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sábado, 30 de junho de 2012

JAPÃO 5 - TOKYO

20 Abril e 2 a 7 Maio 2012


Estivemos em Tokyo no início e no fim da nossa viagem ao Japão.

Voámos de Lisboa para Amsterdam e, depois, Tokyo, em 2 e mais 12 horas e meia de voo.

No aeroporto de Narita, trocámos as exchange orders pelos JR East Shinkansen Reservation num balcão com um simpático empregado que pôs muitos carimbos e fez muitos rabiscos antes de nos entregar os passes (770 euros por pessoa para 14 dias ).
Narita, a cidade onde se encontra o aeroporto de Tokyo, fica a 53 km da capital do Japão. Comprámos um bilhete normal de combóio e fizemos o percurso em meia-hora.
A estação de Tokyo é um mundo:
de linhas, de corredores subterrâneos e de gente. Por fora, é um edifício muito bonito... mas está em obras.
Com o Pass, fomos reservar os lugares para amanhã, para Kyoto. Tínhamos planeado sair entre as 9 e as 10 horas da manhã, mas só já arranjámos lugares para as 11:03 h.
O nosso hotel, o Metropolitan Marunouchi, fica mesmo encostadinho à estação, com a recepção no 27º andar. Vista panorâmica a partir da janela do quarto.
Não descansámos. Não damos confiança ao tal de jet-lag!

Um passeiozinho a pé,


despertou-nos. Até ao Palácio Imperial


Foi Ieyasu, primeiro shogun Tokugawa, que o começou a construir, como seu castelo, em 1590. Chegou a ser o maior castelo do Mundo. Reconstruído após a sua destruição na II Guerra Mundial, é o local de residência do Imperador e Família.
O local mais famoso do exterior envolvente, é 
Nijubashi, uma ponte de pedra com arco duplo, a 
leste do palácio, onde toda a gente vai tirar
fotografias.

Entrámos pelo portão Otemon
(portão da Grande Mão)
para nos encantarmos com parte dos jardins, que são de uma beleza imensa, com lagos,
cascatas e muitas e variadas árvores e flores.
As azáleas fazem sebes de manchas coloridas.
Algumas senhoras reproduzem a paisagem em aguarelas.
Quando saímos, chamámos um taxi para ir visitar o templo mais sagrado de Tokyo.
Senso-ji é conhecido por Asakusa Kannon porque é dedicado à deusa Kannon e se situa no bairro Asakusa.
A lenda diz que em 628 d.C., dois pescadores recolheram, no rio Sumida, uma pequena estatueta de ouro da deusa Kannon, a deusa budista da Misericórdia, e lhe construiram um templo.
Entra-se pela Porta Kaminarimon ou "Porta do Trovão"
que ardeu em 1865 e foi reconstruída em 1960 e mantém, de original, as cabeças das estátuas guardiães. Segue-se Nakamise-dori,
uma profusão de lojas de artesanato

enfeitadas com flores de cerejeira e pejadas de gente. No fim da linha, o Salão Principal 

onde se encontra a imagem original de Kannon, num altar dourado. Ouve-se o som das moedas lançadas pelos crentes.
Antes, a Porta Hozo-mon,
construída em 1964, com dois andares, e o queimador de incenso (joukoro) sempre rodeado por pessoas que se "banham" no fumo, para ter saúde (...). O Pagode de 5 andares
faz parte do jardim Dembo-in, residência do abade do templo. Muitos altares com estátuas de Jizo, com peitilhos vermelhos.
Jizo é o guardião bosatsu dos que sofrem, principalmente crianças doentes e grávidas. E também Memoriais de pedra, gorin-to, compostos por 5 pedras de formas diferentes, sobrepostas.

O rio Sumida não fica longe.
Antigamente, Tokyo vivia entre rios e canais por onde todo o comércio se fazia. O rio Sumida foi desassoreado recentemente e o tráfego fluvial aumentou.
Resolvemos fazer um passeio de barco a partir de Asakusa até ao cais Hinode. Fotografámos muitas pontes coloridas e vários edifícios.
Destaca-se a nova Torre 
e o Super Dry Hall,
um divertido edifício ao estilo dos desenhos de BD, construído em 1898 por Philippe Starcke para a fábrica de cerveja Asahi.

Ginza é outro must de Tokyo.
Construída em terreno pantanoso que foi drenado em 1612, significa "lugar de prata" porque era onde existia a Casa da Moeda. Chegámos lá de taxi a partir do cais de Hinode. Na Namiki-dori e na Chuo-dori encontram-se as grandes marcas da moda internacional.
A loja de departamentos Waco,
construída em 1894, com a sua Torre do Relógio, é um símbolo de Ginza. E do edifício da Sony pode fotografar-se o célebre cruzamento Yon-Chome de Ginza,
onde se cruzam várias passadeiras de peões com semáforos que abrem ao mesmo tempo, dando um efeito interessante.
Jantámos pelo caminho até ao hotel, num restaurante com bandeira italiana mas onde o empregado só se fazia entender por gestos. Apontámos os pratos que queríamos,  modeladas em cera, na montra
e pagámos 6400 ienes (mais ou menos 64 euros) por 4 massas e 2 cervejas.

A segunda vez que estivemos em Tokyo, no final da viagem, chegámos de combóio a Shinagusa, vindos de Osaka, no Shinkansen ou combóio-bala e, através da linha Yamanote, desembarcámos em Shinjuku, onde se situa o nosso hotel, o "Keio Plaza" com o edifício do Governo Metropolitano de Tokyo, de Tange Kenzo,
mesmo em frente da janela do nosso quarto.
O hotel é um mundo, com várias entradas, vários locais para tomar o pequeno-almoço, com um piso inteiro de restaurantes. Almoçámos no "Jurin", comida japonesa e indiana, muito bem confeccionada, por 9800 ienes (100€).
A chuva caía sem complacência pelos nossos grandes planos na capital nipónica!...
Eram cerca das 16 h e a entrada nos museus só se fazia até às 16.30 h. E arriscámos sair, armados de guarda-chuvas, até Akihabara,
a chamada "Cidade Eléctrica", através da linha Yamanote. Não são galerias cobertas, como imaginávamos, mas várias lojas, com muitos néons, muito movimento,
muitos sons ensurdecedores. O bairro Akihabara surgiu a partir das ruínas da II Guerra Mundial, quando o exército japonês vendia os excedentes aos estudantes universitários que construíam rádios para vender nas pequenas ruas. Com o tempo, passaram a vender-se televisores, máquinas de lavar e frigoríficos... até aos computadores, telemóveis, jogos electrónicos, máquinas fotográficas.

No dia seguinte, a chuva aumentou de intensidade mas não nos tirou a vontade de sair do hotel.
O Parque Ueno,
onde chegámos novamente pela linha Yamanote, foi o primeiro parque do Japão com Zoo, museus de arte e ciência e templos.
Depois de um café a ver cair a chuva,
entrámos no Museu Nacional de Tokyo (600 ienes/pessoa), no edifício principal, Honkan,
de 1938, com características japonesas e ocidentais. Lindos quimonos,
máscaras de teatro do séc.XVI,
xilogravuras do séc.XVII ao XIX
(representando cenas de mercado, cenas íntimas,
paisagens), pergaminhos, biombos,
armaduras
e esculturas budistas.


Almoçámos no restaurante do museu e provámos o típico saké
e visitámos, em seguida, o Heiseikan 
com uma interessantíssima exposição de peças que vão de 10.000 a 7.000 a.C., entre elas as esculturas Haniwa (haniwa=anel de barro)
que se acreditava que protegiam os mortos e, por isso, se colocavam nos túmulos. Acredita-se que a primeira peça de cerâmica japonesa tenha sido criada no período pré-histórico Jomon (14.500-300 a.C.)!
A chuva abrandou e, continuando na linha Yamanote, saimos em Shibuya para conhecer a Sakariba, a "Cidade de festa",
onde a juventude de Tokyo marca encontro, junto da estátua de Hachiko 
que recorda o cão que continuou a esperar pelo seu dono, na estação, durante mais de 10 anos depois de ele ter morrido. Grandes edifícios com neons, muitos bares de "pachinko" (uma espécie de pinball mas sem flippers...). E muita gente! Mais uma zona de cruzamento de passadeiras de peões que com sinal verde ao mesmo tempo.
São 6 passadeiras que fotografámos a partir da janela do "Starbucks", saboreando um frapuccino.


O edifício do Governo Metropolitano de Tokyo 
foi apelidado de "Torre de Impostos" pelos que se sentiram ultrajados com o seu custo de mil milhões de dólares. Está situado na zona Shinjuku ocidental onde se podem ver outros edifícios, como o Cocoon 
e o Sampo Japan com a sua base curva.
Do 48º andar da "Torre dos Impostos", fica-se de boca aberta com a extensão da cidade onde se abrigam 12 milhões de pessoas.
Como o dia estava com boa visibilidade, podia ver-se, com boa vontade, o cume do Monte Fuji, a 70 km de distância!...

 

E aproveitando o bom tempo, voltámos ao Parque Ueno,
com milhares de pessoas a passear, picnicar e a visitar os vários templos.
Entre estes, o Kanei-ji, do séc.XVII,
mandado construir por Ieyasu, dedicado a Senju Kannon, a deusa dos mil braços e a Kosodate Kannon, bosatsu da concepção. É do período Edo em Tokyo e foi aqui que Ieyasu foi sepultado antes da sua transladação para Nikko.
No átrio do Museu Nacional de Arte Ocidental, estão expostas várias obras de Rodin: a impressionante "Porta do Inferno",
com "Adão" à esquerda e "Eva" à direita
e os "Burgueses de Calais", um conjunto escultórico muito interessante.
Ainda dentro do Parque Ueno, o Museu Nacional da Natureza e da Ciência.

Saindo da confusão, vale a pena mergulhar num belo jardim. O Koishikawa Korakuen 
("Jardim do último prazer"), por 300 ienes/pessoa, fez-nos recuperar as forças. O nome korakuen vem do poema chinês "Castelo Yueyang", de Fan Zhongyan: Sê o primeiro a sentir o sofrimento do Mundo, sê o último a gozar os seus prazeres. É de 1629 e levou 30 anos a ser construído. Tem uma área de 8 hectares de lagos, cascatas,
a ponte Engetsukyo ("lua cheia")
e a ponte vermelha Tsukenkyo 
que é cópia de uma existente em Kyoto e que impressiona pelo contraste com o verde circundante e o escuro das pedras do pequeno regato. O jardim pretende representar as grandes paisagens em ponto pequeno.
Outro belo jardim de Tokyo é o Jardim Hama'Rikiu,
chamado Hama Detached Palace Garden, situado na foz do rio Sumida, na baía de Tokyo. Tem 25 hectares e foi criado em 1654 para o Shogun que o utilizava como terreno de caça aos patos. Tem vários lagos com captação de água do rio, por um sistema de comportas porque estão sujeitos a marés.
Destruída num bombardeamento em 29 de Novembro de 1944, a Casa de Chá Nakajima 
foi fielmente reconstruída. O belo e grande pinheiro com 300 anos, foi plantado pelo 6º Shogun, Ienobu.
As peónias já estavam um pouco velhas, mas ainda fotografámos algumas das 800 de 60 espécies diferentes que fazem parte do Jardim das Peónias.
Belas colinas com azáleas coloridas artisticamente podadas,
pequenas ilhotas nos lagos... e os grandes prédios na paisagem circundante.


O Parque Shiba é um espaço verde tão grande que tem um campo de golfe.
Foi, outrora, o cemitério da Família Tokugawa e tem, no centro, o templo desta família, o Zojo-ji,
fundado em 1393. Ieyasu mudou-se para aqui em 1598 para proteger espiritualmente a nova capital. Perto da grande porta Sanmon,
fica o cedro dos Himalaias 
plantado pelo general Grant, 18º presidente dos USA quando visitou Zojo-ji em 1879.
A Torre de Tokyo, vê-se de várias perspectivas. Concluída em 1958, tem 333 m de altura, sendo mais alta do que a Torre Eiffel que lhe serviu de inspiração.
Em Ginza, debaixo de uma súbita alteração do tempo, com chuva e um vento ciclónico (soubemos mais tarde que foi um tornado a 40 km de Tokyo!...), assistimos a uma manifestação anti-nuclear, marcando os festejos do fim da energia nuclear no Japão!




   

24 comentários:

São Rosas disse...

Não é para vos contradizer mas... a "Eva" está à esquerda e o "Adão" à direita...

ISABEL SARAIVA disse...

Adorei a viagem...;-)))

Isabel disse...

Vocês não param..........

Jorge Neves disse...

Muito Obrigado por este roteiro que me fez conhecer mais um pouco deste mundo que nos rodeia.
Jorge

MARIA TOMAS TOMAS disse...

Que belíssima viagem e maravilhosas vivencias! estou feliz por vocês. Bjos

RI-RI disse...

MAIS!!!

olinda Rafael disse...

Viajei convosco...mas a viagem para mim está incompleta!
Uma dezena ou mais de imagens não estão visíveis.
Avaria técnica do meu pc?
Voltarei.

Alfredo Moreirinhas disse...

Olinda,
Deve ser mesmo do PC. Tenta novamente mais tarde e depois diz-me alguma coisa.

cota13 disse...

Obrigado Meninos.
Um Abraço.
Tonito.

ricjoa disse...

Saudades de Tokyo. Repetimos a dose?
Beijo, Ricjoa

ricjoa disse...

Fiquei com saudades de Tokyo e dos seus 37 milhões de habitantes.
Repetimos a dose?
Beijo, Joana

olinda Rafael disse...

Agora sim...estão todas as imagens!
Enfim tomava agora um saké para intensificar o prazer que me deu toda esta jornada na vossa companhia!
É o que vos dizia:vejo,aprecio e aprendo...
E fico bem disposta!

Anónimo disse...

Dificil indicar esta ou aquela fotografia.Mais uma excelente viagem pelo Oriente. Tantas e tão boas paisagens e jardins, que vou revezando as fotos no meu "fundo do ecran. Obrigado, Amigos ...
Quito

Carlos Carvalho disse...

Obrigado pela partilha!
Mais uma excelente reportagem! (Mesmo com a "Eva" e o "Adão" estarem sempre a trocar de lugar, ora à direita de quem entra, ora à esquerda de quem vai...)

DOM RAFAEL O CASTELÃO disse...

Gostei
Um abraço

Anónimo disse...

Bela reportagem, gostámos de viajar convosco, por terras distantes e diferentes.
Grande abraço.

Luís e Fátinha

celeste maria disse...

Sim, Daisy e Alfredo gostei muito da viagem, terminando feliz no Jardim dos Últimos Prazeres!

maria helena morgado disse...

Gostei da viagem e da companhia!
obrigada pela partilha.
Aguardo a próxima

lili disse...

Continuo a adorar viajar convosco.
Já estou a preparar-me para a próxima.
Obrigada.
Beijinhos para os dois.

LILI

Rui Felício disse...

Parque Ueno. Fantástico recanto que, entre nós, não encontramos.
Destaco esta fotografia, a que fiquei com os olhos presos durante largo tempo.

Quanto à viagem e às restantes fotografias e textos explicativos, não sei mais o que dizer com receio de me tornar repetitivo.

Porque a qualidade de umas e outros é a mesma de sempre.

Anónimo disse...

Os jardins são um fascínio!!! Como se viaja "pelo mundo"...pela simpatia de dois bons amigos! Gostei!
Beijos & Abraços

Saint-Clair Mello disse...

Mais uma postagem com a marca da qualidade Moreirinhas. Uma beleza!

Ló disse...

Apreciei muito esta viagem pelo Japão. As fotos estão maravilhosas e os textos continuam a ensinar-nos coisas novas e a mostrar como se aprende a viajar. Gostei imenso

Maria Julia disse...


E vim aqui e dei conta, que não tinha partilhado esta viagem, absolutamente bonita.

Hoje só me dá, para dizer, além disto no geral, que amei ver e saber, que havia uma estátua ao Hachiko, na estação dos comboios - querido cão !!!

Obrigada, Alf e Daisy.


Beijinhos.