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quinta-feira, 14 de junho de 2012

BRASIL - PARANÁ - Foz do Iguaçu

FOZ DO IGUAÇU

10 a 13 Julho 2007


Do aeroporto de São Luís do Maranhão até Foz do Iguaçu foi uma tormentosa epopeia. O voo, que faria escala em Fortaleza e mudança de avião no Rio, estava 4 horas atrasado. Propuseram-nos, no check-in, um outro voo para Brasília onde o avião para o Rio nos faria apanhar o mesmo avião que nos levaria ao nosso destino, ganhando assim as tais 4 horas de atraso. Assim fizemos,chegando mais ou menos à hora prevista.
Chegámos ao "Ecoresort Tropical Cataratas" já deveriam ser umas três horas da madrugada, gelados. Muito frio. Ah, o calorzinho de que nos queixávamos, no Maranhão!!! O quarto custou a aquecer e a cama levou mais um cobertor.
Como estávamos muito cansados, combinámos com o Carlos, o nosso guia, encontrar-nos ao meio-dia para combinar o que iríamos fazer.
O Parque Nacional do Iguaçu, Paraná, no Brasil e o Parque Nacional Iguazú em Misiones, na Argentina, são um conjunto de cerca de 275 quedas de água,
correspondendo a uma área total de 250.000 hectares de floresta subtropical.
O parque brasileiro é Património da Humanidade da UNESCO desde 1984
e o argentino desde 1986.
Criado em 1939, abriga a maior floresta do Brasil com a sua fauna e flora típicas.  O primeiro europeu a chegar aqui foi o espanhol Álvar Nuñez Cabeza de Vaca, em 1542.
Às nove e meia da manhã estávamos na sala do pequeno-almoço. Com pão-de-queijo que, aqui, me pareceu semelhante aos deliciosos sonhos que a tia Leonor fazia, noutros tempos...
O nosso hotel é o único que está dentro do Parque Natural do Iguaçu.
Em estilo colonial, com o cor-de-rosa claro bem ao gosto português, apenas com dois pisos e um mirante
com escadas em caracol que não resistimos em subir para apreciar a belíssima vista que, na altura não sabíamos ser um pozinho de açúcar no grande açucareiro que descobrimos ao fundo do parque.
O sol não apareceu e as nuvens fizeram-nos adiar o passeio de helicóptero. Fomos de carro até ao final do parque, Porto Canoas,
onde almoçámos um apetitoso buffet com uma variedade imensa de acompanhamentos, duas variedades de peixe, fillet mignon e galinha de Angola (deliciosíssima!...). E muita fruta. Com caipirinha e café, pagámos 120 reais pelos dois almoços.
Acompanhados pelo Carlos, fomos ao Espaço Naipi, onde vários coatis passeiam e procuram comida.
Não se deveria dar comida aos animais (para proteger o habitat natural), mas algumas pessoas quebram as normas do parque e eles aproximam-se e tentam roubar os sacos e vão às lixeiras, porque já estão habituados.
Neste local, pode ver-se toda a imponência da catarata maior.
Descendo no elevador, ficamos bem perto, quase tocando a rocha milenária a descoberto, com um barulho ensurdecedor e enxarcadíssimos,
não fora a protecção das capas de plástico que o Carlos aconselhou a comprar, à saída do restaurante.
Fomos seguindo a Trilha das Cataratas até ao hotel.
Percorremo-la ao contrário, pois começa junto ao hotel, onde os autocarros deixam os turistas, e acaba em Porto Canoas.
Vêem-se quedas de água em todo o percurso.
No trilho habitual, as pessoas vão-se deslumbrando à medida que caminham, porque as quedas vão sendo cada vez maiores. Começam por comentar "Que lindo, que belo!..." e chegam a "desmaiar" de emoção quando chegam a Porto Canoas.
No meio da queda maior, entre o Brasil e a Argentina vê-se a ilha de San Martin
que, em 1992, ficou submersa devido ao grande caudal do rio.
Jantámos no hotel, à carta, ouvindo um possível argentino de poncho a tocar, em arpa, algumas melodias bem conhecidas como o "Concerto de Aranjuez".

No dia seguinte, o sol também não apareceu.
Ficou, mesmo, bem escuro, trovejou e choveu.
Saímos do Parque e apanhámos a estrada em direcção à Argentina, com o Carlos. Atravessámos a ponte sobre o rio Iguaçu, chamada Ponte Tancredo Neves ou Ponte da Fraternidade, inaugurada em 1985 pelo Presidente Tancredo Neves. Antes, a passagem fazia-se em barcaças.
Se o tempo estivesse bom, além da "cabeça de cartaz" do lado argentino, a Garganta do Diabo, faríamos o circuito superior, para ver os vários saltos das cataratas e o circuito inferior para atravessar de barco até à ilha de San Martin. Mas a chuva começou a cair sem piedade, certinha e molhada (...).
Assim, fizemos o Sendero Verde, a pé, e apanhámos o trem
para a estação Garganta del Diablo. Caminhámos, em seguida, por várias passadeiras sobre o rio.
Ao longe, algumas destruídas por cheias de anos anteriores.
E chegámos, finalmente, à monumentalidade da Garganta do Diabo.
É uma sensação espectacular, difícil de descrever, pela força e quantidade de água. Do lado de lá, o Brasil e o nosso belíssimo hotel.

A chuva não nos dava descanso e, por isso, limitámo-nos a dar uma voltinha de carro por Puerto de Iguazú, uma pacata povoação argentina fundada em 1901, cheia de lojas para turistas brasileiros, principalmente de couros e lãs. Os brasileiros vêm aqui também para abastecer de gasolina, mas os "safados" dos argentinos já criaram um preço diferente para os brasileiros!

Àlvar Nuñez Cabeza de Vaca esteve perdido nesta floresta durante 10 anos!... Em Puerto de Iguazú existe um mural espectacular que conta a sua odisseia.



Passámos por ele a caminho do Marco das Três Fronteiras: Com os pés na Argentina, podemos ver Brasil à direita e Paraguai à esquerda, com o Iguaçu a juntar-se ao rio Paraná.
No regresso, parámos para fotografar um carcará,
ave de rapina, na berma da estrada, já no Brasil. Aqui, os animais andam completamente à solta. O Parque é deles, nós somos os intrusos. No hotel avisaram-nos que, à noite, é perigoso andar no exterior porque os animais se aproximam, acoitados pela escuridão. Os mais vistos, durante o dia, são os coatis que são o símbolo do Parque.
Almoçámos tarde, por volta das 15 horas, de novo no restaurante "Porto Canoas". Fora, podem ver-se os coatis, vindos da floresta, juntinho à grande vidraça, procurando comida na esplanada vazia.
O resto do dia foi passado no trilho, caminhando para o hotel, saboreando, calmamente, a beleza do verde da água e do som.

No terceiro dia, a neblina cobria tudo cá fora.

Do mirante do hotel, as cataratas não eram visíveis. A manhã começou esperançosa, ainda se vislumbrou o sol, por momentos, mas foi por pouco tempo.

Visitámos o Parque das Aves, uma grande área onde estão as mais variadas aves, qual delas a mais bonita e colorida. Algumas, soltas,
sobrevoam-nos, cruzando os ares.
Outras, não voadoras, passeiam a nossos pés.
Nunca vimos tantos e tão diferentes tucanos.
Araras, de vários tamanhos, numa profusão de cores fortes culminando, no final do parque, numa grande gaiola, onde podemos entrar. Aí, elas, nervosas, esvoaçam e gritam em voos rasantes.
O coazar, da Austrália,
uma ave enorme não voadora, de pescoço comprido e estranha crista colorida, passeava-se numa cerca, pois é considerada uma ave muito agressiva.
Um urubú tinha uma imensa gaiola e descansava nas alturas, com um esqueleto de vaca no solo.
Uma anaconda enorme, enrolada, hibernava sob uma lâmpada de aquecimento. Também as iguanas se refugiavam no calor das lâmpadas.
Num reservado, com um lago, um grande jacaré
e quase uma dezena de outros, mais pequenos.
O Carlos deixou-nos no nosso restaurante preferido(...). O almoço foi, de novo, excelente. Regressámos pela trilha. O nevoeiro está mais fechado. Mas não chove, embora pareça, com os respingos das diversas cachoeiras. Uma e outra borboletas
possibilitaram adivinhar como deve ser lindo, aqui, na Primavera, com muito sol.
Não nos arrependemos de não ter feito o voo de helicóptero hoje: gastaríamos 110 euros e não conseguiríamos ver nada, com este tempo.
Deixámos o frio do Paraná e, depois de outra atribulada viagem (o aeroporto de Congonhas, em São Paulo, onde fizemos escala, estava um caos), e de muitas horas de voo, chegámos ao Verão de Lisboa, onde a Joana e o Ricardo nos esperavam.




17 comentários:

São Rosas disse...

Uau!...

RI-RI disse...

Mais!!! Obrigado!

cota13 disse...

Um Abraço Meninos.
Obrigado.
Tonito.

celeste maria disse...

Eu não tinha capa...até me molhei!
Maravilhas da natureza!

abilio disse...

Mas que maravilha de mergulho nessa imensidão de natureza bela.
Bom e pormenorizdo relato que nos faz compreender o quanto é enorme esta maravilha da natureza.

lili disse...

Muito lindo! adorei mais esta viagem.
Beijos para os dois.
LILI

Titá disse...

As fotografias são lindíssimas!
Quase que ouvi o barulho das aves.
Só não apanhei nenhuma chuva, o que foi óptimo. E não comi nada de jeito...

Beijinhos aos dois

Cristina Borda D'Água. disse...

Adoro ver estas viagens dos meus amigos. " Um casal pelo mundo "...
Alfredo todas as publicações que tens feito das diversas viagens são espectaculares, lugares maravilhosos com informação ao pormenor. Fantástico ... e eu vou" viajando" à tua "pala" sentada no sofá curtindo as imagens... :) :) :) Bjs

Rosa Martins disse...

É de tirar a respiração!!! Maravilha!!! (Esta e as outras!!)

Maria Carmo Abreu disse...

Já vou, já vou! Só de olhar estas fotos até corta a respiração! Maravilha!

Susana Dourado disse...

Já fui, é mesmo maravilhoso ;)

Odete Dourado disse...

Já fui há uns anos ,uma maravilha fica a vontade de voltar :)

Francisco José Carvalho Domingues disse...

Conheço ... Poderosas ! Quase assustadoras !

Jorge Neves disse...

Foi muito bom viajar convosco parabéns.
Jorge

olinda Rafael disse...

Monumental! como diz a Daisy...
Adoraria conhecer ... mas fico-me pelo que me deram a conhecer!

Maria Julia disse...

Fiquei a conhecer e adorei!

Com tais fotos e tais descrições...

Obrigada Alf e Daisy.


Beijinhos.

Saint-Clair Mello disse...

Bela foto-reportagem, como sempre. Conheci as Cataratas em 1974. É realmente um espetáculo maravilhoso.
Abraços!