos para o conforto do hotel.

Saímos, na manhã seguinte, às seis da manhã.

Tivemos de acordar o guarda da montanha, com várias buzinadelas, para sair de Mianshan.
Custou entrar e custou a sair.

Ficou a memória dos belos templos suspensos


de um lugar único onde fomos os primeiros portugueses a pôr os pés.



* * * * * *


sábado, 8 de outubro de 2011

CHINA - PEQUIM (BEIJING)

中国 - 北京北京)

3,4,5,6 Setembro 2011


Fizémos a viagem via Amsterdam.
Beijing ou Pequim significa "capital do norte". Desenvolveu-se em anéis concêntricos desde a Cidade Proibida e cresceu tanto que tem 19 milhões dos 1,3 mil milhões de habitantes da China.
A cidade tem muitos pontos de interesse e tivemos que nos organizar com a nossa delicada guia Elena (os guias adoptam nomes ocidentais, para facilitar o contacto com os turistas) e o motorista, para ver o que é mais emblemático.
O hotel, Crown Plaza, fica muito bem situado e, no primeiro dia, passeámos pela Wangfujing Dajie,

a grande rua pedonal, a dois passos. É a principal rua comercial de Pequim, onde se pode encontrar de tudo, desde as grandes e luxuosas lojas de marca até a objectos de arte, artesanato e quinquilharias.
Muita gente, muita confusão. E um tráfego infernal, com completo desrespeito dos automobilistas pelos peões, mesmo nas passadeiras.
A meio da pedonal, a igreja católica de São José,
chamada a Catedral Oriental, com três cúpulas e pedra escura com caracteres chineses. No adro, além dos jovens exibindo as suas habilidades no skate, uma profusão de noivos e fotógrafos.
Numa lateral, o típico Mercado Nocturno onde,
no meio da multidão, se podem encontrar os mais exóticos petiscos, desde os escorpiões, aos grilos e gafanhotos.

E muita, muita quinquilharia.
Os chineses vendem tudo. Também compram muito.

O Templo do Céu (Tian Tan),
foi construído durante a dinastia Ming, em 1420, pelo 3º imperador desta dinastia. Na ampla entrada, os reformados jogavam, davam um pé de dança,
praticavam tai-chi
e escreviam poemas em caligrafia chinesa com os pincéis molhados em água.
As principais partes do templo estão ligadas pela ponte da Escadaria de Cinábrio,
uma passagem elevada com a orientação auspiciosa norte-sul.
O altar circular é feito com círculos de lajes dispostas em múltiplos de 9 (número de sorte) onde os sacrifícios de pequenos touros eram feitos pelo imperador.
O Salão de Orações
das Boas Colheitas, Qinian Dian, que quer dizer "Altar do Céu" é, sem dúvida o mais espectacular. Tem três telhados circulares azuis,
da cor do céu, e um remate dourado à prova de raios. Tem 38 metros de altura, com paredes exteriores vermelhas (a cor do imperador) e esculturas de dragões e fenixes. O tecto interior
é de madeira sem um único prego, suportado por 28 pilares ornamentados.
Saímos pelo bosque dos cedros,
onde os mais velhos continuavam na prática de actividades, à sombra de árvores com mais de 400 anos.

A maior avenida de Pequim, atravessa a cidade de este a oeste, em 46 quilómetros, chama-se avenida da Paz Eterna (Changan), com grandes edifícios que são ministérios e hotéis e também a sede da televisão nacional da China, a Torre Nova de CCTV
da autoria do arquitecto holandês Rem Kollas ( autor da Casa da Música, no Porto). Atravessámo-la para visitar o Templo dos Lamas.
O lamaísmo
é uma seita do budismo do Tibete, de onde veio, no séc. IV, por oposição ao confucionismo, que não acreditava na reencarnação e num reino melhor depois da morte. Atravessámos uma bela alameda
 sombreada por gingkobilobas,
as árvores mais velhas da Terra.
Construído no séc. XVII, o Templo dos Lamas (Yonghegong) é uma fusão de estilos Han, Mongol e Tibetano. À entrada, um casal de leões fazem a guarda. O macho,

com a bola debaixo da pata
e a fêmea com a pata por cima da cria.
Vários salões
guardam diversas estátuas de buda, mas a maior atracção está no Pavilhão Wanfu Ge.

É uma imponente estátua de
Maitreia ou Buda Vindouro,
com 18 metros de altura em uma só peça de madeira de sândalo, oferecida ao 6º imperador da dinastia Qing pelo Dalai Lama.
Os hutongs
são o coração da cidade velha. De riquexó,
embrenhámo-nos pelo emaranhado de ruelas. Orientados no sentido este-oeste, são formados pelos muros das casas viradas para pátios (siheyuan) que eram, outrora, residência de funcionários e burgueses. Visitámos uma casa particular,
com as divisões todas viradas para o pátio sombreado por arbustos de onde caiem pequenas abóboras.

A caminho dos dois maiores ícones de Pequim, parámos no Teatro Nacional, denominado o "Ovo".

Desde 1989, a entrada na Praça Tianamen
(Tian'an Men)
é rigorosamente vigiada, com as mochilas e carteiras a passarem ao Rx. Ainda está na nossa memória a figura do estudante enfrentando os tanques do regime.
Tian'an Men Guangchang significa Praça da Porta da Paz Celestial. Com 440.000 metros quadrados (880X500 metros), é a maior praça do mundo, construída em 1949.
O Mausoléu de Mao Zedong (Tsé-Tung)
está em lugar de destaque enquadrado por um conjunto de esculturas representando a revolução. À volta, os edifícios em estilo comunista da década de 50 do séc. XX e pelas muralhas da cidade. Fervilha de gente. Uma coluna de granito
(Monumento aos Heróis do Povo),
de 1958, decorada com baixos relevos com episódios da história da revolução e caligrafia de Mao Zedong e Zhou Enlai.
A proclamação da fundação da República Popular da China foi feita a 1 de Outubro de 1949 por Mao a partir da Porta da dinastia Ming
onde está o seu retrato, que é retocado todos os anos.
O Museu Nacional da China
fica à direita e foi construído em 1959. À esquerda, o Palácio do Povo,
que é sede do parlamento chinês. Atrás do túmulo de Mao, a Torre da Flecha e a Torre Zhengyang Men, construídas na dinastia Ming.
A luz é estranha. A imensidão da praça assusta.
Atravessámos a Chang'an jie por uma passagem subterrânea até à Cidade Proibida.
Esta,concluída em 1420, é o ex-libris de Pequim e da arquitectura imperial,
testemunhando a vida faustosa e gloriosa de 24 imperadores que aqui viveram
ao longo de 500 anos até 1912, ano em que o último imperador Puyi (ver filme de Bertolucci...) abdicou.
Diz-se que tem 999 divisões
porque o reino celestial tem 1000 e o imperador era o deus na terra, imediatamente a seguir ao deus celestial. É um complexo de belíssimos edifícios
separados por pátios. Entrámos pela Porta da Pureza Celestial encontrando, em frente, o Salão da Harmonia Protectora.
Nos telhados, os remates com guardiões,
em número ímpar. O Rio das Águas Douradas
corre de oeste para leste, em forma de cinto de jade usado pelos oficiais da corte, tem 5 pontes de mármore
que simbolizam as 5 virtudes do confucionismo.
As portas, grandes, vermelhas
(o vermelho é simbolo de poder) estão cravejadas com 81 cravos de bronze (o resultado de 9x9 é de bom auspício).
Saímos pela Porta do Meridiano (Wu Men) de cuja varanda o imperador passava a revista aos exércitos e presidia às cerimónias do começo de cada ano.
A área total é equivalente a 72 campos de futebol!
Os jardins imperiais
ficam a norte, destacando-se o Pavilhão dos Mil Outonos e o Pavilhão das Mil Primaveras, com telhados redondos.
A muralha e o fosso circundantes

isolavam a Cidade Proibida da gente comum.

O palácio da Cidade Proibida estava ligado ao
Palácio de Verão
por um rio que a imperatriz Cixi (1835-1908) percorria de barco para se resguardar dos verões escaldantes. Esta imperatriz foi uma figura importante na história da China e na deste palácio que mandou reconstruir por duas vezes: depois da destruição pelas tropas francesas e inglesas em 1860 e depois da revolta dos Boxers, em 1902.
Situado num frondoso parque, está à beira de um grande lago (Lago Kunming)
que rodeia 3/4 da área do palácio, em forma de pêssego (que significa longevidade), no cimo de uma colina com a forma de morcego (morcego diz-se fu e tem o mesmo som da palavra felicidade em chinês).
Composto por diversos pavilhões
com nomes como Salão da Benevolência e da Longevidade, da Felicidade, das Ondas de Jade. Entre o Salão da Longevidade (com o trono da imperatriz Cixi) e o cais, está uma longa galeria coberta,
belíssima e fresca, com jardins de um lado e o lago do outro,
decorada com mais de 14.000 pinturas de paisagens, animais e flores. Tem 728 metros de comprimento e está no livro Guiness dos records como a maior galeria (corredor) coberta do mundo.
No fim do corredor, no cais,
a barca de mármore
que a imperatriz mandou construir, em madeira pintada de branco para parecer mármore. Foi aí que apanhámos a barca do dragão
para atravessar o lago.
A Ponte dos Dezassete Arcos
liga a ilha do lago sul a terra, com 544 balaústres coroados por leões de bronze. No alto da colina, o Pagode da Fragrância de Buda.

À noite, deslumbrámo-nos com o espectáculo da ópera,
com muita cor e muitas peripécias,
numa história muito simples
e música monocórdica. Pagámos 260 yuans (cerca de 30 euros) cada um e pudemos fotografar tudo, sem flash.

O outro ícone da China, é a Grande Muralha.
Serpenteia por 6.700 quilómetros, por picos montanhosos, vales e desertos.

Foi em 220 a.C., no reinado de Qin Shi que os vários troços foram unidos,
depois da unificação da China. Não protegeu, no entanto, contra a invasão dos Mongóis (séc. XIII) e dos Manchús (séc. XVII).
O troço que visitámos fica a cerca de 80 quilómetros de Pequim e foi construída ao longo de cumes e encostas, bem difícil de percorrer,
mas de onde desfrutamos de belas paisagens.
As torres ou baluartes estão separadas por uma distância de um disparo de flecha (para não deixar nenhuma secção indefesa), mas com a inclinação, a distância para caminhar é bem maior. Também servia de comunicação através de sinais de fumo (queimando fezes de animais), luzes, tambores e sinos.
Descansámos alguns minutos, saboreando um chá, na companhia da Elena e da Suzana, que nos esperavam em baixo.

Os Tumulos Ming

foram a nossa última visita em Pequim.
Localizados num sítio cuidadosamente escolhido pelo auspicioso alinhamento fengshui, com a cordilheira de montanhas a norte, este e oeste, abrindo-se para sul.
Na área, que tem cerca de 40 quilómetros quadrados, estão 13 dos 16 imperadores da dinastia Ming.
O complexo começa num portão vermelho onde os imperadores deixavam os cavalos, percorrendo a pé os 7 quilómetros do Caminho Sagrado, ladeado por 36 estátuas de pedra de oficiais, soldados, animais e animais mitológicos, para visitar os túmulos dos antepassados e as obras do seu próprio. O caminho era feito 7 vezes por ano.
Visitámos o túmulo do imperador Yongle,
uma cópia, em tamanho pequeno, da
Cidade Proibida,
mas numa zona de montanha, arborizada.
Um dos salões foi adaptado para expôr os tesouros encontrados num outro túmulo, entre magníficas e enormes colunas em nanmu (cedro perfumado).
Na mesma linha, o portão de mármore
que marca a passagem para o reino dos mortos.
Na Torre Sagrada,
de onde se vislumbram alguns outros túmulos, uma monumental peça de mármore
com a inscrição do nome do imperador. Atrás, um muro circular com uma colina artificial debaixo da qual repousa o imperador com as suas riquezas e familiares, escravos e amigos.
Mas não saímos de Pequim sem assistir a um espectáculo de acrobacias no Dongtu Theatre, na companhia de uma alegre algazarra de uma excursão de estudantes coreanos.





Amanhã, o dia vai ser de viagem.
Para Mianshan! Aguardem.

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