Translate my Blog

sábado, 13 de julho de 2019

TRANSIBERIANO - Grand Trans Siberian Express (GTSE)

De Moscovo a Pequim
8 a 24 Junho 2019

Voámos de Lisboa para Moscovo, num trajecto de 5h, na TAP, de noite, sem condições de qualidade na classe business.
A guia que nos esperava em Moscovo 
falava português e deixou-nos no Radisson Blu Olimpiskie 
onde tomámos o pequeno-almoço, depois do check-in.

Como, oficialmente, ainda não estávamos no programa do Transiberiano e não queríamos dormir, pedimos um taxi para a grande rua pedonal Arbat. 
Stary Arbat (Velha Arbat) 
com 1km de edifícios interessantes. 
O nome significa "subúrbio" (de origem tártara, pois o seu início é do século XV). É tão popular  que até um poeta, Bulat Okudzava 
lhe compôs muitas letras de canções.

Restaurantes, bares 

e lojas com muitas Matrioskas!



A casa de Alexander Pushkin 
aparece com umas das gigantes Sete Irmãs (do Classicismo Monumental Russo, stalinista) por trás. 
O poeta e a pintora Natalia Goncharova 
também aqui estão homenageados.

O calor insuportável mandou-nos para o hotel, depois do almoço numa das esplanadas.

Conhecemos a guia
que nos vai seguir em todo o Transiberiano (russo-portuguesa... que fala a língua de Camões na perfeição!) e tivemos o jantar de boas-vindas e apresentação.
O nosso grupo de língua portuguesa tem mais dois portugueses (de Coimbra!) e dez brasileiros.
A visita oficial a Moscovo começou no dia seguinte.

Em todos os locais onde o nosso Transiberiano pára, há um guia local, mas  a nossa Anastasia está sempre atenta aos que vão ficando para trás a tirar fotografias...
Parámos na Praça Manège (Menezhnaia) 

com a Fonte da Paz Mundial
  
coroada por São Jorge e o Dragão e que tem, por baixo, um grande shopping. O Manège de Moscovo foi construído para picadeiro, mas funciona actualmente como sala de espectáculos.
Antes de passar as muralhas do Kremlin (cujas ameias têm o feitio de Andorinhas..), 
o Monumento ao Soldado Desconhecido 

(desperta a curiosidade ao turista que não dispensa a foto com os jovens soldados).

O Kremlin é a Cidadela dos Czares, hoje residência do Presidente e sede do Governo. 

Tem 5 palácios, 4 catedrais e muralha com torres. 

Foi construído em 1156 na confluência dos rios Moskva e Neglinnaya. No século XV, Ivan o Grande substituiu a muralha de madeira por outra de pedra, convidando mestres italianos. 
Em 1930 foi encerrado e vandalizado. 

Dois anos depois da morte de Stalin foi parcialmente aberto ao público, as igrejas recuperadas e transformadas em museus.

Entrámos e saímos do Kremlin pela Porta da Trindade, 
com 76m, a única sobrevivente do circulo de torres que defendiam o espaço.

O primeiro edifício interessante que encontrámos, depois dos canhões alinhados no Palácio do Arsenal, 
em frente ao Palácio do Governo, foi o Palácio do Patriarca 
(residência do chefe da Igreja Ortodoxa da Rússia) 
e a Igreja dos Doze Apóstolos 
que lhe está agregada e é, hoje, Museu da Vida do século XVII e Arte Aplicada. 

O Canhão do Czar (1586) faz a delícia das selfies. 

Atrás, a Catedral da Anunciação 
com as suas cúpulas de um dourado ofuscante, na Praça das Catedrais. 
A esta praça convergiam todas as ruas do Kremlin no século XV.

A Catedral do Arcanjo São Miguel 
é a Necrópole dos Príncipes de Moscovo e primeiros czares da Rússia. O Arcanjo é o padroeiro da Armada Russa. 
Foi a primeira igreja em pedra nesta localização.Infelizmente não se pode fotografar no interior, onde os pilares e as paredes estão ricamente decoradas com ícones. Mas os portais também são bonitos.

Também entrámos na Catedral da Dormição ou da Assunção da Virgem 
cuja beleza interior também é vibrante. 
Tem, além disso, duas portas belíssimas. 
O Portal Sul 
tem, no topo, a Santa Virgem de Vladimir e, abaixo, 6 figuras dos Santos Patriarcas. 
O Portal Norte 

tem os Santos Patriarcas e, no topo, uma composição com os 12 Apóstolos.

Entre a Catedral da Anunciação e a Catedral da Assunção (Dormição), fica o interessante Palácio das Facetas 
cuja arquitectura lembra a Casa dos Bicos em Lisboa.

O Campanário de Ivan o Grande 
é uma torre branca de 81m coroada com uma cúpula dourada. 

O Sino do Czar, 

fundido no século XVIII é o maior sino do Mundo, com 200 toneladas de peso, está encostado ao Campanário e é difícil de fotografar...

O Palácio Terem 
está agregado ao Palácio do Kremlin e esconde a Igreja da Deposição das Vestes.

Na Praça Vermelha 

(Krasnaya Ploshchad), a Catedral de São Basílio é rainha. 

Foi Ivan o Grande que a mandou construir em 1552 para comemorar a conquista da fortaleza mongol Kazan e Astracã. Marca o centro geométrico da cidade e o ponto de crescimento de Moscovo a partir do século XIV. 
O seu primeiro nome foi Igreja da Trindade , formada por 8 igrejas laterais à volta de um edifício central. 

A décima igreja foi erguida em 1588 sobre o túmulo de Santo Vasily (Basílio). Com as suas cores vibrantes, parece a chama de uma fogueira subindo ao céu. É Património da UNESCO desde 1990.

O grande shopping GUM 
tem uma fachada de 240m, no lado leste da Praça, em estilo Revivalismo Russo do século XIX. Em 1953 era uma das poucas lojas da URSS que não tinham racionamento de produtos.

O Museu Histórico, 
de tijolo vermelho, está a Norte da Praça, bem como a pequena Catedral de Kazan, com a Virgem de Kazan no portal principal.

Actores chamam o turista para a fotografia: Lenin, Stalin e até Putin.



Saindo, deu para fotografar o Teatro Bolshoi 

e, do autocarro, já a caminho do GTSE (Grand Trans Siberian Express), uma última fotografia, da Catedral do Cristo Salvador. 

E a promessa de voltar.

Na estação ferroviária, junto do nosso comboio, esperava-nos uma banda de música, champanhe e muita animação!

Eugeniy e Lidia, os nossos camareiros, 
saudaram-nos à entrada da nossa carruagem. Na nossa cabine já estavam as malas, um cesto de fruta fresca e... mais champanhe! 

O jantar, na carruagem-restaurante, serviu para nos conhecermos melhor. Estamos divididos em 3 grupos, cada um com uma guia que nos seguirá até Pequim: o grupo de língua portuguesa (5 portugueses e 10 brasileiros), o grupo de língua espanhola (argentinos, chilenos e peruanos) e os coreanos, que são 8, com dois guias porque precisam de um tradutor coreano...

A noite foi passada a bordo.

O dia seguinte foi ocupado com palestras sobre a Russia e a Mongólia. 

A companhia do pianista Alexey 
foi muito agradável durante as refeições na carruagem-bar. 

E tivemos um chá das 4.

Pela janela, fomos observando as pequenas povoações.

Às 20.00h, chegámos a Yekaterinburg 

depois de 1766 Km, para dormir no Hotel Hyatt.

A fundação da cidade data de 1723 e deveu-se à riqueza mineral da região. 
É a capital dos Montes Urais e uma fronteira geológica entre a Europa e a Ásia. Também tristemente lembrada pelo fuzilamento da Família Romanov.

No Sítio Geológico 

fomos recebidos com música 

e champanhe, 

junto da Floresta Sagrada.

O Mosteiro Ganina Yama é um conjunto de capelas em madeira erguidas na década de 1990 para homenagear a Família Romanov 

 
cujos corpos se supõe terem sido aqui enterrados. 
Embora bem organizado para turistas, não deixa de se sentir um clima místico. 

As capelas , no meio das árvores, 

confundem-se com a floresta e esta convida ao silêncio.

Regressámos ao centro para visitar a Catedral do Sangue Derramado. 

Neste local era a residência dos Romanov, onde a Família foi fuzilada. 

A casa foi destruída em 1977 com a justificação do alargamento da estrada. Mas o sítio era venerado pelas pessoas, que lá deixavam flores e velas. 
E em 1991, foi construída a Catedral, como Museu e Monumento Histórico.



Almoçámos no restaurante Onegin e visitámos o Museu Ieltsin. 

Este tem uma arquitectura muito interessante do arquitecto Boris Bernaskoni e foi inaugurado em 2015. 

O museu retrata a vida e política do primeiro presidente da Federação Russa 

e do país que mudava.

O jantar foi no GTSE com animação das guias, que se vestiram com trajes regionais, e com a música do Alexey. 

E a história da vodka pretendia que aprendessemos as diversas maneiras de a beber... 

A noite a bordo não é como dormir no hotel. O nosso comboio é anexado aos da via comum (embora seja impossível comunicar entre carruagens..) e vai mudando de linha, para cumprir o nosso percurso. E abana. E faz barulhos...

Pequeno-almoço e almoço a bordo e algumas dicas sobre a língua russa e até uma improvisação de um conto russo 
fizeram com que a viagem até Novosibirsk não fosse monótona.

Às 18.00h chegávamos à capital da Sibéria Ocidental, depois de mais 1614km.

Ficámos alojados no hotel Marriott Novosibirsk 
onde jantámos e passámos uma noite calma.

Novosibirsk (Nova Sibéria) foi fundada em 1893 como futuro local da ponte ferroviária transiberiana sobre o rio Ob, para facilitar o comércio com a Mongólia e a China e a exploração mineral. 

Era uma cidade ferroviária e isso pode comprovar-se pelas numerosas locomotivas que conhecemos no Museu das Locomotivas.

Na Avenida Vermelha, a principal, está a pequena capela de São Nicolau 
e os edifícios governamentais. 

Na Praça Lenin, o próprio, 
gigantesco, entre o povo e o exército, com o Teatro-Ópera por trás.

No Mercado, os produtos da região. 



A chuva surpreendeu-no e gorou o nosso cruzeiro no Ob. 
O Museu Etnográfico substituiu-o. 
Aprendemos coisas sobre a Sibéria, sobre as primeiras fortalezas para evitar o avanço dos Tártaros, 
 

a chegada dos Cossacos,os trajes 

e o Xamanismo. 

Ainda uma breve paragem no Jardim do Início da Cidade, 
onde se vê a primeira ponte e a estátua de Alexandre III, o pai do último czar e o responsável pela fundação da cidade.

Deixámos Novosibirk sob uma chuva diluviana, embora com muito calor.

Jantar e noite a bordo, chegando a Krasnoyarsk às 6.40h (mais 794km). 

Mas só abandonámos a cabine às 8.00h, a caminho do hotel Hilton Garden Inn onde nos esperava o pequeno-almoço. 

No meio da Sibéria, Krasnoyarsk juntamente com Yekaterinburg e Ulan Ude eram cidades fechadas aos estrangeiros no tempo da URSS. 
Fica nas margens do rio Ienissei, 
o maior sistema fluvial que desemboca no Oceano Glaciar Ártico.

Subimos à Colina na montanha Karaulnaya onde, em 1628, existiu um forte e uma torre de madeira construídos por um destacamento de Cossacos ("karaul", guarda). Também é chamada Pokrovskaya. No século  XVIII foi aqui erguida uma cruz 
e, depois, a Torre Paraskeva da Sexta-Feira.

Fomos recebidos por um grupo de senhoras com a cerimónia do pão e do sal 

e por canções regionais.

No Museu da II Guerra Mundial 
está a história da participação da Rússia mas, fundamentalmente, o aspecto social do soldado e das suas famílias que viam partir os filhos para o pavor da guerra.

Na Praça da Paz, construída em 2003 
(é tudo muito recente nestas cidades perdidas da Sibéria...) existe um moderno Arco Triunfal e muito espaço de convívio.

Na Praça Teatral, o teatro, 

o obelisco de Apolo 

e as Fontes. 
A cultura não foi esquecida nestes lugares longínquos.

Depois do almoço, regressámos ao nosso comboio e já em andamento, tivemos uma palestra sobre as distâncias na Rússia e os fusos horários, que fomos mudando. Porque existem 2 fusos horários na Russia: o de Moscovo e o dos locais, à medida que caminhamos para Oriente. Aumentámos 2h antes de Novosibirsk, 2h antes de Yekaterinburg e 1h antes de Krasnoyarsk.

Até Irkutsk foram mais 1060km e o sono começa a ser menos difícil. 

Chegámos às 9.00h 
à capital da Sibéria Oriental que é chamada a "Paris da Sibéria" 
e o nome percebe-se a olhar a arquitectura muito europeia no meio das mais antigas, de madeira. 

Foi fundada em 1661 entre os rios Angara e Irkuta para facilitar o comércio com a China.

Depois do check-in no Marriott Courtyard e do pequeno-almoço, visitámos a Catedral do Salvador, 

ao render da guarda ao Soldado Desconhecido feita por jovens cadetes,

atravessámos o rio Angara 

e entrámos na Catedral da Epifania, 
que é uma verdadeira epifania na sua decoração interior.

Perto também existe uma igreja católica.

No adro da Igreja da Aparição da Virgem, 

estão os túmulos dos Dezembristas 
 
deportados para a Sibéria. No século XIX, quando o czar Alexandre I morreu subitamente (14 de Dezembro de 1825) sem deixar descendentes, o seu herdeiro seria seu irmão Constantino que era vice-rei da Polónia. Este abdicou do trono, secretamente, para seu irmão Nicolau que não era pessoa muito querida por alguns oficiais que, desconhecendo o documento de abdicação, se sublevaram no dia da coroação. 
Influenciados pelas ideias liberais das Guerras Napoleónicas e da Europa Ocidental, acreditavam que Constantino seria um empreendedor de reformas que transformariam a Russia numa Monarquia Constitucional, apresentaram um manifesto de fidelidade a Constantino. 
Após a coroação, Nicolau I mandou prender 3000 pessoas e enviou para a Sibéria o responsável pela sublevação, o Príncipe General Sergei Volkonsky e mais 120 oficiais, fuzilando os outros. 

A vida não era fácil, na altura, por estas paragens. Mas os oficiais resistiram, as suas mulheres não os abandonaram e vieram ter com eles, trazendo cultura para a Sibéria. O príncipe construiu uma casa de madeira 
que, mais tarde, foi transportada, peça por peça, para Irkutsk, transformada em museu 
para memória futura da primeira sublevação liberal da Russia.

O 130 Kvartal 

é um bairro reconstruído com casas de madeira, 
algumas transportadas intactas de aldeias, constituindo um local agradável com restaurantes 

e esplanadas que termina no Babr, 
a escultura de uma espécie de tigre da estepe com uma marta  (de cuja pele se faziam os agasalhos do duro Inverno siberiano) na boca, o símbolo de Irkutsk.

Almoçámos no Misha



Depois do almoço, tivemos um concerto privado, de piano e canto, 
num palacete da cidade.

Na manhã seguinte, visitámos a aldeia turística Listvyanka, 

o Museu do Lago Baikal 

e o Mercado.

O Lago Baikal 
é o mais profundo do Mundo (1620m) e também a maior reserva de água doce. 

Atravessámos de barco, num dos pontos mais estreitos até ao nosso GTSE 
que nos esperava na outra margem, no Porto Baikal. 

Os camareiros vieram receber-nos muito aprumados.

O almoço foi a bordo. 

O nosso pequeno comboio foi acoplado a uma locomotiva especial que modera a velocidade e nos transportou  ao longo da margem do Lago, 
num trajecto apenas reservado a alguns comboios turísticos, proporcionando cenários de sonho.

Parámos na aldeia Marityi. 

Passeámos, tentando manter conversa com os locais, mas em vão. Embora a curiosidade seja mútua, ninguém se aproximou, 

à excepção dos cães, extremamente carentes.

Entretanto, estava-nos a ser preparada a festa, com música 




e um churrasco (shashlyk) delicioso, ao ar livre.

E partimos, de novo nas linhas comuns, chegando, às 5:21h a Ulan Ude. 
Mas nem demos conta. Continuámos a dormir até às 7:00h.

Ulan Ude é a capital da República Buriática da Federação Russa, que já faz fronteira com a Mongólia e, por isso, os buriates são um grupo étnico próximo dos mongóis. Foi fundada em 1666 pelos Russos Cossacos, tornando-se centro comercial entre a Russia, Mongolia e China.

No hotel Saagan Morin tomámos o pequeno-almoço.

Na Praça Principal 
estão os edifícios governamentais 

e... a monumental cabeça de Lenin 
com 42 toneladas, de 1970 (que só não está no Guiness porque não havia dinheiro para a candidatura...).

O espaço aberto junta-se à Praça dos Teatros 

onde está a Academia de Ópera e Ballet 

e a Fonte da Música. 

Muito mais movimentada, proporciona o convívio com os locais que se aproximam e fazem fotografias.

A caminho de Tarbagatay, de autocarro, parámos no Monte do Leão Deitado, 
uma formação que se assemelha a um leão deitado olhando a paisagem.

Tarbagatay 

é a aldeia dos Russos da Velha Crença. Assim: no século XVII houve  uma reforma na Igreja Ortodoxa Russa que não foi aceite por todos. 
Algumas pessoas continuaram com os antigos rituais, mas foram expulsos para as terras mais longínquas de Moscovo. 

O lugar era tão triste e a vida tão difícil que as pessoas pintavam as suas casas

com cores muito garridas para alegrar a paisagem! 

Povoaram 7 aldeias, mantiveram os rituais e a língua antiga e os velhos trajes.

Tarbagatay é uma aldeia comum que se virou para o turismo. 
Tivemos uma explicação 

sobre os seus hábitos rurais, mostraram-nos as suas casas, 

ofereceram-nos um almoço típico, 

cantaram (usam mais a voz. 

O único instrumento musical é a concertina) e explicaram como se faz um casamento e como se veste a noiva. 

Na República Buriática pratica-se o budismo tibetano e, no Monte Careca,

visitámos o Datsan Rinpoche Bagsha.


A caminho da Mongolia, o nosso comboio mudou para a Ferrovia Transmongoliana, rumo a Ulaanbatar (Ulan Bator).

Alexey brindou-nos com um concerto de piano, no bar, 
interpretando clássicos e composições próprias. Numa espécie de despedida que deixou, já, uma certa melancolia. 

Enquanto isso, a paisagem da estepe (e ainda o Lago Baikal) deslizava.

Anastasia esclareceu-nos sobre a passagem das fronteiras e auxiliou, um a um, a preencher os impressos. Teríamos que nos manter sempre nas nossas cabines, com a porta semi-aberta.

Na fronteira russa, os trâmites foram rápidos, com a entrada de dois funcionários que verificaram a identidade e levaram os passaportes. 
Às 21:30h, vieram trazê-los. 

O comboio arrancou e voltou a parar na fronteira  da Mongolia. Às 22:30h os funcionários vieram buscar os passaportes. Não sei que horas eram quando os trouxeram porque me cansei de esperar e deitei-me (a Anastasia disse que podíamos fazê-lo...).

A Mongolia é um país sem costa marítima. Faz fronteira com a Rússia a Norte e com a República Popular da China a Sul, Este e Oeste. 
Com 1.565.000km quadrados e 3 milhões de habitantes, é o país com menor densidade populacional do Mundo. 
Socialistas com regime Parlamentar, o Budismo é a religião predominante.

Chegámos às 6:50h e as malas estavam prontas... porque iríamos abandonar a nossa casa ambulante durante 10 dias. 

Às 7:30h estávamos a tomar o pequeno-almoço no hotel Blue Sky.

As malas já estavam no lobby. As chaves dos quartos entregues, trocámos moeda.

Ulaanbaatar é a capital e uma enorme surpresa porque o movimento não parece ser do país com menor densidade populacional! 
Os automóveis são muitos, 

mas o tráfego é disciplinado.

A primeira visita foi ao Mosteiro Gandantegchinlen Khiid (Gandan Khiid)
que foi construido em 1809 e reconstruído depois da era comunista. 

Alberga 150 monges, é composto por vários templos e, num deles, 

está o Buda de 6m de altura, de ouro e bronze.

O Palácio de Inverno ou Bogd Khan 
está no meio da confusão da cidade. 

Foi construído entre 1893 e 1903 e foi um dos poucos que não foi destruído na época comunista. 
Além do palácio residencial existem, neste espaço, mais 6 templos budistas. 

Ao todo, 20 estruturas visitáveis, mas não fotografáveis no interior.

O autocarro deixou-nos perto da Praça Sukhbaatar (Praça Chinggis). 

Um Monumento às Cabras 
lembra que uma das riquezas da região é a sua lã, a famosa caxemira.

O Palácio do Governo (Parlamento) 

tem Gengis Khan, monumental, 
sentado a meio, com os seus guardas de honra. 
À volta, dois edifícios de Teatros,

a Bolsa de Valores, Correios e Telecomunicações e Bancos. 

No topo a estátua equestre 

do herói nacional da Revolução Mongol Damdinii Sukhbaatar.

A pé, atravessámos a rua e fomos almoçar ao hotel.

À tarde, a visita ao Memorial Zaisan 
aos soldados soviéticos que morreram na II Guerra Mundial.
A chover, regressámos à cidade.
Mas abrigados da chuva, assistimos a uma passagem de modelos de trajes antigos riquíssimos 


e alguns contemporâneos. 
Também não faltou a música.

O jantar foi no "Hot Pot", 
com uma grande variedade de produtos para mergulhar na água fervente e temperada.

No dia seguinte fomos tomar contacto com os 40% da população nómada da Mongolia
no Parque Nacional de Terelj.

A primeira paragem foi em Ovoo, 

com visita a um ger (yurta, em russo), 
onde nos foram dados a provar bolos secos e chá. 

No ger vive toda uma família 

e mudam de lugar conforme a necessidade dos animais. 

Cada ger chega a pesar 500kg. 

As grandes extensões com pequenos aglomerados de casas e alguns gers, os cavalos e as crianças fazem parte da paisagem.

A planura ergue-se em rochas 

preparando-nos  para a Tartaruga 
a 1600m de altitude, a pedra antropomórfica que tem turista assegurado, junto do ger de souvenirs.

Meia hora depois estávamos a almoçar 
no local onde iríamos assistir ao mini-show que nos mostrou o que é o Naadaam, a festa anual do povo mongol, com luta, 

dança, 

acrobacia, 

música, 

arco e flecha 

e corrida de cavalos.

Regressámos a Ulaanbaatar, a 120km.

Depois do jantar no hotel fizemos, com a Joana, um surpreendente passeio na Praça, com crianças a brincar, a andar de bicicleta 

e de carros teleguiados pelos pais ou irmãos mais velhos. 

No dia seguinte, o voo para Pequim durou duas horas. Chegámos às 20:10h e fomos auxiliados pela Anastasia nas burocracias da entrada. 
Estivemos em Pequim em 2011. 
Ver: http://alfredo-moreirinhas.blogspot.com/search/label/China%20-%20Pequim%20%28Beijing%29 

O turismo cresceu muito desde aí. 

Em todos os lugares onde estivemos, já vistos, não consegui fazer fotografias sem pessoas. 

Os telemóveis e a moda das selfies
impossibilitam-me o trabalho (...).

O hotel fica na Rua Wangfujing, a grande pedonal onde está o Mercado Nocturno (que está em obras) 

e a Igreja de São José 

onde os noivos vão tirar fotografias. 

Também as lojas das marcas internacionais 
(onde os preços são superiores aos praticados na Europa...) e muita-muita gente.

Visitámos a Praça Tianamen 

e a Cidade Proibida também com muitas pessoas. 

E o Templo do Céu.

Por causa das multidões tive que me valer do zoom.




No segundo dia fomos à Grande Muralha e percorremos um troço diferente, Badaling.



Da Grande Muralha fomos para o Palácio de Verão onde, além do calor insuportável as pessoas eram tantas

que voltei a abusar do zoom...

A partir do barco, que nos atravessou no Lago Kunming, foi mais pacífico...

E a Barca de Mármore também ficou bem.

O jantar de despedida foi no restaurante do Pato Laqueado, 
muito bem servido e excelente. 

O restaurante está situado num dos antigos bairros de Pequim (hutongs)
que sofreu alterações arquitectónicas para servir o turismo.

***
Os companheiros de viagem foram partindo. Fomos os últimos a "abandonar o comboio".

Uma viagem excelente, onde nos sentimos mimados pelos camareiros Lidia e Eugenyi, 

pelo pianista Alexey, 

pelo barman Yuri, 

pelo chef e seus ajudantes que nos prepararam refeições  sempre saborosas e lindas, 
 
 

por alguns que se mexiam na sombra para que tudo estivesse como desejávamos em todos os locais. 

E pela nossa querida Nastya, 
sempre atenta, sempre presente. 

Obrigada a todos.


****** Спасибо (Spacibo) ******

12 comentários:

RI-RI disse...

Que maravilha! Obrigado!

São Rosas disse...

Se não for muito incómodo, podem dar-me os contactos da Anastasia?

Unknown disse...

Boa noite aos meus Amigos Alfredo e Daisy,acabo de ler a vossa viagem e ver as belas fotos,muito Obrigado por me proporcionarem ver coisas tao bonitas que de outra forma nao as veria,um beijo a Daisy e um abraco ao Alfredo.

Saint-Clair Mello disse...

Acabei de voltar desta viagem convosco. Apreciei cada trecho do passeio, vi cada cenário, cada monumento, através das fotos. Encantei-me com os que a facilitaram e a encheram de conforto. Só me faltou o sabor da vodka. Só isso não consegui realizar com esta postagem magnífica. Abraços, amigos!

Chama a Mamãe! disse...

Eu ainda estou no meio da viagem. Aproveitando tempinho livre no trabalho pra poder deliciar-me com tanta beleza.
Ah...os soldados para uma boa foto comigo...hehehehehe
Gente, o que posso mais dizer? Só que vocês têm muitasssss histórias verídicas a serem contadas. Amei até onde vi.

celeste maria disse...

Olá, passeantes de aquém e além mar!
Já acabei a visita e adorei.
Obrigada pela oportunidade.
Beijinhos e aguardo a próxima.

Graca Freitas disse...

Maravilhada com a vossa viagem, como previra pelas belíssimas fotos que foram publicando e pelo trabalho dedicado e minucioso da Daisy, nos seus apontamentos, completado pela pesquisa efetuada. Todo o vosso trabalho só pode resultar num documentário de excelência que deveria ser divulgado na RTP em horário nobre.
Por mim, agradeço profundamente a vossa publicação e divulgá-lo-ei de todas as formas que me são possíveis.
Que grande e bela viagem acabei de fazer.
Jamais a esquecerei.

OBRIGADA, Daisy e Alfredo (também à Joana, pelas fotos no FB)

Chama a Mamãe! disse...

Já sugeri isso a eles, Graça

ricjoa disse...

Gostei da reportagem e ainda mais da viagem, pois tive o privilégio de estar ao vivo e a cores na companhia dos meus primos!
Faltou por dizer que o pequeno grupo de praticantes da língua portuguesa ficou rendido às anedotas do Alfredo e às fotografias da Daisy.
Beijos
Joana

Anónimo disse...

É claro que gostei e fiquei "invejosa"...
O que me vale é esta descrição perfeita(escrita e fotográfica) a tal ponto de parecer que "viajei" convosco.
Estou "escanzelada",tal cão, que nos mostraram pois quem me dera estar in loco a observar.assimilar vivências diferentes das nossas.
Espero por outra viagem!
Beijinhos

Luísa Mascafenbas disse...

Boa noite Dasy e Alfredo!
Só vos digo uma coisa!
FA-BU-LO-SO!!!
Abraço.
Luísa 😊

Os olhares da Gracinha! disse...

Realmente uma viagem fantástica!!!
Obrigada pela partilha