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quinta-feira, 12 de junho de 2014

ESCÓCIA



14 a 18 Junho 2008


Tivemos que madrugar. Às 6.10h já estávamos no taxi que nos levou até ao cais para embarcar no ferrie da Stena Line.
O cais parece um aeroporto. Fizemos o check-in, despachámos as malas e fomos comer qualquer coisa. Às 7.30h o ferrie avançou pelo Canal do Norte, em direcção a Stanraer, onde chegámos duas horas depois.
A Hertz portou-se mal: não nos foi entregue o carro que tínhamos reservado, tendo-nos sido entregue um carro de categoria inferior. Não éramos os únicos a reclamar!
A paisagem, a caminho do sul, 

é de grandes montanhas na linha do horizonte e campos verdes a perder de vista, com vacas, ovelhas e cavalos.
Em Biggar, uma pequena povoação muito simpática, parámos no "The Crown" 

para um almoço muito bom, com queijo frito servido com uma compota de amoras silvestres e casca de batata frita (skin potato) seguido por um bife esplêndido com uma espessa rodela de morcela e batata frita, salada e cogumelos. Depois da fast food irlandesa, foi um consolo.

Os montes Pentland 
estendem-se por 26km para sudoeste de Edimburgo, com muitas zons de caminhadas bem sinalizadas.
Chegados a EDINBURGH, estacionámos no Castel Terrace e subimos até ao Edinburgh Castle
no cimo de um rochedo de basalto que resta de um vulcão extinto. 

É um conjunto de edifícios construídos entre o século XII e o século XX. Foi fortaleza, palácio real, guarnição militar e prisão estatal.
Das suas ameias desfruta-se de uma bonita paisagem.



O castelo é composto por diversos edifícios, entre eles a St. Margaret's Chapel
o mais antigo da cidade, com belos vitrais como o da Rainha Santa Malcom III 
a quem a capela é dedicada, provavelmente construída por seu filho, David I, no início do século XII. Também o palácio onde Maria Rainha dos Escoceses deu à luz Jaime VI, 
no século XV, onde se pode ver a Stone of Destiny, (relíquia dos antigos Reis Escoceses, usurpada pelos Ingleses mas devolvida em1996) e as Jóias da Coroa Escocesa (a coroa, redesenhada por Jaime V da Escócia em 1540, a espada, o ceptro e o colar). Na esplanada, realiza-se, anualmente o militar tatoo.
Descemos The Royal Mile 

que une o castelo ao The Palace of Holyrood House. Edifícios, cartazes 

e pormenores invulgares 
fazem deste local a melhor zona para passear em Edinburgh.
A Lady Stair's House

The Camera Obscura

o pormenor da Águia a segurar um rato no exterior da Gladstone's Land

a St. Giles Cathedral

o Unicórnio com as armas de Jaime V, 
no Mercat Cross que assinala o centro da cidade, foram os pontos que marcámos no dia da chegada.
Procurámos hotel perto do centro mas, como é Sábado, está tudo cheio.
Afastando-nos, conseguimos um "Best Western", na Milton Road East que nos decepcionou completamente, desde o mau serviço do bar aos quartos onde o ruído da festa de Sábado-à-noite se fez ouvir até à uma da manhã!
Levantámo-nos cedo, voltámos à Royal Mile, ao ponto onde ficámos ontem, continuando a descer.
A Casa de John Knox 
é a casa mais antiga da cidade, de 1450, onde viveu o célebre pregador ordenado padre em 1536 e que participou contra a ocupação protestante do St. Andrew's Castle, tendo sido feito escravo de galé na marinha francesa. Quando regressou a Londres, depois de libertado, tornou-se protestante e voltou a Edinburgh.
O Museum of Childhood

tem uma placa deliciosa à porta. Este museu foi criado por um conselheiro da cidade que era conhecido por não gostar de crianças!…
O Parlamento Escocês 
é um edifício ultra-moderno, perto do Holyrood House.
O The Palace of Holyrood House 
é a residência oficial da Raínha e foi construído por Jaime IV nos terrenos de um convento, em 1498 e fecha a Royal Mile.
Antes de partir, fizemos o City tour
O condutor foi muito simpático: como o tour estava no fim e nós teríamos desconto porque fizemos o tour de Belfast, não cobrou. Fotografámos o Scott Monument, Gótico, em Princess Street, 

as torres e pináculos da cidade, 

a North Bridge 
inaugurada em 1772 e que é a principal ligação entre a Old Town e a New Town.

E partimos para o centro da Escócia, em direcção a STIRLING 
situada entre os Ochill Hills e Campside Fells, crescendo à volta do seu castelo.
Já passava das duas da tarde e ninguém nos serviria almoço. Na zona pedonal, no "Nero", matámos, como diz o povo "quem nos matava a nós" e, subindo para o castelo, fotografámos o Bruce (Robert The Bruce) e o memorial da batalha de Bannockburn 
que ocorreu em 1314 entre as forças da Inglaterra e da Escócia, no âmbito das Guerras de Independência Escocesa (Eduardo II da Inglaterra e Robert The Bruce pela Escócia).
O Stirling Highland Hotel 

foi um liceu, o Old Town Jail  

e o Argyl House Church 
encontram-se no caminho.
Antes de entrar no castelo, outra estátua de Robert The Bruce.

Ao longe, muito ao longe, o vitoriano Wallace Monument, de 67m de altura, na Abbey Craig,
lembrando o guerreiro escocês que liderou os Escoceses contra os Ingleses de Eduardo I na batalha de Stirling Bridge em 1297.
Dentro das muralhas, o Pátio de entrada, a Torre do Príncipe 
com bonitos arranjos de jardim na base, o Palácio em restauro, a Capela Real com belas tapeçarias 
e o Grande Salão com tectos de madeira

construídos em 1500. 
As cozinhas foram objecto de reconstituições com figuras nas suas actividades. 

E as gárgulas.

O castelo ergue-se num penhasco rochoso, 
mas não se fica com essa ideia durante a visita, mas sim a partir da auto-estrada, já a caminho de Perth. Conta a lenda que o rei Artur tomou o castelo original aos Saxões. As muralhas da cidade foram construídas no século XVI para manter Maria, Raínha dos Escoceses, a salvo de Henrique VIII.

PERTH foi capital da Escócia medieval.


No Balhousie Castle 
está o Museum of Black Watch, o primeiro regimento das Highlands. De passagem, a foto do Museum and Art Gallery.
A norte e a oeste de Stirling fica a entrada histórica das HIGHLANDS, com montanhas e vales.

Parámos em PITLOCHCRY, famosa após a Raínha Vitória a ter descrito como uma das melhores estâncias da Europa, local de salmões e da destilaria Blair Athol, a casa do whisky "Bells".
Ainda procurámos alojamento no "East Hugh Hotel",
mas estava cheio de caçadores e pescadores.

Alojámo-nos no "Dundarach Hotel", 
um pequeno hotel de charme com jardins verdes 
e um confortável restaurante e bar onde saboreámos o salmão.
E Portugal perdeu com a Suiça.
Na manhã seguinte, dispensámos a visita à destilaria e fomos tentar ver os salmões no rio Tummel. 
Em vão.

Focámo-nos na direcção do Blair Castle.
Muito bem conservado, com um branco imaculado, várias torres e telhados escuros, tem uma imagem imponente no meio da arborização frondosa que o rodeia.
Tem uma história de cerca de 700 anos e foi várias vezes alterado, dando-nos uma visão única sobre os diferentes gostos da vida aristocrática nas Highlands. 
A Raínha Vitória visitou-o em 1844 e conferiu aos seus proprietários, os Duques de Atholl, a distinção de manterem um exército privado, que ainda existe, os Atholl Highlanders.
INVERNESS foi a paragem seguinte.
Capital das Highlands, é a maior cidade do norte da Escócia, atravessada pelo rio Ness que, no Verão, se enche de pescadores de salmão.
Almoçámos o fast food do costume porque não conseguimos cumprir os horários deste povo. Com os dias tão grandes, só servem almoços até às 13h e às 20.30h já não há jantar para ninguém!

O castelo 
é um belo edifício de grés vermelho da época vitoriana, nas margens do rio e é o seu ponto mais turístico. 
Para além do Loch Ness, claro! 
Este é o lago mais famoso da Escócia, com uma área de cerca de 56,4 quilómetros quadrados. Tem uma profundidade máxima de 226m, onde o seu famoso monstro se esconde. Diz-se que foi visto, pela primeira vez, por Sta Columba, no século VI. Nos anos 30 do século XX foram publicadas algumas enigmáticas fotos que reavivaram a lenda. Nós, não o vimos!
Mas vimos lindas paisagens, 
ao longo de todo o percurso, embora o tempo não ajudasse nada. A partir de Inverness, a chuva foi-se adensando. Sobre as águas do lago, as ruínas do Urguhart Castle 
lembram bons velhos tempos. Foi erguido sobre um forte da Idade do Ferro.
No extremo sudoeste do lago, a pequeña aldea de Fort Augustus 

e o que resta do Inverlochy Castle.

Acompanhados pelo Ben Nevis à direita, 
com os cumes enevoados e a cascata Clach Leathada a 1097m, 
fomos parando para arranjar hotel, sem sorte.
Jantámos num restaurante à beira da estrada porque as 20h se aproximavam e sem cama nem comida, é que passaríamos mesmo mal!…

Mas conseguimos quartos confortáveis no 
"The Lodge House", 
perto de Crianlarich (cuja tradução é "passagem baixa"), um BB (Bed and Breakfast) classificado com 4 estrelas, dirigido por duas amigas, Cath e June, enfermeiras reformadas. A classificação dos BB é feita pela Visitscotland que controla, com visitas periódicas, os cerca de 1500 que existem na Escócia.
Éramos os únicos hóspedes, em ambiente familiar, serviram-nos o pequeno-almoço que tínhamos escolhido na véspera.
Da janela do nosso quarto, via-se o Loch Lomond.

A chuva, miudinha, recomeçou a forrar o céu e a cair.
Serpenteando ao longo do Loch Lomond, o maior lago de água doce da Grã-Bretanha, na base do Ben Lomond 
que se ergue a 974m de altura, parámos em Luss Village, encantadora, com casinhas pitorescas, muito floridas, 
reabilitada no século XIX, mas que remonta a 1500 anos atrás quando um missionário (St. Kessog) ali chegou, trazendo o Cristianismo. Até aí, Luss era conhecida por Clachan Dhu (Dark Village) porque ficava na escuridão das florestas que a rodeavam. 
O Santo foi martirizado e o seu corpo embalsamado em ervas doces que, diz-se, germinaram e cobriram os campos dando o novo nome à aldeia, do gaélico Lus que significa Erva
A presente igreja data de 1875, 
mas pensa-se que terá sido erguida sobre uma outra bem mais antiga, pois as pedras do cemitério datam dos séculos VII e VIII. Há, mesmo, um túmulo de um Viking do Século II.
GLASGOW fica a 30km. 
A chuva não nos abandonou!
Arranjámos alojamento no "Holliday Inn".
Os Romanos estiveram em Glasgow há 2000 anos. A cidade desenvolveu-se com as riquezas do Império Britânico e com a Revolução Industrial. No século XVIII, importava rum, açúcar e tabaco das colónias e no século XIX tornou-se um centro de produção de algodão. Desenvolveu-se, então, a construção naval e a engenharia pesada, atraindo muitos imigrantes pobres das Highlands, ilhas escocesas e Irlanda. Em 1990 foi Capital Europeia da Cultura e em 1999 Cidade de Arquitectura do Reino Unido, pelo esforço de reabilitação.
Depois de entregar o carro, iniciámos o City Tour Glasgow Hopon-Hopoff, junto do Clyde Auditorium, Armadillo.


No Glasgow Harbour, fotografámos o belo Tall Ship.

Também o Art Gallery and Museum, a Glasgow University.

A Catedral de Glasgow
tem uma história interessante que me lembra outra, de um certo elefante branco com relíquia de Buda, na Tailândia… A história escocesa é assim:
Mungo (St. Kentigern) 

colocou o corpo de um Homem Santo, Fergus, numa carroça com uma parelha de touros selvagens, dizendo-lhes para o levarem para o local escolhido por Deus e,no "encantador local verde" onde os touros pararam, ele construiu a sua igreja.
Foi a primeira catedral construída em pedra e é de 1136. Aqui está o túmulo de St. Mungo que morreu em 603 dC. A Nave tem 32m de altura e o tecto é de madeira da época. Os vitrais são recentes, quase todos instalados em 1947. O vitral grande, a oeste, é A Criação, pintado por Francis Spear.

A Nave de Blacader foi a última a ser construída e deve o seu nome ao Arcebispo Blacader 
(1483-1508). 
Na Igreja Baixa, está o túmulo de St. Mungo.

O Museu de St. Mungo, de Arte Sacra Escocesa, fica ao lado. Entrámos principalmente para ver o "Cristo de S. João da Cruz" de Dali, mas… já não é ali a sua morada!
Shiva Naraja, uma Madona com o Menino e uma Pietá, tentaram consolar a nossa desolação!

Perto, a Provand's Lordship
a casa em pedra mais antiga de Glasgow, Medieval, construída inicialmente para os cónegos, em 1471. Maria, Rainha dos Escoceses, terá aqui pernoitado quando visitou a cidade em 1566.
De novo no Hopon-Hopoff até George Square, passando pelo People's Palace no Glasgow Greene, a Torre do Science Centre 

e pelas 3 Universidades (Glasgow University, Strathclyde University e a Glasgow Caledonia University).
Descemos na George Square onde as gaivotas e os pombos defecam nas cabeças das estátuas dos importantes da história escocesa…  
Numa corridinha, o GOMA
O edifício é de 1829 e foi centro do comércio da cidade. 
Como galeria de Arte, abriu em 1996.

A viagem estava a findar. Ficámos com uma ideia da Escócia… mas não vimos os Pictos, o enigmático povo pintado celebrizado no cinema!


* * *


13 comentários:

Maria Julia disse...



Como sempre, belíssimas fotos de paisagens e monumentos e a não menos bela narrativa de cada passagem.

Gostei muito, sobretudo das
coisas mais modernas, claro. Amei o Goma, a Capela Real e as suas tapeçarias e ainda o Loch Lomond, este não por ser moderno, mas p'la frescura :)


Obrigada, Alf e Daisy, por mais esta viagem.

Beijinhos.

São Rosas disse...

A Escócia é linda... mas mai'linda é a Rainha Santa Malcom III

DOM RAFAEL O CASTELÃO disse...

Gostei de ver!

Candita disse...

Obrigada amigos
vou então "viajar"
beijos

Ana e Carlos disse...

Meus queridos amigos...
Assim se abre o apetite para uma próxima irmos á Escócia .Obr e parabéns pelo trabalho.
Abraços

Nazaré Baptista disse...

Bem hajas, Primo. Andei por outras bandas e também por Inverness...
Boa viagem e boas férias
Beijinhos

lili disse...

Mais uma viagem adorável!

Muito obrigada pela oportunidade e cá fico à espera da próxima.

Beijinhos

LILI

cota13 disse...

Assunto.
Obrigado por mais esta viagem.
Tonito.

cota13 disse...

Assunto.
Obrigado por mais esta viagem.
Tonito.

Carlos Viana disse...


Mais uma bela reportagem de mais uma excelente viagem.
Obrigado.

ODETE TAVARES disse...

Dear Alfredo,
Simply SPLENDID!
I am very happy to see you continuing your travelling, looking well and in very good shape, too J

Big hug!
Odete

Maria Eloísa disse...

Adorei. Relembrei os lugares onde estive e que não deu para guardar os nomes. As fotos estão divinas.

olinda Rafael disse...

Conheço alguma coisa da Escócia onde estive uma semana em Newcastle.Fomos até Edimburgo e mais locais à volta. Gostei bastante além de nos divertirmos muito.
Foi a minha última viagem ao estrangeiro,há 5 anos...
Espero que ainda possa fazer mais uma ou duas!!!