quinta-feira, 14 de agosto de 2014

BÓSNIA



Mostar

22 Junho 2014



A Bósnia-Herzegovina (Bosna i Hercegovina) 
resultou da desagregação da Jugoslávia após a morte de Tito. É um caldeirão de três etnias diferentes, cada uma com a sua religião e cultura. 
Existem croatas católicos (15%), sérvios ortodoxos (37%) e bosniaks ou bósnios muçulmanos (48%), estes herdeiros do domínio otomano a partir de 1463.
À entrada, apercebemo-nos que os nomes das localidades (e até do país) estão escritos em alfabeto latino e alfabeto cirílico. 

Paisagem agreste, 

com aspecto muito rural das casas em pedra, 
restos de fortalezas 
e um grande número de minaretes, que quase não vimos na Croácia.
Impressionante, a quantidade de cemitérios que vamos encontrando, ladeando a estrada.
Anichada no vale do rio Neretva, 

MOSTAR 
é uma velha cidade otomana que se desenvolveu entre os séculos XV e XVI e durante o período austro-húngaro dos séculos XIX e XX.

A primeira documentação de Mostar, é de 1474, referindo-se às torres guardiãs (mostari



da ponte de madeira do mercado da cidade na margem esquerda do rio usadas por soldados e comerciantes em viagem.
Mostar era a ligação entre o Adriático e a região da Bósnia Central, rica em minérios. Fortificada entre 1520 e 1566, a ponte foi substituída por uma de pedra. 

A cidade desenvolveu-se com a construção de edifícios públicos, religiosos e comerciais organizados em bairros (mahalas) e bazares.
Foi a cidade mais bombardeada de toda a Bósnia durante o conflito da chamada "Guerra da Bósnia", nos anos 90 do século XX.

Em 18 de Novembro de 1991, o braço da HDZ (União Democrática da Croácia) proclama a existência da República Croata da Bósnia-Herzegovina no território da Bósnia-Herzegovina. 
Mostar foi dividida em zona oeste ( forças croatas) 
e zona leste com maioria de população bosniak (bósnios muçulmanos). Destruindo a stari most (a ponte velha) em 9 de Novembro de 1993, criou-se um gueto a leste, de maioria muçulmana.

Findo o conflito, foi construída, no mesmo local, uma ponte provisória de madeira. Em 1995, foi tomada a decisão de reconstruir a velha ponte. E em 29 de Setembro de 1997, com a ajuda do Banco Mundial e da UNESCO, iniciou-se a primeira fase da construção, com a primeira pedra simbolicamente retirada das ruínas submersas no rio Neretva, e inaugurada em 23 de Julho de 2004.

Stari most (Velha ponte), 
como continua a ser conhecida apesar de ser bem recente, obra original do arquitecto Mimar Hayruddin (mandada construir por Solimão, o Magnífico em 1556), foi reconstruída, com 28m de comprimento e 20m de altura. Este "renascimento" da velha ponte tem um poder simbólico universal de convivência de comunidades com diferentes origens culturais, étnicas e religiosas.
O piso da ponte é curvo e difícil de percorrer, sendo necessário apoiar os pés nas barras transversais, mas vale a pena atravessá-la e mergulhar no mundo de bazares coloridos 


e diferentes raças, entre turistas e residentes. Vulgar é encontrar mulheres trajando burkas, ao lado de maridos de calções e rostos de turistas diferentes, alguns que já tínhamos encontrado em Dubrovnik, como a bela oriental que, como começa já a ser habitual, se deixava fotografar e queria ser fotografada connosco.

Na entrada da ponte, o museu fotográfico com a história do conflito e, à porta, uma pedra com estilhaços metálicos e as palavras Don´t forget '93.

Casas otomanas 
reconstruídas e bem conservadas a leste, bem como a Mesquita Koski Mehemed Pasa
de 1617, no final da rua do bazar.

Almoçámos no "Kulluk", 
comida local (cevapi) muito saborosa, 
e abandonámos a Bósnia.


* * * 



13 comentários:

  1. A oriental de olhos em bico deixou-me de olhos em bico...

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  2. Como sempre, muito boa reportagem

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  3. O cuidado do texto e a beleza das fotos, como sempre.

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  4. adorei!!!!
    Obrigado por esta viagem de imagem com história ;)

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  5. Maria Teresa P. Katajamäki16 de agosto de 2014 às 18:27

    Fotografias muito bonitas. Gosto bastante destas vistas. Beijinhos

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  6. Mais uma fantástica viagem que nos proporcionaram, a nós viajantes do vosso blog. Obrigada a ti, Alfredo, pelas lindíssimas fotos e à tua linda Daisy pelo texto sempre interessante.

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  7. Fico verdadeiramente FELIZ por o Alfredo e a Diasy partilharem as v/s viagens, que de outra forma, jamais as faria... J
    Encantador!
    Obrigada sempre!
    Beijinhos,
    Odete

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  8. Aceitei o teu convite na esperança de vos encontrar por lá, gostei muito mas não consegui estar convosco.
    Devemo-nos ter desencontrado.
    Abraço

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  9. Uma lição de História e sempre bem ilustrada! Para o próximo mês haverá mais.

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  10. De facto, estou como a São Rosas...
    Venham mais!

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  11. Ó Olinda, deves estar gira, de olhos em bico...

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