02 a 11 Outubro
2016
Via Dubai, com a
Emirates, 8h e mais 4h até Colombo.
O Sri Lanka, Ceilão e
Taprobana para os navegadores portugueses, é uma ilha com o feitio de uma lágrima
no sul da Índia.
Em 1505,
Lourenço de Almeida chegou à "Taprobana, por mares nunca dantes navegados".
Estabeleceu amizade com o rei Kotte, ajudou-o
a conquistar quase todo o território, à excepção de Kandy, um reino montanhoso,
no centro, de acesso difícil. A influência portuguesa estendeu-se por quase
todo o litoral.
E dominaram o comércio
das especiarias.
Tentando
impôr o Cristianismo, os Portugueses azedaram as relações com os monarcas,
budistas, que se aliaram aos Holandeses que, em 1640, arrasaram o forte português
em Colombo. Em 1815, foi a vez da dominação inglesa. E só em 1948 se tornou independente.
Em 1983, inicia-se uma Guerra Civil com os Tamil (hinduístas), provenientes do
sul da Índia, que pretendiam o controle do Noroeste do país. Desde 2009,
aparentemente em paz. República Democrática,
tem Saúde e Ensino gratuitos. As crianças, até ao 10º ano, têm tudo gratuito,
incluindo a farda obrigatória.
São
fundamentalmente budistas. A segunda religião é o hinduísmo, seguindo-se o
cristianismo e, depois, o islamismo.
No tsunami
de 2004, a costa sul foi devastada, tendo morrido 40.000 pessoas.
Em todos os dias de
viagem, tivemos o mesmo condutor-guia, Joseph, católico, sempre de sorriso na
cara, com um bom inglês e bastante cultura. Esperava-nos à saída do aeroporto
de Colombo e levou-nos directamente para Kurunegala,
Nordeste, por estrada muito movimentada.
Parámos em
Dambulla, para almoçar. A
comida tem muitos legumes, fritos, estufados ou cozidos; peixe, marisco e
frango; e arroz de várias qualidades. O paladar começa a avivar com as diversas
especiarias e ervas aromáticas. Sabe a Índia! Também
cheira a Índia.
O hotel fica perto, entre
Dambulla e Sigiriya. Uma escadaria em pedra , ladeada por dois leões e um
porteiro.
Depois, só floresta.
O carrinho
de golfe leva-nos, juntamente com as malas... e despedimos-nos do Joseph até às
7.30h do dia seguinte.
O "Jetwing Vil Uyana
Sigiriya"
está instalado numa
grande área que já foi desértica devido à água que
foi desaparecendo e, com ela, todos os animais que aqui viviam. A criação
de furos trouxe, de novo, a água e os animais ao seu habitat.
Os bungallows,
palafitas, ficam nos
arrozais e em zonas de pântano, com lagos.
Um paraíso onde muitos
turistas vêm para observar animais. Com uma pequena piscina de 4X4m,
serviu para nos
refrescar, porque o calor é muito!
As refeições,
servidas no restaurante da área social, são de comida local, muito bem
confeccionada e bonita!
O "nasi goran",
um arroz de galinha,
gambas e vegetais fritos, é um exemplo.
A área social é arejada e
confortável.
E a piscina confunde-se
com o lago.
O sol já se escondia. Os
pavões (o pavão é ave originária do Sri Lanka), que
durante o dia passeavam pelos arrozais secos, juntavam-se nas passadeiras
para ir dormir para outro
lado (?). O telhado do vizinho serviu de trampolim para o voo...
Grandes silhuetas
sobrevoam o horizonte em voos rápidos.
São morcegos, amigos que
nos livram dos mosquitos! Só no dia seguinte, de manhã, vimos uma das árvores
em que dormiam,
grandes silhuetas negras,
como frutos, dependuradas. São morcegos-raposa.
A visita da manhã foi a POLONNARUWA, a
66km de distância. O piso das estradas é bom. Alguns troços em restauro
e outros só de uma via, dificultam o trajecto.
A condução, embora não
seja como na Índia, é extremamente agressiva: o trânsito
é, sempre, intenso, os tuc-tucs (são cerca de 10 milhões...) impecilham,
e as ultrapassagens são feitas in extremis, sob risco de colisão que nunca se
concretiza, com fuga para a berma de um ou outro dos intervenientes na
manobra!!!
Património
da Humanidade da UNESCO, a
cidade antiga de Polonnaruwa é um conjunto arquitectónico à volta de um lago
artificial que, no ano 368, servia de residência real e foi capital do Reino no
século VIII. Atingiu o período áureo no reinado de
Parakrama Ballu I (1164-1197) e é um dos maiores sítios arqueológicos do
país, ainda com muita coisa por encontrar.
O Palácio Real ou
Vijavanta Prasada
ou Palácio do deus Sakra (como conceito de igualdade entre deus e o rei...),
foi construído em tijolo e madeira (o piso superior, que desapareceu),
com interior revestido em
mármore (ainda se consegue ver restícios). Teria 100 quartos.
A Câmara do Conselho lembra
um templo grego.
Na base, gravados em
pedra, elefantes, leões e figuras humanas.
O Thuparamaya
é um templo, ainda
coberto, com 33m de altura e várias esculturas de Buda.
O Rankoth Venera,
um grande stupa de cor
castanha, fica no centro de uma praça quadrada rodeada por um muro de tijolo.
O Satmahal Prasada
tem a forma de uma pirâmide
de 6 pisos.
Alahana Parivena, com 35 hectares de extensão,
que se estende desde o Ronkoth Vehera ao Gal-Vihara, poderá ter tido um
forno crematório e vários pequenos stupas com cinzas de reis, sacerdotes e
outras pessoas importantes. As celas dos monges estavam localizadas nos terraços
inferiores.
Kiri Vihara, o stupa que brilha, de tão branco.
Vatadage,
o templo que terá sido
construído para guardar a relíquia do dente de Buda ou a sua tigela das
esmolas.
Mas o Atadage,
terá sido o primeiro a
guardar a relíquia do dente.
O maior bloco de pedra,
com inscrições, foi transportado de uma pedreira a alguns quilómetros de distância,
é Galpota
e descreve a genealogia,
heroísmo, generosidade e altruísmo do rei Nissanka Malla.
No ponto mais afastado da
cidade, Galvehera,
um grupo de imagens de
Buda esculpidos na rocha granítica, fazendo parte do Mosteiro Parakramabahu.
O Buda deitado
tem 7m de
comprimento e será Ananda em nirvana depois da morte (os dedos grandes dos pés estão desnivelados...).
A nossa visita matutina,
livrou-nos da turba de turistas que estavam a entrar quando saíamos!
Refizemos
os 66km, calmamente, almoçámos e, às 16h, por causa do calor, o programa do dia foi completado
com a visita à ROCHA DO LEÃO DE SIGIRIYA.
A subida foi árdua,
depois de passar pela planície onde terá existido a aldeia, com muitos jardins
e lagos.
As grutas existentes
terão sido ocupadas por
monges desde o século III.
Existem várias lendas
sobre o fantástico Rochedo no meio da floresta:
O
rei Dhatusena teria dois filhos, Kasyapa filho da rainha e Moggallana filho
ilegítimo. Fazendo o testamento, o rei disse que iria deixar o ouro ao filho
bastardo e os poços de água (que era vida e riqueza) ao filho legítimo. Este,
sentindo-se prejudicado, matou o próprio pai, emparedando-o, e o irmão viu-se
obrigado a fugir para a Índia, com medo que lhe acontecesse o mesmo. O
usurpador, no entanto, não se sentia seguro, temendo o regresso de Moggallana,
com um exército, para o matar.
Mudou, por isso,
a corte real para a rocha, construindo, em
7 anos, um
belo palácio no topo do rochedo,
muros defensivos
e passagens secretas. Para causar medo aos seus inimigos, deu à pedra a aparência
de um leão. Dezoito anos depois, houve confronto na
planície e Kasyapa e, ao ser capturado pelo irmão, matou-se com o próprio
punhal.
O palácio foi destruído e
o local abandonado aos monges que, durante muitos anos por lá estiveram até o
abandonarem também. Só em 1831, o major Jonathan
Forbes descobriu a rocha e começaram as pesquisas arqueológicas.
A partir da planície, a
subida faz-se por entre grandes calhaus rolados, com muitos recantos que serão
ruínas de templos, e escadas íngremes.
Para ter acesso à gruta
das Donzelas das Nuvens
ou Donzelas Douradas,
subimos uma escada de
ferro em caracol
que terá vindo de
Londres. Antes, os visitantes seriam içados por
cordas que sustentavam cestos... Vale a pena o esforço. As pinturas
ainda estão bem conservadas (terão sido pintadas
entre os séculos IV e XI) e representam belas jovens com os seios
desnudos.
O Muro dos Espelhos
é uma parede lisa com 700
versos cingaleses escritos por visitantes dos séculos V ao XIII, por onde
obrigatoriamente se passa, sempre subindo, até ao Terraço Pata de Leão.
Virado para Norte, é a
base das escadas de acesso ao Palácio (às ruínas) no topo da Rocha. As patas ainda lá estão. Depois, seguem-se 700
degraus esculpidos na rocha.
O vento, primeiro brisa
acariciante, tornou-se ciclónico, apressando a descida.
A madrugada do dia seguinte
fez com que fizéssemos, de novo uma visita guiada
ao Templo de Dambulla sem turistas a estragarem as fotografias.
A cerca de uma hora de
caminho desde Sigiriya, chegámos ao templo da base,
com um grande Buda
dourado, um edifício de aspecto de loja chinesa e várias figuras de plástico. O "monge de baixo", como diz o Joseph, deveria
ter investido era na recuperação e manutenção do templo de cima!...
A subida é árdua, com o
sol já a aquecer.
Cerca de meia hora, os
degraus esculpidos na rocha,
não têm sombras. Em alguns troços, os macacos, que são considerados
sagrados, mostravam cenas completamente humanas, chegando a comover...
Descalçámo-nos na
portaria.
O Templo
de Dambulla ou Royal Rock, é Património Mundial desde 1991. Foi mandado construir pelo rei Walagamba, no século
primeiro da era cristã.
Por trás da fachada muito
branca e bonita,
estão cinco grutas com
2000 metros de pinturas
e 153 imagens de Buda,
a maior das quais com 14m
de comprimento, gravada na rocha.
A beleza das pinturas, o
misticismo, até a beleza da envolvência merece a visita. E o silêncio.
Cruzámo-nos com os
turistas, na descida!
O Jardim das
Especiarias de Matale
tem muitas espécies ainda
com o nome em português, porque foram os nossos navegadores que para aqui as
trouxeram desde a Índia. Baunilha, café, canela...
A canela do Ceilão, é considerada a melhor do Mundo!
KANDY é a capital das montanhas. O coração do
Budismo.
O Templo do Dente de
Buda (Sri Dalada Maligawa)
é o principal centro
religioso dos budistas. A relíquia é
guardada num cofre de ouro em forma de cone que tem mais 6 cofres iguais
sobrepostos, guardado no Santuário e protegido por vidros.
Exposto, está, apenas, o
relicário exterior, vazio...
O receio do roubo, não é
vão: foi roubado no funeral de Buda em 483 aC, transportado no cabelo de uma
princesa
até
Anuradhapura e depois para Kandy. Em
1283, foi novamente levado para a Índia por um exército que invadiu a Ilha e
resgatado pelo rei Pakramabahu III, novamente para Kandy.
Conta-se
que os Portugueses, que queriam impôr o Cristianismo, o roubaram e levaram para Goa, submetendo a relíquia
a julgamento da Inquisição, destruindo-o em almofariz e lançando-o em água
corrente. Mas os cingaleses dizem que era uma cópia!...
O complexo tem vários
edifícios ricamente adornados.
A peregrinação anual,
que deve ser cumprida
pelo menos uma vez na vida de um budista, é em Julho e tem milhares de peregrinos,
elefantes ricamente adornados e muitas luzes.
O elefante que transporta
a relíquia tem um lugar próprio para a receber, dentro do templo...
O lago circundante, público,
dá frescura ao recinto.
O hotel, "The Kandy
House", é um boutique-hotel, uma casa colonial com alpendres e
colunas,
pátios interiores
e cobertura de telha
caneleira, portuguesa.
Apesar da hora tardia, o mordomo responsável por nós perguntou quando queríamos
que nos servisse o almoço e, pouco depois, a mesa estava posta no
alpendre virado para o jardim
e para a densa vegetação
que mantinha a privacidade da piscina.
Os quartos são esplêndidos
e os dois têm uma varanda comum,
onde passámos o resto da
tarde, com a prima, conversando, escrevendo e lendo. A
internet tem funcionado sempre bem e temos enviado os postalinhos, todos os
dias para os amigos do blog Encontro de Gerações BNM!
No dia
seguinte, a mesa do pequeno almoço estava posta à hora previamente combinada e
os pratos que tínhamos escolhido na véspera, foram chegando e colocados à nossa
frente, sem engano...
Em PINNAWALA,
aguardavam-nos os elefantes do Orfanato dos Elefantes, no rio,
infelizmente com pouca água, onde vão duas vezes por dia, para o banho.
O orfanato foi criado em
1975 com apenas 5 crias que estavam perdidas na selva depois de lhes terem
matado os pais, para roubar as presas de marfim! Hoje, são mais de 80. A reserva é atravessada pelo rio Maha Oya.
As entradas para os ver
contribuem para a manutenção da Reserva. E os turistas são muitos!
Almoçámos
no restaurante do hotel construído à beira do rio.
Depois, fomos para outro
local da Reserva, para ver alimentar os mais pequenos, 6 litros de leite
engolidos rapidamente, cinco vezes por dia.
Cada um dos mais velhos
consome 75kg de folhas por dia e 2kg de uma mistura de arroz, mandioca,
sementes e minerais. Comem muito... e defecam
grandes quantidades de fezes inodoras que, depois de tratadas, são
transformadas em papel e cartão.
A paragem seguinte foi no
Jardim Botânico de Paradenniya. Optámos
por fazer a visita num carrinho de golfe. Por 2000 rupias (os bilhetes já
estavam incluídos), fizemos um passeio de cerca de uma hora pelos principais
recantos deste enorme espaço de 147 hectares
que remonta a 1371, quando o rei Wickramabahu III ascendeu ao trono.
Espécies como a árvore
com a madeira mais pesada do Mundo
(Lignum vitae
guaiacum officinale),
que não flutua, originária
do México e das Índias; a planta da coca (Erytroxylum
novograntense),
originária da América do
Sul.
O Memorial
Trees, onde estão árvores
plantadas por visitantes importantes, como a Amherstia Nobilis
por Lord Mountbatten,
o Tamarindus indica
pelo Primeiro Ministro
no
dia da Independência, 4 de Fevereiro de 1948, a interessante cannon
ball, Couroupita guianensis
pelo rei George e rainha
Mary que mereceu outras fotos, mais à frente.
A ponte pêncil
sobre o rio Mahawelli,
o lago,
o Great Lawn
também mereceram as
fotografias de recordação. Bem como as meninas, com os seus sorrisos lindos e
dizendo adeus!...
O dia terminou num espectáculo
de danças regionais, no Y.M.B.A. Hall.
No recato do nosso hotel,
o caril cingalês, mereceu a fotografia.
Arroz branco e arroz
vermelho e caril de vários vegetais (agrião, beringela, abóbora preta, ananás,
sementes e flor de bananeira, quiabos, beterraba), galinha, peixe e camarão!
A saída
para as regiões do chá, no dia seguinte, foi outra madrugada.
Atravessar Kandy, não é fácil.
O trânsito da grande cidade parece uma permanente hora de ponta!
Mas a estrada é boa,
embora com muitas curvas, subindo na montanha até aos 2000m de altitude. A temperatura baixou bastante. As cascatas são várias.
A Ramboda, uma delas.
A paisagem é linda,
com árvores com flores
vermelhas, amarelas e cor de laranja.
O clima temperado de NUWARA ELIYA, a
72km de Kandy, dá à cidade uma atmosfera diferente das outras cidades do
país. A sua arquitectura colonial inglesa
levou a chamá-la "Little England". Foi fundada por Samuel
Baker, o inglês que descobriu o Lago Alberto e explorador
do rio Nilo. Os ingleses transformaram-na num retiro montanhoso onde
introduziram a caça à raposa, ao veado, ao elefante (!...) e polo, golfe, cricket
e corridas de cavalos.
Os campos de chá cobrem
as encostas.
Visitámos a Glenloch Tea
Factory.
Originário da China, há
5000 anos e desde 2737 aC que se conhecem os efeitos benéficos do chá. Mas foi o chá do Ceilão que o tornou famoso
nos séculos XIX e XX, na Europa. Ao escocês James Taylor é atribuída a
primeira plantação de chá no Sri Lanka, em 1867, com 20 acres, no Estate
Loolcondera de que era superintendente. Foi aqui que aperfeiçoou (graças ao trabalho escravo das mulheres tamil que mandou
vir do sul da Índia), a técnica da depena fina: "2 folhas e um
botão".
Numa das encostas, a fábrica
Mackwoods
criou um letreiro
semelhante ao famoso da encosta de Mount Lee, em Hollywood.
Hoje é Sexta-feira e é último
dia em que poderemos fotografar as mulheres a trabalhar.
Não trabalham, e não
ganham, ao Sábado e ao Domingo. Trabalham 6h
seguidas, faça chuva ou faça sol, e têm que colher, no mínimo, 7kg de folhas,
se querem ser pagas. Não ganharão mais do que o correspondente a 4 ou 5 euros
por dia!
Um pouco à frente, o trânsito
parado
levou-nos à pesquisa da
causa, que encontrámos a alguns metros : sentadas no chão as mulheres do
chá, com bandeiras negras, gritavam palavras de ordem.
Pretendiam um salário de
1000 rupias (cerca de 6 euros) por dia, que lhes haviam prometido há mais de três
meses, sem haverem cumprido.
Ainda estávamos
a 55km de Hatton, onde se situa a nossa próxima morada e o caos do trânsito não
tinha aspecto de se resolver tão cedo.
Nesta região, a língua
predominante é o tamil. E, felizmente, o nosso guia aprendeu-a na escola.
Conseguiu saber que havia uma fuga possível: pelos caminhos do chá!
Um labirinto de muitos
quilómetros que une as várias plantações à estrada principal. Caminhos de cimento, terra, buracos, pequenas pontes por
cima de riachos que quase obriga a parar porque não estão preparados para serem
transitadas por vans nem automóveis.
Eu aproveitei para
fotografar as plantações.
Conseguimos chegar à estrada
principal perto do Estate St. Clair, onde nos esperava uma cascata lindíssima
e um castelo!
Mais à frente, outra cascata,
a Devon.
Os 2km que separam a estrada principal do
nosso hotel é, também, um caminho de chá, em muito mau estado.
Os lagos, em baixo,
dão um toque especial à
paisagem. Mas impossível parar.
Em baixo, com o lago ao
fundo, o hotel Ceylon Tea Trails Catlereagh.
Outro hotel-boutique, com
apenas 6 quartos e tratamento muito personalizado.
Estava previsto um trekking de
8km, na montanha, na madrugada seguinte mas, depois das experiências na Rocha e no Templo de Dambulla, não nos sentimos
com coragem para o fazer e fizemos um agradável retiro neste espaço belíssimo.
Rodeados de plantações de
chá
para pequenos passeios a
pé, pequeno almoço,
almoço de 3 pratos,
chá das 5
e jantar com 4 pratos, o
tempo não foi, de modo nenhum, monótono.
A piscina,
os corvos
e outra passarada
contribuíram para tornar
a estadia de duas noites muito agradável.
Os últimos dois
dias foram passados em Colombo, onde
chegámos depois de várias horas de trânsito, descendo dos 2000m de altitude até
ao nível do mar.
Parámos em Kitulgala, onde
uma ponte pêncil
sobre o rio
Kelani recorda o local onde foi construída uma réplica da ponte sobre o rio
Kway (na Tailândia) para a fazer explodir no filme com o mesmo nome. A cena foi
aqui filmada porque era muito mais barato.
O rio é utilizado pelas
lavadeiras...
e pela prática de rafting.
Cruzámo-nos com os
tuc-tucs
que transportam
barcos de borracha e clientes e depois os vão esperar lá em baixo, em Colombo,
onde o rio desagua.
COLOMBO é a capital da Ilha. Foi possessão portuguesa entre 1518 e 1524 e 1554 e 1656. A era holandesa seguiu-se até à chegada dos ingleses em 1796.
Com mais de
5 milhões de habitantes, o turismo na cidade não é fácil. As buzinas fazem-se ouvir, quando se abranda
para fotografar, a polícia espreita em cada esquina e debaixo de cada árvore!...O
tour teve que ser feito em andamento, atentos às explicações do guia e
de máquina em riste! Foi assim que vimos o Promenade
que se estende ao longo
da costa do Índico,
a Mesquita Vermelha (Jami
Ul-Altar Mosque),
numa rua estreitinha, a Mesquita
Branca (De Dewatagaha),
o Old Colombo
Lighthouse ou Colombo Clock Tower,
que é, ao mesmo tempo,
farol e torre do relógio. Também a Mesquita Verde,
a White House que
é o City Town Hall,
o Old Parliament
Building.
Parámos na Wolvendaal
Church,
igreja holandesa em vias
de restauro pelo Governo Holandês, que só pode ser
visitada com guia credenciado. Em Pettah, é um dos mais importantes edifícios
da época colonial holandesa.
Construída fora dos muros
do Forte Português, num local onde havia chacais que os europeus confundiram
com lobos, daí o nome, Wolf's Dale ou Vale dos
Lobos. Iniciada em 1749, levou 8 anos a ser construída, em estilo dórico,
em forma de cruz grega com muros de 1,5m.
Chão de granito
onde se podem ver as lápides
com os nomes dos sepultados.
Tem um órgão de tubos em
muito bom estado à frente de grandes vitrais com desenhos simples.
E parámos, também, no Independence
Memorial Hall ou Charaka Ranasinghe,
construído
para comemorar a independência do domínio britânico.
Área aberta
com colunas trabalhadas
e painéis contando a história
do país, não faltando uma com a referência a Lourenço de Almeida.
O descanso, até à viagem
de retorno, foi numa casa com história, o H. Tintagel Colombo.
Foi construída para
morada do Dr. Luciem de Zilwa (Silva?) que
foi expulso pelas tropas inglesas nos anos 40 do século XX, para alojar uma
centena de soldados. Deixaram a casa destroçada e De
Zilwa vendeu-a a Sir Solomon Dias Bandaranaike, cuja família teve grande
importância política. O filho foi Primeiro Ministro e morto na varanda por um
monge budista por supostas concessões à minoria tamil. A
sua viúva foi a primeira mulher no Mundo com o título de Primeira Ministra,
reeleita em 1970 e 1994, tendo estado no governo até ao ano 2000. A
filha mais nova, Chandrika Bandaranaike Kumara Thungh foi
a primeira mulher Presidente do Sri Lanka em 1994.
Em 2005, Tintagel foi
arrendada a Shanth Fernando pela família e tornou-se no único hotel privado,
Paradise Road
Tintagel Colombo.
Um bom local para
terminar uma viagem que nos agradou muito.
* * *
16 comentários:
Tem um nome muito engraçado, aquela rapariga chamada Glenloch Tea Factory, que foram visitar. E ela própria também é muito engraçada...
Fantasticamente... fantástico!
Bom conhecer de tudo um tanto, pelas lentes de suas câmeras... e pelo espírito de exploração de ambos.
Mas, mais do que isso, é essa capacidade... essa humildade em compartilhar o que vocês viram.
Isso faz de vocês, Daisy e Alfredo, pessoas que - a cada dia - só aumenta minha admiração (e olha que sou bastante seleta nisso de "admirar" uma pessoa; como não me deslumbro facilmente, eu me rendi ao encanto de vocês dois).
Prazer imenso ter "cruzado" esse poço de cultura.
Abraços, desta índia sem flecha.
Boa viagem, gostei.
Obrigado.
Um Abraço.
Tonito.
Que viagem maravilhosa! repleta de cultura e paisagens lindas! Obrigada Amigos.
Um grande Abraço aos dois.
Lili
Bonito passeio
Obrigado
Já não é a primeira vez que leio este blog cujos autores eu passei a admirar e que me desculpem a (?"invejar"?), uma vez que comungo da mesma satisfação e gozo que sentem em viajar. É um prazer "rolar" as páginas do blog com imensas fotografias de muito boa qualidade, e acima de tudo sempre bem "legendadas", que fazem com que nos sintamos também a seu lado a percorrer essas longínquas paragens. Aproveito a oportunidade de os felicitar pelo vosso já longo percurso e pelo blog. e agradecer-lhes os momentos de pura satisfação que sinto quando vos "acompanho" por esse mundo fora. Parabéns
Enquanto estudei " Os Lusíadas" nunca imaginei passar além da Taprobana!
Grande reportagem, grande aula de História.
Tantos Budas! O que mais gostei daquele que estava deitado...
Bem, meus amigos, agradeço-vos a partilha.
Adorei. Obrigada. Bjs
Mais uma maravilha! Obrigado!
Um passeio com vocês é garantia de satisfação. Muito boa reportagem, belas imagens. Parabéns mais uma vez.
Não deixarei de ir dar uma volta pelo Sri Lanka! Que conhecimento do planeta vocês (sim, não esqueço a tua companheira Daisy!) nos proporcionam! Muito obrigada... e boas viagens!
Obrigada Alfredo! Abraços para os viajantes que não esquecem os amigos.
Nel
Vozes demoraram 10 dias a fazer a viagem. Penso demorar muito menos:
Do que vi:
gostei do "nasi goran"
da tijela de esmolas
Da gruta das donzelas das nuvens...
e tomei nota que se descalçaram na porcaria!
Terminei por hoje aqui
e cobertura de telha caneleira, portuguesa.
Vou voltar.
Inté
Adorámos, amigos Daisy e Alfredo. Muito obrigada pela partilha.
Abraços para ambos,
Marinela e Chico
Acabo de fazer uma das viagens que, desde há muito havia sonhado! Obrigada Daisy e Alfredo.
Voltei e acabei.
Gostei muito.Tá dito! T´escrito!
Pequenos almoços são lindos, mas cabem na cova dum dente!
No Memorial Trees não veljo lá o meu nome!
Todas as meninas se despediram de ti Alfredo(escrevi bem o verbo desp(ed)ir!
O caril cingalês são "entradas?
Touxeste chá ás (en)costas? Muito?
Todas as terrinhas têm uma Wite House!
As cascatas não casquitas?.
Estou inteirado, já que não me foi possivel ir...fui bem representado!
Até à próxima)
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