CROÁCIA

Zadar - Sibenik - Trogir - Split

19 e 20 Junho 2014


Saindo da Península da Ístria, rumámos a Njice, na ilha de Krk, onde tínhamos reservado o "Miramare Hotel", mesmo à beira da água. A ilha de Krk, de 409 quilómetros quadrados, está ligada ao continente pela ponte de Krk. 

Os romanos chamavam-lhe Insula Aurea. Njice é uma pequena vila de pescadores, 

com pequenos hotéis, muitas lojinhas e esplanadas, toda virada para a água muito límpida, 

onde se faz praia, com muita classe, 

nas rochas e na gravilha fina.

Da pequena varanda do nosso quarto, enfeitada com sardinheiras, vimos o dia a findar.

Jantámos na esplanada do restaurante do hotel, mesmo ao lado e experimentámos a famosa sopa de peixe que é bem menos rica do que a nossa (…).

No dia seguinte, por alguns troços de auto-estrada e outros pela bela costa da Dalmácia e muitos túneis (mais um de 5681m), chegámos a ZADAR.
A Guerra ainda está presente em muitos pormenores, como aqueles bunkers tão perto das habitações!
Zadar fica no centro da região da Dalmácia, habitada por 75000 pessoas. Foi conquistada pelos Romanos, sofreu o domínio de Veneza e, depois, do Império Austro-húngaro (século XVIII), Itália (1943) e fez parte da Jugoslávia.
A cidade velha fica numa península amuralhada. Depois de estacionar junto à muralha, entrámos pela Porta da Cidade. Encontramos, primeiro, uma bela praça com uma igreja Românica

e, depois, a igreja de São Crisógono, 

construída antes do século XI pelos Beneditinos, no local onde existia o mercado romano. Reconstruída a igreja em 1175, o mosteiro foi destruído durante a II Guerra Mundial.
Caminhando, chegámos ao Forum Romano 

com a bela Coluna Coríntia, 

encontrando a igreja de São Donato (ou da Santíssima Trindade), 

Pré-românica e Bizantina, do século IX, com traçado circular e cúpula cilindrico-cónica de 27m de altura. A pedra da Dalmácia que a compõe, veio do antigo forum romano, em frente. Do outro lado da rua, a Igreja Renascentista de Santa Maria.

Atrás da São Donato, a Katedrala Sv. Stosije, de Santa Anastásia, 

do século XII, com rosácea Românica (que fotografámos à noite, na segunda passagem pela cidade).

A beira-mar é, actualmente, o maior chamariz para os turistas, graças ao arquitecto Nikola Basic que a transformou na zona mais visitada, graças a duas instalações artísticas: o Órgão do Mar e a Saudação ao Sol.

O Órgão do Mar fica no final do cais oeste. 
Alimentado pelo vento e pelo mar, graças a orifícios feitos na escadaria, emite uma série de acordes melancólicos que convidariam à meditação se existissem menos pessoas!

Mais à frente, a Saudação ao Sol, 

um círculo de vidro com 22m de diâmetro e 300 painéis que armazenam  energia durante o dia e dá um show de luzes coloridas depois de escurecer, 

o que nos obrigou a voltar, quase no fim da viagem, a caminho de Plitvice.
Almoçámos na esplanada do "Tri Bunara" (em frente ao típico poço),

umas excelentes pizzas.
De regresso, passámos no coração da cidade, a Praça do Povo (Narodni trg), 

com o edifício da Câmara Municipal (1938) 

e a Loggia da Cidade (Gradska loza) em estilo Renascença, construída por Michelle SanMicheli para tribunal da cidade em 1565. 
O Palácio da Guarda, 

é um edifício do século XVI, com um campanário de 1798.
Em algumas paredes, surpreendem-nos mais testemunhos da guerra recente. 

Na igreja de São Simão, repousa o corpo do Santo.

E saímos pelo Portão do Mar, 

que é resultado de um arco romano dedicado à família Sergii, trabalho de Michele SanMichelli de 1573.

Pouco depois das 18h, estávamos em SIBENIK.
Documentada pela primeira vez em 1066 como "Castrum Sebenici", é uma cidade fortificada, triangular. Foi governada por Veneza entre 1412 e 1797, altura em que adquiriu grandes edifícios e se tornou num dos locais mais culturais da Croácia Renascentista. Por aqui passaram, também, os Franceses de Napoleão e os Austríacos.
Estacionámos na marginal e logo nos demos conta da beleza da cidade alcandorada.
À direita, a igreja de São Francisco, 

o que resta do mosteiro com o mesmo nome, de 1229.
Subindo a escadaria, 

a Catedral de São Tiago de fachada simétrica e muito bonita,ergue-se majestosa mas,
infelizmente, parte em restauro. 
A cúpula 

foi construída como uma estrutura única com blocos de pedra encaixados e foi bastante danificada em 1991 e especialistas croatas e outros levaram vários anos a reconstruir a original de 1432-1555. O piso inferior é Gótico e o superior Renascentista. Vários rostos (72) aparecem no exterior da abside. 

Toda a cidade velha se faz caminhando por estreitas ruas empedradas e muito subir e descer de escadas. 

Com muito cuidado, para não cair!

Muitos arcos 

e casas antigas cativantes, convidando à fotografia.

Próxima paragem, TROGIR e logo o hotel, porque já era tarde. 
E custou a encontrar o "Villa Kampanel", 

pequeno, moderno, meio escondido, mas com suites encantadoras, 

de dois pisos e terraços de onde se vê parte da cidade-ilha.

A pé, atravessámos o pequeno mercado e a estreita ponte 

até ao Portão de Terra (kopnera grata),

reconstruído no século XVI, por onde entrámos na cidade velha e onde o Leão de Veneza está escondido pelo cartaz da "Carmina Burana", mas é visível a estátua do padroeiro, o beato João de Trogir.
O dia estava a findar, 

obrigando-nos a voltar no dia seguinte, para melhor apreciar a cidade. 
Fizemos o passeio até ao castelo Kamerlengo, 

apreciando o belo pôr-do-sol na ilha de Ciovo, do outro lado.

Por ruas estreitas com prédios de pedra, 

chegámos à Praça da Catedral de São Lourenço 

localizada no local onde existiu uma outra, destruída pelos Sarracenos. A sua construção iniciou-se em 1193. Tem porta Românica 

onde dois leões de pedra sustentam as estátuas de Adão e Eva. 

Por cima, um relevo da Natividade. 

O Campanário Gótico-veneziano 

foi construído entre os séculos XV e XVI.

A Praça 

está preenchida com esplanadas e grandes guarda-sóis, muito ao gosto italiano. Actualmente tem o nome de Papa João Paulo II. 

A Loggia, do outro lado, 

tem um telhado apoiado em seis colunas com capitéis romanos, tecto de madeira com caixotões 

pintados  dois relevos esculpidos, um denominado 
"A Justiça", de Firentinac (1471) 

e outro de Ivan Mestrovic, "Ban Berislavic" (1950).

Ao lado, a Torre do Relógio, 

dentro da qual está a capela oratória de São Sebastião. 

Na mesma praça, a Câmara Municipal (Republika Hrvatska grad Trogir), 

Palácio de Cipiko 

e a igreja de São João Baptista.

Saindo pelo Portão do Mar, 

aparece a marginal e, ao lado, a Loggia do Mercado.

Belos edifícios 

e algumas torres de igrejas 

atrás dos guarda-sóis das muitas esplanadas convidando ao jantar (outra sopa de peixe e mexilhões, com final de gelados).
Ao fundo, o Castelo Kamerlengo, do séculoXV, em tempos residência do governador veneziano. Muralhas altas unem as três torres e o bastião. 

Em tempos, esteve unido à Torre de São Marcos, Renascentista.

SPLIT fica a 23km 

e foi para lá que nos dirigimos na manhã seguinte.
É a segunda maior cidade da Croácia.
A cidade antiga cresceu dentro e em redor do grande palácio romano do imperador Diocleciano (305).

Em 614, o palácio acolheu os refugiados de Salona, demolida pelos Ávaros, e os recém-chegados começaram a usar a estrutura romana como habitação. E ainda hoje se vêem as muralhas com roupa a secar e varandas viradas para o mar com telheiros e flores na estrutura antiga, criando uma simbiose interessante e baralhando o visitante que não consegue delimitar o que foi o Palácio. Para isso, também contribuiu a chegada dos Venezianos em 1409, que construíram novas muralhas e interessantes edifícios.
A entrada na cidade velha foi feita a partir do Portão de Bronze e atravessámos o subsolo 

que conserva a estrutura original, num complexo de recantos agora com lojas de recordações e flores. 

E desembocámos no cenário da Praça da Catedral 
inundada de luz e gente, e rodeada por monumentos.

A Catedral de São Domingos 

fica dentro dos muros do Palácio, perto do lugar onde se cruzavam as duas vias principais, onde existia o mausoléu do Imperador convertido em igreja no século V, a que se juntou o Campanário, 

de 60m de altura, no século X. 
O portal (impossível fotografá-lo, por causa da afluência de turistas…),

Românico, é guardado por dois leões que levam às costas um conjunto de personagens, entre as quais Maria Lascalis, 

esposa grega do rei da Hungria Bela IV, que se refugiou na fortaleza de Kills. A Esfinge, 

de granito negro do Egipto, tem mais de 3500 anos e é a peça mais antiga de toda a Croácia.

Ruas estreitas, algumas com arcos, 

foram percorridas até à Porta de Ouro, virada para Salona. 

A estátua gigante do bispo Gregório de Nin, de Mestrovic, em frente, infelizmente estava em restauro e não pudemos acariciar-lhe o dedão (para dar sorte…). Junto, as ruínas do mosteiro Beneditino onde sobressai o Campanário.

Regressámos à cidade velha, onde há recantos inimagináveis numa cidade Património da Humanidade.

O Palácio Papalic 

é um interessante edifício Gótico, do século X, construído para a Família Papalic.
Na Praça Nacional, 

a Câmara, a Torre do Relógio, O Palácio Ciprianis e a Capela de Nossa Senhora do Campanário.
A Torre-Relógio, 

Românico-gótica, suporta o relógio da cidade desde o século X e tem um quadrante de 24h.
O Palácio Ciprianis 

é de arquitectura Românica do período tardio e tem um curioso Santo António com o conde Ciprianis ajoelhado, venerando ao Santo.

E voltámos ao carro, para fazer mais 234km até Dubrovnik.

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