Translate my Blog

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

USA - LAS VEGAS e GRAND CANYON


13 a 18 Junho 2011



De New Orleans até LAS VEGAS
são 3h e 40 minutos e 1h a menos no fuso horário.
Chegámos às 20:30h. Foi fácil levantar o carro de aluguer no aeroporto e fomos directos ao "Stratosphere hotel", na Stratosphere Tower

atravessando o Las Vegas Boulevard (The Strip) e recebendo o primeiro banho de néons.




Las Vegas fica no Estado de Nevada, a 60km da fronteira com a Califórnia. O jogo foi aqui legalizado em 1931. O "Flamingo Hotel e Casino" 
foi o primeiro a ser construído no Las Vegas Bd, em 1945. Aparece em filmes de época, nomeadamente em alguns protagonizados por Elvis Presley.
Capital mundial do jogo, rapidamente aqui apareceram os restaurantes mais conhecidos de São Francisco, Nova Iorque e Los Angeles.
O jogo funciona 24h por dia. Para nos registarmos no hotel, tivemos que atravessar o casino 
onde o ambiente é igual, noite e dia, numa penumbra onde brilham as luzes coloridas das máquinas. Dezenas de metros separam a entrada, recepção e elevadores, obrigando-nos a atravessar  o casino sempre que queremos aceder aos bares, restaurantes, lojas.
Os hotéis não são caros. E há jogadores que nem daqui saem: descansam um pouco e descem de novo para as máquinas.
Depois de instalados, rodámos até Fremont Street
onde foi emitida a primeira licença de jogo, na Glitter Gulch, assim chamada pela profusão de anúncios e luzes néon.
Actualmente, o local perdeu a importância como local de jogo porque, ao longo da The Strip foram construídos grandes hotéis profusamente decorados, alguns bem kitch, mas com chamarizes para cativar  os jogadores e não só, todos com estacionamento gratuito na cave e casino no primeiro piso. Para preservar a zona, cinco dos quarteirões da Fremont, da Main Street ao Las Vegas Bd, foram transformados na Fremont Street Experience
uma zona pedonal coberta, com casinos e um espectáculo de luzes e som com mais de 2 milhões de luzes controladas por computador 
e uma área de slide por cima das nossas cabeças,
com pessoas a sobrevoar-nos, aos gritos. Uma loucura!
Regressámos pela The Strip, orientados pela Stratosphere Tower, deslumbrados pelas luzes: 
Torre Eiffel, 
Venetian, 

Caesar's, 

Bellagio, 

Mirage, 
o velho Flamingo…

E as capelas dos casamentos!

O pequeno-almoço não estava incluído e, por isso, saboreámo-lo no "Rocky's Cafe", estilo Anos Sessenta, 

com juke-box à porta.

A 24Km a oeste, está o Red Rock Canyon

também chamado The Scenic Drive

Pagámos 7 dólares à entrada e, por cerca de 20km, devagar, fomos apreciando a paisagem, 

parando nos pontos de observação: Calico I, 

Calico II, 

Sandstone Quarry, o ponto mais alto.

Os trilhos também são bem marcados, para quem gosta de caminhadas.

Voltámos ao hotel para subir à Stratosphere Tower, onde está o nosso hotel. Com 350m de altura, é a torre de observação mais alta dos USA. Daqui, pode ver-se a planície, as montanhas do deserto

e The Strip

E os malucos das experiências radicais.

Jantámos no hotel, o melhor buffet experimentado neste país.
Queríamos visitar o Venetian, uma espécie de "Veneza dos Pequenitos". 
Estacionámos no parque do Palazzo

cuja temática é a época romana, e atravessámo-lo até ao Venetian.
Lá estava a Ponte Rialto, 

San Marco. 

A escala das distâncias não está respeitada (claro) e ficamos com a sensação de que está tudo ao monte. O Gran Canale está sem água mas, entrando, depois de passar a área do casino, encontramos as lojas das grandes marcas marginando um canal com água onde se vêem gôndolas e gondoleiros e um "céu de entardecer" (já é noite cerrada…), magnificamente reproduzido. 

A voz do gondoleiro que cantava "Santa Lucia" foi abafada pela do Alfredo, obrigando o pessoal a olhar para nós, que caminhávamos, talvez pensando que estava tudo encenado!!!

Voltámos à The Strip para descobrir, na amálgama, o Luxor com a Pirâmide e a Esfinge, 

o Mandalay Bay

o Encore

a Torre Trump

E até a Ponte de Brooklyn 

e o Crysler Building.

No dia seguinte, depois do pequeno-almoço também no Rocky's
saímos com as malas.
Diálogo no elevador, ao lado das malas (em inglês):
- Vão embora?
- Sim.
- Ganharam?
- Não jogámos!
Espanto!!!
- … por isso, ganhámos!
Não passaria pela cabeça destes americanos que alguém viesse a Las Vegas e não jogasse!…

Em direcção a South Rim

(a parte sul do Grand Canyon), fizemos uma parte da lendária Route 66 ou Road 66 ou Mother Road
por onde , por volta dos anos 20 do século XX, se fugia da fome e da miséria, à procura de um Mundo Novo. Ligava Chicago a Los Angeles e deu vida a um estilo de arquitectura diferente. 

Em 1970 foi mutilada pela construção de auto-estradas, mas alguns troços ainda mantêm a nostalgia de outros tempos. É o caso de Williams, com placas de bares.

Depois da barragem Hoover Damno rio Colorado, 
entrámos no Estado de Arizona.

No deserto, a aridez da paisagem castanha é manchada com alguns tufos verdes.

A paisagem faz-se de mesetas, 

alguns povoados índios

e o rio Colorado.

Atravessámos a Kaibab National Forest

Tusayan

e apareceu a entrada do parque 
Grand Canyon South Rim 
onde parámos para pagar 25 dólares para o carro poder passar. 
Alojámo-nos nYavapai Lodge

e saímos para procurar os pontos interessantes, depois do almoço na área social.

A partir do parque de estacionamento, funciona um vai-vem de shutles gratuitos, que param nos vários pontos de observação.
Powel Point.

Mohave Point.

Hermits Point.

Qual deles o mais fascinante. Como nos sentimos pequeninos!… Mais pequeninos do que o rio Colorado, lá em baixo, 
sinuoso, aparecendo e desaparecendo por entre as rochas avermelhadas. Foi ele que foi esculpindo alguma da paisagem durante milhares de anos.
A Casa dos Irmãos Kolb (Kolb Studio), 

na escarpa, transformada em pequeno museu de fotografia parece suspensa na rocha. Foi aqui que estes irmãos (Emery e Ellsworth Kolb) se instalaram para, pela primeira vez, fotografar e filmar o Grand Canyon.

A história do Grand Canyon começa, com vestígios humanos, há 12.000 anos. Entre 1300 e 1500, antepassados dos Havalapai, Havasupi, Paiute do Sul e Navajo mudaram-se para esta área. Em 1540, os Espanhóis chegaram a South Rim. Em 1869, John Wesley Powell chefiou a primeira expedição com intuito de explorar a zona.
O pôr-do-sol foi contemplado no Yavapai Point,
virados para a garganta.

Jantámos no "Arizona Room", depois de árdua pesquisa de lugar para estacionar o carro. O barman, enquanto esperávamos, meteu conversa e perguntou se éramos de Chicago (!). Já se preparava para contar a história do amigo que lá tinha, mas apressámo-nos a esclarecer a nossa origem. 
A comida é boa.

Os pequenos-almoços são um verdadeiro ataque à Natureza. Os plásticos para deitar fora vão dos pratos e canecas aos talheres. No final, o lixo é do tamanho do Grand Canyon!!!
Esperáva-nos o North Rim. Pelo caminho, inesperadamente, o alce surge, a comer na floresta, em Pipe Creek Vista.


No Grand View Point

a 2250m de altura, a vista é de cortar a respiração.
Um coyote atravessou a estrada, assustado e bandos de condores sobrevoam o canyon.
No Lipan Point, fotografámos as curvas do rio Colorado.

No Desert View (Canyon central e este), 

além da paisagem fantástica, a Torre de Vigilância

desenhada por Mary Colter (1870-1958), uma das mais influentes arquitectas da América, numa época em que as mulheres com esta profissão eram praticamente desconhecidas. Fascinada pelos estilos nativos americanos, 

criou o estilo National Park Service Rustic.

Contornámos o Canyon durante cerca de 70km e entrámos novamente na Kaibab National Forest.

Depois, de novo no deserto, 

aparecem as quebradas 

e as bancas dos índios, com artesanato.

Tuba City aparece, uma pequena cidade índia.

Paisagem seca, avermelhada, com pequenos redemoinhos de vento.

O destino era Monument Valley

um local fantástico, imponente, com formações desenhadas pelo vento durante milhões de anos.

A primeira vez que abrimos a porta do carro, para melhor fotografar, a areia inundou tudo.
Mesetas gigantescas

e catedrais de pedra vermelha 

levantam-se do chão onde a areia fina caminha.

Já no Utah, continuando com a paisagem inóspita, encontrámos um "Subway" onde a Muriel, índia Navajo de 16 anos, pediu para beber um refresco connosco. Tem uma bolsa de estudo da Bible Scollar Ship e vai utilizá-la na Nova Zelândia ou na Alemanha (ainda está indecisa…). Só saiu daqui para ir a Chicago, com a escola. "Gostaste?". "É muito verde. Fartei-me de chorar com saudades disto!". Do deserto. "Do vento?". "Ah, hoje até não está vento nenhum!…". Pois.

Continuámos viagem até ao Horse Shoe Bend, em Page.
O sol, abrasador, podia fritar ovos nas nossas cabeças. O letreiro estava ali, mas não indicava a distância a ser percorrida, a pé.
O Ricardo não hesitou. Máquina fotográfica ao ombro e pés ao caminho. "Não deve ser longe!…". Para ele, nada é longe demais. "Nunca desistas!", é o lema dele.
O Alf não arriscou: "Não fiz mal a ninguém!".
Os pés enterravam-se na areia. 

"Deve ser já ali…", animámo-nos, eu e a Joana. No cimo da colina, encontrámos um grupo, que regressava. "Beautifull!". Que, sem dúvida, valia a pena.
Lá em baixo, o Ricardo parecia uma formiguinha.
Devagarinho, a conversar, lá chegámos, com o sol a baixar, em contraluz.

Foram 1500m de caminhada, extenuante, ao sol, pisando areia. 
Mas valeu a pena: o Colorado contornava um grande pilar, formando a ferradura… e brilhando. 
Lindo!

o regresso foi mais penoso. 
A pele dos lábios queimava.

A seguir, os Vermillion Cliffs
uma imponente barreira de montanhas vermelhas.

Depois, de novo na floresta. 

E a chegada ao "North Rim Lodge". 

Uma área social bonita, enfeitada com motivos índios e com localização invejável, alcandorado no Canyon.

O dia terminava e ficou marcada a panorâmica para amanhã.
O jantar teve que ser pré-marcado. É o único sítio com comida em muitos quilómetros… e só havia disponibilidade para as 21h. Tínhamos uma hora para encontrar as nossas cabanas e para nos instalarmos. E não foi tempo demais: as cabanas estão dissimuladas na floresta, 

em grupos de 5 ou 6 e, com pouca luz, não foi fácil…
No restaurante, 
o ambiente é muito bom, bem como a comida, que foi acompanhada por um bom Cabernet Sauvignon da Califórnia.

North Rim 
é mais elevado, mais frio e mais verde do que South Rim. Encerra de Outubro a Maio, por causa da neve. O lodge data de 1927/1928, com 120 cabanas que arderam em 1932. Foi reconstruído em 1936/1937 utilizando as fundações e as chaminés originais.

O pequeno-almoço foi na sala onde jantámos, com vista para o Canyon.

Um pequeno passeio, conversa amena com o simpático funcionário do Post-Office 

e um café expresso no bar, 

antecederam a despedida.

Parámos no Point Imperial, um desvio de cerca de 5km, para ver o ponto mais alto do Grand Canyon, com 2683m.

E voltámos à estrada, a caminho de Las Vegas, para assistirmos ao espectáculo do Cirque du Soleil, cujos bilhetes tínhamos reservado desde Portugal, via internet.
Depois da frondosa floresta (Kaibab National Forest)

com vários matizes de verde e prados, uma área queimada com cerca de 13km, ao longo da estrada, a tentar recuperar. 

Nova área de floresta e, depois, o deserto até Las Vegas.
No Hurricane Valley, 
almoçámos no "Durango's Mexican Grill", uns burritos com excesso de molho.

Continuando viagem, sentimo-nos prisioneiros entre montanhas vermelhas, num vale escarpado fantástico.

Chegámos a Las Vegas por volta das 18h e fomos directos ao "Bellagio" para levantar os bilhetes do espectáculo "O" do Cirque du Soleil, 

sendo surpreendidos pelo luxo com motivos romanos. No átrio, a decoração temporária sobre o "Independence Day" (4 de Julho).

Regressámos ao "Stratosphere hotel", mudámos de roupa depois de um banho reconfortante e voltámos ao "Bellagio", onde estacionámos. 

Assistimos ao espectáculo de água e som, no lago, 

e jantámos numa esplanada artificial, onde o ar condicionado e o céu a fingir 
nos transportou para o clima de um país à beira-mar plantado.

O espectáculo proporcionado pelo Cirque do Soleil, 

com motivos aquáticos e saltos acrobáticos para uma piscina no palco, com várias histórias cruzadas e com mudanças de cenário e níveis de água, o "Cirque" 
não desiludiu e ultrapassou, mesmo, francamente, todas as expectativas!


Amanhã, as grandes Sequóias esperam-nos.


* * *