Foi uma longa viagem até Heathrow, duas horas e meia, porque tardava a autorização para aterrar devido ao excesso de tráfego aéreo.
Ficámos instalados num apartamento no "Point West South Kensington",
que nos parecia óptimo mas que deixou muito a desejar no aspecto de limpeza. A cozinha era boa e proporcionou ao Alf brilhar nos saborosos jantares que improvisou. Os preparativos para o Natal já são visíveis,
a caminho de Trafalgar Square, onde convergem as largas avenidas com sumptuosos edifícios e onde parece que toda a cidade marcou encontro.
Já antes, Piccadilly Circus era uma amostra dessa confusão de pessoas.
Antheros
(deus do Amor Correspondido), a estátua de Alfred Gilbert (1892)
habitualmente confundida com Eros, aparece acima de tudo e é uma homenagem ao conde de Shaftesbury, filantropo vitoriano.
Na Trafalgar Square, a estátua de Lord Nelson sobressai do alto da coluna de 50m de altura.
De 1842, homenageia o militar que morreu na batalha de Trafalgar contra Napoleão, em 1805.
A igrejinha de St. Martin-in-the-fields, é deliciosa.
De James Gibbs, que criou o estilo Colonial Americano, esta é de 1726, foi copiada de uma outra que existe nos USA, estilo Romântico e construída no local onde já existia outra do século XIII.
Os leões
são um chamariz para as fotos dos turistas e para as crianças que lhes trepam para o dorso.
A National Gallery
foi inaugurada no início do século XIX, quando Jorge IV persuadiu o Governo a comprar 38 quadros, trabalhos de Raphael e Rembrandt, e alguns benfeitores contríbuiram com obras. Fica em frente da fonte.
De entrada livre, o museu estava pejado de gente.
Infelizmente, as fotos não são permitidas.
O interior é lindíssimo e tem obras valiosíssimas de Canaletto, Piero della Francesca, Seurat, Turner, Monet, Picasso.
Já noite, à saída, as coisas parecem diferentes
e a escultura do menino no cavalinho de pau, tem outro encanto.
A pé até Westminster, seguimos pela Whitehall,
a avenida com vários prédios do Governo,
Horse Guards, Cenotáfio,
o memorial da I Grande Guerra, de Edward Lutyens, de 1920 e a Downing Street.
E finalmente o sino Big Ben
na bela torre que faz parte dos edifícios do Parlamento projectados por Charles Barry em 1834 quando o Palácio de Westminster foi destruído pelo fogo.
É o edifício Neogótico maior do Mundo.
Desde 1512, o Palácio de Westminster
é sede das Casas do Parlamento, a Casa dos Lordes e a Casa dos Comuns.
O sino foi colocado em 1858 e toca a cada meia hora. Quatro sinos menores tocam cada 15 minutos.
O Big Ben é o relógio mais famoso do Mundo,
com 4 faces, instalado numa torre de 106m, de 14 toneladas e baptizado em homenagem a sir Benjamin Hall, director dos trabalhos de instalação. Foi forjado em Whitechapel e foi o segundo sino gigante feito para o relógio porque o primeiro rachou durante um teste. O mostrador é o maior da GB, com 7,5m de diâmetro e o ponteiro dos minutos é oco e tem 4,25m!
Comprámos o Oyster Card para três dias, por 20 libras, no dia seguinte e, de Metro até Westminster, fomos constactar que os edifícios das Casas do Parlamento têm outra beleza com a luz de um dia soalheiro.
A Catedral está ao lado, fechada porque é Domingo.
A Abadia de Westminster
(Colegiata de São Pedro), foi Católica de 1050 a 1534 e Anglicana desde então.
De estilo Gótico,
é o local onde é coroado o monarca do Reino Unido. As duas torres da fachada oeste foram concluídas em 1745 sob o projecto de Nicholas Hawksmoor. A primeira abadia foi construída no século VIII, quando St. Dunstan trouxe monges beneditinos para o local.
A estrutura actual é do século XIII
e sobreviveu às investidas de Henrique VIII contra os edifícios monásticos na GB em meados do século XVI.
A St. Margareth's Church,
entre a Abadia e as Casas do Parlamento, é a Igreja Paroquial da Câmara dos Comuns e testemunhou muitos eventos importantes na vida do país. Foi fundada no século XII por monges beneditinos e é dedicada a Santa Margarida de Antioquia.
Nos relvados da Parliament Square, homenagens aos mortos das guerras mais recentes onde os ingleses participaram.
E a estátua de Winston Churchill,
criada por Ivor Roberts-Jones que, curiosamente, não é a preferida dos pombos. É que está envolvida por uma pequena corrente eléctrica!!!
Atravessando a Westminster Bridge,
encaminhámo-nos para a Roda Gigante que é o mais recente miradouro de Londres.
A Golden Eye ou Millenium Wheel,
tem 135m de altura com 32 cabinas de vidro que têm espaço para 25 pessoas cada uma.
Foi construída segundo o projecto de David Marks e Julia Barfield, com o patrocínio da British Airways para as celebrações da chegada do novo milénio.
Por 18,90 libras desfruta-se da panorâmica da cidade que pecou pela luz intensa do lado das Parliament Houses.
Mas vê-se a 30 St. Mary Axe, popularmente conhecida por The Gherkin, o Pepino,
de Norman Foster, localizada na City, com 180m de altura, numa estrutura de aço em forma de charuto forrada com painéis de vidro em forma de diamante.
A cúpula de St. Paul's Cathedral,
The Shard (o "Caco"),
de Renzo Piano, com 310m de altura, e as pontes.
As pontes, são mais de uma dezena e,
para mim, são uma atracção. Fomos admirá-las melhor, a partir do Tamisa, apanhando, por 9 libras, o barco até à Tower of London.
Depois da Westminster Bridge, com tons predominantemente verdes, a Lambeth Bridge, vermelha,
a Waterloo Bridge, a Hungerford Bridge
e a jóia da coroa, a Tower Bridge,
com uma ponte suspensa, um passadiço superior e as duas belíssimas torres. A Tower Bridge foi completada em 1894 e é uma peça da engenharia vitoriana que se tornou símbolo da cidade. As duas torres podem ser visitadas e têm 300 degraus.
Apeámo-nos junto da Tower of London
ou Her Majesty's Royal Palace and Fortress, a casa das Jóias da Coroa.
É um castelo histórico, na margem do Tamisa, erguido em 1066 como parte da conquista normanda de Inglaterra.
A White Tower,
que dá nome ao castelo, foi construída por William The Conqueror em 1078 e foi usada como prisão pelo menos desde 1100. A pedra branca é oriunda de França. Foi onde Ana Bolena foi decapitada e diz-se que o seu fantasma vagueia por ali.
De autocarro até à residência do Bispo de Londres, St. Paul's Cathedral,
no ponto mais alto da cidade de Londres.
Sobre uma outra do ano 604, no topo de Ludgate Hill, a actual catedral data do século XVII, foi construída em pedra de Portland, num Barroco inglês
e Renascença tardio. Tem uma cúpula
inspirada na da basílica de São Pedro de Roma e está entre as mais altas do Mundo.
A pé, atravessámos a Millenium Bridge,
oficialmente chamada London Millenium Footbridge, é uma ponte em aço, suspensa, pedestre, sobre o rio Tamisa. A sua construção começou em 1988 e foi inaugurada a 10 de Junho de 2000, unindo a City a Bankside.
Também é chamada Wobbly Bridge (Ponte Trémula) por causa da instabilidade e vibração que motivou o seu encerramento e posterior reabertura ao público em 2002.
O Shakespeare's Globe vê-se da ponte.
É uma réplica do The Globe, um teatro inglês construído em 1599 e destruído em 1613. O actual é de 1997 e foi construído a 230m do original.
Redondo, só o palco e o anfiteatro são cobertos e, por isso, só se fazem espectáculos entre Maio e Outubro, por causa da chuva.
O Tate Modern Museum fica ali ao lado. Abriu em 2000.
Claude Monet, Henri Matisse, Pablo Picasso, Turner, De Chirico
e outros, podem ser vistos e fotografados, gratuitamente.
Da varanda do restaurante, pode admirar-se a cúpula de St. Paul's iluminada e a margem do rio adormecido.
De Metro, saímos em Picadilly
para nos enchermos de luz, cor e movimento, aos pés de Antheros.
Percorremos a Regent Street com as suas iluminações natalícias e, depois, Carnaby Street,
a zona de compras mais famosa do Mundo, com efeitos baseados nos Rolling Stones!
E parámos no
Pub Shakespeare's Head,
no Soho, construído em 1735 na propriedade de Thomas e John Shakespeare, parentes afastados do poeta e dramaturgo.
Numa transversal, o mural
O Espírito de Soho
(esquina da Carnaby com a Broadwick St.), de 1991, da Free Form Arts Trust, homenageando a igreja local, a vida no Soho e a sua padroeira St. Anne e os artesãos. Lebres e cães intercalam-se, mostrando a época em que o Soho era terreno de caça real.
Ainda fotografámos as casas em falso estilo Tudor,
de aspecto campestre, de 1925, construídas especialmente para lojas, na Regent Street. O jantar, em casa, foi um excelente arroz de cogumelos secos com os restos dos bifes de ontem, confeccionado pelo Alf!
O dia seguinte foi de passeio por Portobello Market e
Notting Hill Gate,
onde chegámos de autocarro.
Apesar de manter um certo encanto,
Portobello foi inundado por comércio de marroquinaria.
As lojas dos antiquários quase desapareceram.
A All Saints Church parece abandonada.
E dos belos edifícios não vimos sair Hugh Grant nem Julia Roberts!
De novo de autocarro até Hide Park, para fotografar o Marble Arch,
na junção da Oxford St, Park Lane e Edgware Road. Construído em mármore de Carrara e desenhado por John Nash em 1825 como entrada cerimonial do Buckingham Palace,
foi inspirado no Arco de Constantino de Roma e celebra as vitórias britânicas durante as Guerras Napoleónicas. Está no local do antigo patíbulo de Tyburn onde os criminosos mais famosos da cidade foram enforcados em público até 1783. Um local verdadeiramente macabro de recordações!
E, logo ali, o Speakers' Corner,
o cantinho que se tornou o ponto de encontro de oradores de minorias e muitos excêntricos. Vem o hábito que se baseou numa lei de 1872 que legalizou o acto de falar em público sobre qualquer assunto, podendo criticar tudo menos a Família Real e o Governo em solo inglês. Mas… se estiver sobre um caixote, não estará sobre o solo e, então, poderá exprimir-se sem qualquer restrição!
De Metro, fomos até Covent Garden.
Cafés ao ar livre, artistas de rua,
lojas sofisticadas e mercados fazem parte da zona onde, no centro, fica a Piazza
onde funcionou um mercado de venda de legumes e frutas por junto até 1974. Desde aí, tornou-se num dos bairros mais animados da cidade.
O tecto em ferro e vidro do mercado central abriga, actualmente, uma grande variedade de lojas.
As bolas vermelhas
lembram o Natal que está a chegar. Também o faz a árvore em frente à Igreja de St. Paul, de 1633.
Chinatown
foi a paragem seguinte, para almoçar.
A comunidade chinesa na cidade
é do século XIX e originalmente concentrava-se nos arredores das docas do East End onde se localizavam os antros do ópio vitorianos.
Já em Leicester Square, soube-nos bem uma bebida quente em frente ao Hippodrome Casino.
E de metro, linha Picadilly, saímos em Gloucester para jantar em casa.
Aconselhados pelo nosso amigo Rui Felício, decidimos ir a Camden.
Situada no centro norte de Londres, Camden Town foi planeada como um bairro residencial, em 1791, tornando-se um local importante durante o desenvolvimento dos caminhos-de-ferro e sendo também servido por uma rede de canais navegáveis.
Mas é conhecido, actualmente, pelos seus mercados como o Stables Market e
onde os estilos de vida, mais ou menos bizarros,
cativam especialmente os mais jovens.
Procurámos outros locais menos alternativos e, a caminho do British Museum, depois do Metro, deparámo-nos com a Soho Square
com o bonito jardim de 1681. A cabana do jardineiro é bem pitoresca.
Originalmente chamada Praça do Rei, tem uma escultura de Charles II e ainda estão de pé duas casas originais e a igreja protestante francesa. Charles Dickens fala dela no "Um Conto de Duas Cidades".
Depois do almoço em restaurante italiano,
a visita do mais antigo museu do Mundo, fundado em 1753 para abrigar a colecção de Sir Hans Sloane. Com doações e mais compras de todo o Mundo, actualmente o British Museum
contém tesouros que vão da
Pré-História até aos dias actuais.
No último dia, antes do embarque, não faltou a visita ao Harrod's.
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