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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

CHINA - XI'AN


9 e 10 Setembro 2011
 
De Mianshan, saímos de carro até Tayuan e daí de avião até à cidade dos Guerreiros de Terracota, num voo de meia hora.
Esperava-nos a Amanda. Não fala o espanhol fluente da Elena de Pequim, mas dá para entender se nos limitarmos ao essencial.
Xi'an
era o começo da Rota da Seda que passava pela Pérsia (Irão) e Turquia, antes de chegar à Europa.
É uma cidade muito antiga, com cerca de 4.000 anos, a mais velha da China, tendo sido a sua primeira capital. Aqui viveram 11 dinastias de importantes imperadores.
É a capital de Shaanxi, província banhada a leste pelo Rio Amarelo.
Foi aqui que o 1º imperador da China, Qin Shi, unificou a China, cerca de 2.000 anos a.C. e foi capital durante 1.200 anos.
Hoje, é uma cidade muito populosa, com cerca de 9 milhões de habitantes. Tem cinco anéis de estradas à volta do centro e 8 rios rodeiam a cidade.
Depois do almoço-buffet num hotel 5 estrelas, fizemos a visita do Grande Pagode do Ganso Selvagem.

Começou a chover e foi acompanhados de muita água que fizemos a visita possível. Actualmente, o pagode está inclinado,
em risco de cair e, por isso, não o visitámos por dentro.
Os pagodes são originários da Índia e derivam da stupa budista, mas os chineses foram adaptando a sua arquitectura
até se tornarem torres de vários pisos em pedra, tijolo ou madeira. Este é da dinastia Tang, construído em 652 d.C. e erigido em memória da mãe do imperador Gaozong, a imperatriz Wende, em homenagem ao monge Xuanzang
que viajou até à Índia e traduziu centenas de escrituras do sânscrito para o chinês. Diz a lenda que, quando regressava com as sutras, atravessou o deserto
e estava a morrer de sede quando apareceu um ganso selvagem que o conduziu a uma fonte, salvando-lhe a vida.
De estrutura quadrada, com o exterior em tijolo, tem 64 metros de altura.
No salão principal
do complexo, por trás de um interessante incensário, os monges recitavam sutras
às três estátuas de Buda ladeadas pelos seus luohans ou arbants, enquanto a chuva caía intensamente.


 Voltámos ao tráfego infernal da cidade.
Atrasámo-nos de tal modo que ainda jantámos antes de nos instalarmos no hotel. Foi no "Sunshine Grand Theater" onde se preparava um desfile de moda para a noite e, por isso, fomos recebidos por belas hospedeiras com lindíssimos trajes regionais.






No hotel, Sofitel, na Renmin Square Xian,
ficámos instalados em magníficas suites.
Na manhã seguinte, saímos de malas aviadas.
Visitámos a Grande Mesquita, inicialmente construída na dinastia Tang, em 742 a.C., nos primórdios do islamismo na China, em estilo chinês, subsistindo ainda alguns edifícios da dinastia Qing.
Para lá chegar, temos que atravessar o mercado do bairro muçulmano e um túnel enorme de lojas,
atrás das quais habitam os seus donos. Nascem e vivem aqui, recusando a entrada dos filhos nas escolas, que começam de pequenos na vida comercial.
Rodeada por habitações de condições duvidosas, a mesquita é um oásis de tranquilidade.
Tem quatro pátios e um belo arco em madeira
(séc.XVII) de 9 metros, no primeiro pátio. No terceiro, fica o minarete da Introspecção, um pagode octogonal com telhado de três pisos. A principal sala de orações
é revestida de azulejos turquesa e com inscrições retirada do Corão, no tecto.
A razão da visita a Xian, foi a última visita. Como a cereja no cimo do bolo.

O Exército dos Guerreiros de Terracota
 foi descoberto em 1974, quando um camponês escavava um poço para a sua casa.




A Montanha Li (montanha do Cavalo Negro, assim chamada porque está repleta de pinheiros escuros e o seu formato parece um cavalo) foi o local escolhido para a construção do túmulo do 1º imperador da China (Qin Shi), que unificou a China, matando os reis dos 8 reinos que formavam o país. O seu exército era composto por 8.000 guerreiros e, por isso, se supõe que será esse o número das figuras enterradas e terão sido feitos um a um, copiando o rosto de cada indivíduo. Eles fariam a sua defesa, no outro mundo, quando se encontrasse com os reis que matara.
A argila da região é muito fina e não necessita da adição de água para ser moldada.
A média de altura dos guerreiros é de 1metro e 80, havendo alguns com 1 e 90, pesando cada um cerca de 300 quilos.
A construção do túmulo, com os guerreiros e o monte (colina artificial)
debaixo do qual fica o túmulo, demorou 37 anos a completar, ocupando 720.000 operários/escravos.
O túmulo ainda não foi escavado porque não existem condições técnicas para poder preservar o que se encontrar. Os objectos deterioram-se ao contacto com o ar. Os próprios guerreiros, quando foram encontrados, tinham cores vivas.
Também se diz que o complexo terá os túmulos de 48 concubinas que terão sido queimadas vivas com o imperador, bem como os de todos os trabalhadores, para não revelarem o local do túmulo.
Perto do túmulo, foram encontradas mais de 3.600 peças metálicas, entre as quais duas magníficas quadrigas em bronze que estão no salão de exposições.

    
Os guerreiros estão distribuídos por três valas, dispostos em formação ordenada. Os cavalos têm sido restaurados a partir de fragmentos encontrados no local, tal como os guerreiros.
A 1ª vala tem cerca de 14.000 metros quadrados e guerreiros originalmente equipados com armas (espadas, lanças, arcos e flechas).
A 3ª vala tem cerca de 12 metros quadrados, com funcionários de estado maior, em menor número.
A 2ª vala, ainda em trabalhos, com 3.000 metros quadrados, terá 2.000 oficiais.
As valas que abrigam os guerreiros estavam originariamente cobertas com tábuas envoltas em palha.
Os pormenores, como os penteados, são muito interessantes e todos diferentes.


Debaixo de chuva, atravessámos a cidade enfeitada para o festival hortícola cujo símbolo é uma vermelha romã,

até ao aeroporto, em direcção a Kunming.


*****

11 comentários:

Maria Julia disse...

Que DESLUMBRE!!!

Adorei e dispenso-me da repetitividade das qualidades fotográficas e descritivas...

PARABÉNS Alf e Daisy.

Beijinhos.

Juju.

lili disse...

ADOREI!!!
Além das sempre belas fotos e do texto bem redigido, a grande lição de História Oriental encheu-me "as medidas" como se costuma dizer em gíria.
Obrigada queridos Amigos pela partilha.
Um Abraço
LILI

olinda Rafael disse...

Continuo a adorar "viajar" convosco! Assim vou conhecendo maravilhas...
Beijinhos

São Rosas disse...

Bem hajam!

Carlos Dias disse...

Magnífico. E eu que estive quase a ir a Xian. Não fui. Oportunidade perdida. Acho que para sempre!

cota13 disse...

Obrigado MENINOS.
Um Grande Abraço.
Tonito.

Carlos Viana disse...

Há dias tive conhecimento de que me iam retirar os 50% de desconto nas minhas viagens.
Fiquei triste, quase chorei...

Afinal de contas, não tinha razão para tanto drama.
Acabei de fazer uma fantástica viagem, absolutamente à borla!

Obrigado, Daisy e Alfredo.

Rui Felício disse...

Como sempre, a excepcional qualidade das fotografias e dos textos explicativos, fazem-me conhecer locais onde nunca fui.
Com a sensação de ter participado na viagem.

Parabéns e obrigados Daisy e Alfredo!

Anónimo disse...

Fantástica reportagem, depois de a vermos ficamos com a sensação que viajamos convosco, parabens.

Abraço dos amigos,

Luís e Fátinha

celeste maria disse...

Andei, andei, por cidades, jardins, rota da seda, túneis, mercados, pagodes inclinados,passagem de modelos, festas, de frutos, de flores,...!
Mas as esculturas em terra cota surpreenderam-me pela dimensão das figuras e pelos pormenores descritos pela Daisy.
Ainda não terminou a viagem, mas temos de descansar, até que o Alfredo nos mostre as suas imagens e as respetivas explicações.
Beijos aos dois.

DOM RAFAEL O CASTELÃO disse...

Já Terracotei tudo!
E gramei muito!