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terça-feira, 8 de janeiro de 2013

CUBA - HAVANA, VALLE de VIÑALES, GUAMÁ


Estivemos em Cuba em Agosto de 1995 e em Abril de 2003.

A primeira vez, voámos directamente para Varadero e de lá, em autocarro, para Havana.
Ficámos alojados no "El Viejo y el Mar", na Marina Hemingway. Foi a primeira viagem que fizemos com a Isabel e a Hilde, depois de as conhecermos em Malta.

A segunda vez, fomos para Havana, via Madrid, com a Carolina e o Zé Penicheiro e ficámos em Habana Vieja, no "Hotel Ambos Mundos", um hotel de época onde ficava instalado Ernest Hemingway quando permanecia em Havana.

HAVANA, LA HABANA, é a maior cidade de Cuba, com cerca de 2,4 milhões de habitantes.

Os colonizadores espanhóis encontraram-na em 1514 e deram-lhe o nome de Villa de San Cristóbal de La Habana.
As grandes riquezas faziam aqui o transbordo entre o Novo Mundo e a Europa e, por isso, tornou-se a cidade mais fortificada das Américas.
Em Habana Vieja, está o Castillo de La Real Fuerza

que é o mais antigo forte nas Américas, construído entre 1558 e 1577 no local onde existiu outro destruído pelos Franceses em 1555. Nunca foi usado como fortaleza devido à sua situação no interior da baía. Junto, o Palácio dos Capitães-Generais, virado para a Plaza de Armas, construído entre 1776 e 1791, um majestoso edifício barroco com um passeio de madeira à frente, para que os nobres aí residentes não fossem incomodados com os passos do povo!
A Fortaleza San Carlos de La Cabaña 
fica do outro lado da baía e daí se tem uma vista espectacular do Malécon
destacando-se mais os grandes edifícios mandados construir no tempo de Baptista e a cúpula do Capitólio.
É um complexo militar na entrada da Baía de Havana, 
desenhado por Juan Antonelli e é um dos baluartes de defesa da cidade. Foi tomada pelos ingleses e restituída em 1763 em troca da Florida. Foi ocupada por Che Guevara a 3 de Janeiro de 1959 e aqui foram fuzilados muitos partidários de Baptista. Actualmente, é museu.
O Castillo de San Salvador de La Punta, de arquitectura Renascença Militar, foi construído entre 1589 e 1600 e fica ao fundo do Malécon.

O açúcar e a produção de café enriqueceram a cidade que cedo foi beneficiada com iluminação pública, gás canalizado e a construção de caminho-de-ferro.
Na arquitectura, foi introduzido o estilo Neoclássico 
e foi estabelecido um plano de equilíbrio entre o clássico e a paisagem tropical. Nos anos 40 do séc.XX, como Las Vegas, Havana tornou-se num paraíso para jogadores e prostituição e Fulgêncio Baptista aprovou a construção de grandes hotéis que desfearam a linha da cidade.
A Plaza de Armas é a praça mais importante em Havana, projectada em 1519 com o nome de Plaza de Iglesia, por causa da igreja aí existente e que foi demolida em 1741. Aqui fica o Parque Céspedes sombreado por palmeiras e altas sumaúmas (Ceibas, consideradas sagradas pelos nativos da América Central). O nome do parque é homenagem a Manuel Céspedes, herói da guerra dos Dez Anos e que merece estátua em mármore. 
El Templete 
é um edifício Neoclássico de 1599, onde foi celebrada a primeira missa de San Cristóbal de La Habana. Junto dele, uma grossa ceiba à volta da qual é obrigatório dar 3 voltas, para dar sorte.

Deve fazer-se a pé a Calle Obispo, misturando-nos com os locais, admirando os edifícios em diversos graus de restauro. O Museo de la Farmacia Habanera
é uma farmácia fundada em 1886 pelo catalão Jose Sarra e é considerada a segunda farmácia mais antiga do Mundo. Também a Panadaria é um interessante edifício.

O ardina do Granma 
faz-se ao retrato e auto-denomina-se Che. 
Olhando os belos balcões, conversando com as crianças 
sempre à espera de rebuçados, chicletes e outros "mimos" a que não têm acesso, chegamos ao Floridita, o bar onde Hemingway bebia a marguerita. Sentados ao balcão, em frente a uma enorme pintura naval, 
em fundo vermelho, fomos apreciando a destreza do velho barman com as lapelas pejadas de pins de todo o Mundo.

O belo edifício do Museu das Belas Artes 
é um dos exemplos mais representativos da primeira arquitectura republicana de Cuba, com técnicas de construção novas como armação de estruturas de aço.
Nas ruas mais movimentadas, encontramos cenas completamente improváveis em qualquer outro sítio, que mostram a capacidade de improviso deste povo. Os novos meios de transporte vão desde aquela espécie de ovo conduzido por uma criança, 
até ao triciclo com toldo que até tem som em stereofonia! 
O transporte público mais original, é o camelo
nascido da necessidade e do engenho, é um velho camião com dois atrelados ligados por uma "bossa" a meio! E os belos automóveis que são uma relíquia dos anos 40 do séc.XX

e que os habaneros fazem questão de tratar com muito carinho porque são poucos os meios de deslocação.
O Capitólio
de 1929, edifício Neoclássico e Arte Nova, é semelhante ao Capitólio de Washington. Projecto do arquitecto Eugenio Raynieri, a sua cúpula foi construída nos Estados Unidos. Foi sede do Governo Cubano após a Revolução de 1959 mas, actualmente, é sede da Academia Cubana de Ciências.

A meio caminho para a Catedral, numa ruazinha estreita 
pejada de turistas e naturais tentando vender alguma coisa, fica a Bodeguita del Médio
Evitem as manhãs, quando os guias turísticos e as grandes levas atrás não deixam ver nada. Depois do almoço, calmamente, entra-se na velha tasca e, como Hemingway, bebemos o mojito (rum, água tónica, sumo de limão, açúcar, licor angostura, muitas folhas de hortelã e muito gelo). E onde a jovem que desenhava a crayon se surpreendeu quando, ao entregar a caricatura feita ao Zé, este lhe pediu as ferramentas e, num abrir e fechar de olhos, lhe entregou a caricatura dela!
A Praça da Catedral 
 

é enquadrada por belos palácios a lembrar épocas passadas. O Palácio dos Condes de Casa Bayona, de 1720, o dos marqueses de Arcos, de 1746, o dos Marqueses de Águas Claras, debaixo de cujas arcadas estão os pintores. Muito animada, bem colorida, com sons musicais por todo o lado e as mães-de-santo, 
de grossos charutos na boca, a ler o futuro aos turistas.
A Catedral, é um extraordinário edifício barroco espanhol, com rosácea colorida.
À Praça da Revolução 
é melhor chegar de taxi. De dimensões megalómanas, foi construída ainda no tempo de Fulgêncio Baptista com o nome  de Praça Cívica. Destaca-se o Memorial a José Martí, uma torre de 109 metros em frente da qual está a estátua do poeta, escritor e herói nacional de Cuba. Maçon iniciado em 1871 no Grande Oriente Lusitano, escreveu coisas como: "O homem que honra a si mesmo, é capaz de ver as virtudes de outro homem"; "Quando se viveu bem, o caixão é um arco do triunfo". E esta frase lapidar: "Nenhum povo é dono do seu destino se antes não for dono da sua CULTURA"!
Em frente, na fachada do edifício do Ministério do Interior, uma escultura em ferro forjado com a esfinge de Che Guevara, com a frase "Hasta la Victoria Siempre".
Aproveitando o taxi, entrámos no Cementério de Cristobal Colón
É um local sui generis, composto por elaboradas esculturas em memoriais, mausoléus, capelas e túmulos familiares. Fundado em 1876, tornou-se um local de visita obrigatória para os amantes de Arte.Parámos junto de A Miraculosa
o túmulo de uma mãe cujo filho morreu ao mesmo tempo e foi sepultado no mesmo caixão, a seus pés. Quando abriram o túmulo, a criança estava ao colo da mãe! O jazigo da Família Falla Bonet, também é muito belo.
A Marina Hemingway fica ao fundo da grande 5ª Avenida, ladeada por belos palácios transformados em embaixadas. Foi aí que ficámos em 1995 e tivemos oportunidade de ver o mais bonito nascer-do-sol  das nossas vidas.

A marina está pejada de iates americanos, mas não podemos fotografá-los porque vêm até aqui através do México, com bandeira mexicana!



O Museo del Rón fica perto da zona portuária e foi aí que deixámos o taxi. Fomos recebidos num arranjo cenográfico de velhos barris e de um jovem a tocar guitarra. 
O ciclo da bebida nacional cubana é-nos explicado com maquetas, 
desenhos e esculturas. E a prova e a compra, claro.
Na Plaza Vieja, originalmente chamada Plaza Nueva, de 1559, está rodeada por edifícios dos séculos XVII, XVIII e XIX. Junto, a Plaza de San Francisco de Asís,
no meio da qual está o Chafariz que é cópia da Fonte dos Leões de Alhambra, em Granada, Espanha. O Convento de São Francisco 
ergue a sua torre imponente para os céus.
Seguimos pela Calle de Los Offícios
admirando os belos edifícios já recuperados (2003) e entrámos em várias galerias de arte, 
entre elas a casa daquela pintora venezuelana 
que ela transformou num aprazível local de arte.
E chega-se junto do Castillo de La Real Fuerza, com a Plaza de Armas, bem perto do nosso hotel na Calle Obispo.

Ao balcão de turismo, no lobby do "Ambos Mundos",
reservámos um dia de passeio a Valle de Viñales. A capital desta região  é a cidade Piñar del Rio, fundada em 1774, a 174 km de Havana.É o centro da indústria do cigarro e do charuto, numa grande área de plantação de tabaco. É uma visão deslumbrante de um vale onde se destacam os mogotes
montanhas de calcário de forma arredondada, com alturas que variam entre 140 e 400 metros, cobertos de vegetação. Situados ao longo das planícies rodeadas por cadeias de montanhas, são escavados com cavernas, algumas com rios subterrâneos, 
formando um dos sistemas de cavernas mais extensos da América Latina. No meio do vale, os bohios
casas triangulares sem janelas, onde se faz a secagem das folhas do tabaco.

Também a cerca de 200 km de Havana, fica o Parque Nacional de GuamáGuamá é o Pantanal cubano. 
O nome vem do chefe taíno que liderou a rebelião contra os Espanhóis em 1530. É uma zona alagada onde caminhamos sobre tábuas. 
É de uma beleza suprema, muito bem conservada. Foi aqui reconstruída uma aldeia taíno com 25 esculturas de Rita Longa, 
representando a população que ali viveu, nas suas tarefas diárias.
Existe um programa nacional para a reprodução do crocodilo cubano, que podemos visitar.
A Lagoa do Tesouro
tem este nome porque se diz que os índios atiraram às suas águas os tesouros que possuíam para os esconder dos Espanhóis que os dizimaram completamente. Em lancha, chegámos a uma grande cabana, onde almoçámos, com espectáculos de danças e cantares do folclore local. Acabando com o Alfredo a cantar o fado de Lisboa e o de Coimbra, para delírio dos presentes! 

*****





18 comentários:

São Rosas disse...

Maravilha...
Bem hajam!

Romicas disse...

Que bela recordação de há tantos anos...
Mesmo assim, há características (o colete verde?) que continuam a permanecer até hoje...
Obrigada pela partilha.

celeste maria disse...

Mais uma lição de História com texto e imagens!
Era um local que teria gostado de visitar,assim vejo de forma virtual, graças aos amigos Daisy e Alfredo!
Obrigada.

Marinela St. Aubyn disse...

Podes crer que não perco mais esta vossa reportagem. Fizeste-me recordar a canção:
"Cuando salí de Cuba,
dejé mi vida dejé mi amor.
Cuando salí de Cuba,
dejé enterrado mi corazón."

Abraços para os dois de nós os dois

Emiliana Brandão disse...

Linda viagem! :))

Elizabeth Oliveira disse...

Merci pour ce beau reportage.

olinda Rafael disse...

O país que sempre desejei conhecer.
Na altura do PREC estive mesmo,mesmo para viajar para lá através da Associação de Amizade Portugal-Cuba...
Pra minha tristeza não se realizou!
Fomos à Bulgária.
Quero dizer vos quanto agradeço por me darem a conhecer o melhor possível este país mítico para mim.

quito disse...

É sempre com prazer, que venho aqui. Hoje, o prazer redobrado. Porque de Cuba me ficaram recordações marcantes.
As fotos são um passado presente. Belas fotos, de locais por onde passei.O bar do Hemingway e o barman com aquele casaco, que é a sua imagem de marca. A grandiosidade do Capitólio e a Praça Che Guevara. La Bodeguita del Médio e os impressionantes autocarros de lotação super -esgotada.Os carros dos anos 5O.
Depois há o povo. Há uma música "quente" em cada esquina. E será ali, talvez, que conheçamos o real significado da palavra "partilha".
Havana, deixou-me saudades. Como Matanzas. E Varadero onde, pela catadupa de mordomias, cheguei a ter a ilusão que estava entre ricos. E estava. Ricos de afetos, Ricos em humildade. Ricos pela fascinante forma de encarar a vida e as dificuldades.
Gostaria de lá voltar. Mas duvido.
Abraço a ambos

cota13 disse...

Obrigado por mais este belo passeio.
um Abraço.
Tonito.

Pedro Madeira disse...

Caro Amigo Alfredo:
Antes de mais desejo-te a ti e à Daisy um fabuloso ano de 2013.
Obrigado pelas imagens de Cuba que é um País que amo, tal como o seu povo, e que conheço bem pois já lá estive três vezes com estadias de um mês de cada uma delas.
Conheço toda a Cuba desde Pinar del Rio até Santiago de Cuba, tendo passado ainda pela ilha da juventude e cayo largo no mar das caraíbas.Fiquei enamorado por todas aquelas terras, cheiros e povo, e apaixonado que sou por aquela terra não me canso de a aconselhar a todos os meus amigos.
Um abraço,Pedro

Nela Sarmento disse...

Obrigado Amigos como sempre lindo! para animar esta tarde de chuva
Beijinhos para os dois

Titá disse...

Um viagem agradável como sempre.
Um abraço aos dois

ricjoa disse...

Queridos primos:
Só ontem consegui ler a reportagem, está muito boa e as fotos olho-de-peixe ficaram o máximo! Joana

Hildegard Herrmann disse...

Olá meus queridos Obrigada pelas fotos.gosto muito de as ver.

Isabel Carvalho disse...

Lindos Meninos Obrigada! Boa Sorte para 2013 e um Abracito

Chico Torreira disse...

Gostei de tudo, fotos e descrição.
O Canada jamais obedeceu ao bloqueio americano.
A partir de quatroze de janeiro passado, todo o cidadão cubano ficou com direito ao seu passaporte.
Estou convencido que Cuba vai modar muito.

DOM RAFAEL O CASTELÃO disse...

Gostei muito de mirar!

Maria Julia disse...



Gostei muito de conhecer Cuba.

Obrigada, Alf e Daisy.

Beijinhos.