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quinta-feira, 27 de outubro de 2016

SRI LANKA


02 a 11 Outubro 2016


Via Dubai, com a Emirates, 8h e mais 4h até Colombo.
O Sri Lanka, Ceilão e Taprobana para os navegadores portugueses, é uma ilha com o feitio de uma lágrima no sul da Índia.



Em 1505, Lourenço de Almeida chegou à "Taprobana, por mares nunca dantes navegados". Estabeleceu amizade com o rei Kotte, ajudou-o a conquistar quase todo o território, à excepção de Kandy, um reino montanhoso, no centro, de acesso difícil. A influência portuguesa estendeu-se por quase todo o litoral. 


E dominaram o comércio das especiarias.

Tentando impôr o Cristianismo, os Portugueses azedaram as relações com os monarcas, budistas, que se aliaram aos Holandeses que, em 1640, arrasaram o forte português em Colombo. Em 1815, foi a vez da dominação inglesa. E só em 1948 se tornou independente. Em 1983, inicia-se uma Guerra Civil com os Tamil (hinduístas), provenientes do sul da Índia, que pretendiam o controle do Noroeste do país. Desde 2009, aparentemente em paz. República Democrática, tem Saúde e Ensino gratuitos. As crianças, até ao 10º ano, têm tudo gratuito, incluindo a farda obrigatória. 


São fundamentalmente budistas. A segunda religião é o hinduísmo, seguindo-se o cristianismo e, depois, o islamismo.
No tsunami de 2004, a costa sul foi devastada, tendo morrido 40.000 pessoas.
Em todos os dias de viagem, tivemos o mesmo condutor-guia, Joseph, católico, sempre de sorriso na cara, com um bom inglês e bastante cultura. Esperava-nos à saída do aeroporto de Colombo e levou-nos directamente para Kurunegala, Nordeste, por estrada muito movimentada.


Parámos em Dambulla, para almoçar. A comida tem muitos legumes, fritos, estufados ou cozidos; peixe, marisco e frango; e arroz de várias qualidades. O paladar começa a avivar com as diversas especiarias e ervas aromáticas. Sabe a Índia! Também cheira a Índia.
O hotel fica perto, entre Dambulla e Sigiriya. Uma escadaria em pedra , ladeada por dois leões e um porteiro. 

Depois, só floresta.

O carrinho de golfe leva-nos, juntamente com as malas... e despedimos-nos do Joseph até às 7.30h do dia seguinte.

O "Jetwing Vil Uyana Sigiriya" 

está instalado numa grande área que já foi desértica devido à água que foi desaparecendo e, com ela, todos os animais que aqui viviam. A criação de furos trouxe, de novo, a água e os animais ao seu habitat. 

Os bungallows


palafitas, ficam nos arrozais e em zonas de pântano, com lagos. 


Um paraíso onde muitos turistas vêm para observar animais. Com uma pequena piscina de 4X4m, 

serviu para nos refrescar, porque o calor é muito!

As refeições, servidas no restaurante da área social, são de comida local, muito bem confeccionada e bonita! 
O "nasi goran", 


um arroz de galinha, gambas e vegetais fritos, é um exemplo.
A área social é arejada e confortável. 


E a piscina confunde-se com o lago.


O sol já se escondia. Os pavões (o pavão é ave originária do Sri Lanka), que durante o dia passeavam pelos arrozais secos, juntavam-se nas passadeiras 


para ir dormir para outro lado (?). O telhado do vizinho serviu de trampolim para o voo...


Grandes silhuetas sobrevoam o horizonte em voos rápidos.



São morcegos, amigos que nos livram dos mosquitos! Só no dia seguinte, de manhã, vimos uma das árvores em que dormiam, 

grandes silhuetas negras, como frutos, dependuradas. São morcegos-raposa.

A visita da manhã foi a POLONNARUWA, a 66km de distância. O piso das estradas é bom. Alguns troços em restauro e outros só de uma via, dificultam o trajecto. 

A condução, embora não seja como na Índia, é extremamente agressiva: o trânsito é, sempre, intenso, os tuc-tucs (são cerca de 10 milhões...) impecilham, e as ultrapassagens são feitas in extremis, sob risco de colisão que nunca se concretiza, com fuga para a berma de um ou outro dos intervenientes na manobra!!!

Património da Humanidade da UNESCO, a cidade antiga de Polonnaruwa é um conjunto arquitectónico à volta de um lago artificial que, no ano 368, servia de residência real e foi capital do Reino no século VIII. Atingiu o período áureo no reinado de Parakrama Ballu I (1164-1197) e é um dos maiores sítios arqueológicos do país, ainda com muita coisa por encontrar.

O Palácio Real ou Vijavanta Prasada 


ou Palácio do deus Sakra (como conceito de igualdade entre deus e o rei...), foi construído em tijolo e madeira (o piso superior, que desapareceu), 


com interior revestido em mármore (ainda se consegue ver restícios). Teria 100 quartos.


A Câmara do Conselho lembra um templo grego. 

Na base, gravados em pedra, elefantes, leões e figuras humanas. 

O Thuparamaya 

é um templo, ainda coberto, com 33m de altura e várias esculturas de Buda. 


O Rankoth Venera

um grande stupa de cor castanha, fica no centro de uma praça quadrada rodeada por um muro de tijolo. 

O Satmahal Prasada 

tem a forma de uma pirâmide de 6 pisos.

Alahana Parivena, com 35 hectares de extensão, 

que se estende desde o Ronkoth Vehera ao Gal-Vihara, poderá ter tido um forno crematório e vários pequenos stupas com cinzas de reis, sacerdotes e outras pessoas importantes. As celas dos monges estavam localizadas nos terraços inferiores.

Kiri Vihara, o stupa que brilha, de tão branco.


Vatadage

o templo que terá sido construído para guardar a relíquia do dente de Buda ou a sua tigela das esmolas. 


Mas o Atadage

terá sido o primeiro a guardar a relíquia do dente.

O maior bloco de pedra, com inscrições, foi transportado de uma pedreira a alguns quilómetros de distância, é Galpota 

e descreve a genealogia, heroísmo, generosidade e altruísmo do rei Nissanka Malla.

No ponto mais afastado da cidade, Galvehera

um grupo de imagens de Buda esculpidos na rocha granítica, fazendo parte do Mosteiro Parakramabahu. 

O Buda deitado 

tem 7m de comprimento e será Ananda em nirvana depois da morte (os dedos grandes dos pés estão desnivelados...).

A nossa visita matutina, livrou-nos da turba de turistas que estavam a entrar quando saíamos!

Refizemos os 66km, calmamente, almoçámos e, às 16h, por causa do calor, o programa do dia foi completado com a visita à ROCHA DO LEÃO DE SIGIRIYA

A subida foi árdua, depois de passar pela planície onde terá existido a aldeia, com muitos jardins e lagos.


As grutas existentes 

terão sido ocupadas por monges desde o século III.


Existem várias lendas sobre o fantástico Rochedo no meio da floresta:
O rei Dhatusena teria dois filhos, Kasyapa filho da rainha e Moggallana filho ilegítimo. Fazendo o testamento, o rei disse que iria deixar o ouro ao filho bastardo e os poços de água (que era vida e riqueza) ao filho legítimo. Este, sentindo-se prejudicado, matou o próprio pai, emparedando-o, e o irmão viu-se obrigado a fugir para a Índia, com medo que lhe acontecesse o mesmo. O usurpador, no entanto, não se sentia seguro, temendo o regresso de Moggallana, com um exército, para o matar. 
Mudou, por isso, a corte real para a rocha, construindo, em 
7 anos, um belo palácio no topo do rochedo, 

muros defensivos e passagens secretas. Para causar medo aos seus inimigos, deu à pedra a aparência de um leão. Dezoito anos depois, houve confronto na planície e Kasyapa e, ao ser capturado pelo irmão, matou-se com o próprio punhal.

O palácio foi destruído e o local abandonado aos monges que, durante muitos anos por lá estiveram até o abandonarem também. Só em 1831, o major Jonathan Forbes descobriu a rocha e começaram as pesquisas arqueológicas.
A partir da planície, a subida faz-se por entre grandes calhaus rolados, com muitos recantos que serão ruínas de templos, e escadas íngremes.






Para ter acesso à gruta das Donzelas das Nuvens 




ou Donzelas Douradas


subimos uma escada de ferro em caracol 

que terá vindo de Londres. Antes, os visitantes seriam içados por cordas que sustentavam cestos... Vale a pena o esforço. As pinturas ainda estão bem conservadas (terão sido pintadas entre os séculos IV e XI) e representam belas jovens com os seios desnudos.

O Muro dos Espelhos 

é uma parede lisa com 700 versos cingaleses escritos por visitantes dos séculos V ao XIII, por onde obrigatoriamente se passa, sempre subindo, até ao Terraço Pata de Leão

Virado para Norte, é a base das escadas de acesso ao Palácio (às ruínas) no topo da Rocha. As patas ainda lá estão. Depois, seguem-se 700 degraus esculpidos na rocha.
O vento, primeiro brisa acariciante, tornou-se ciclónico, apressando a descida.

A madrugada do dia seguinte fez com que fizéssemos, de novo uma visita guiada ao Templo de Dambulla sem turistas a estragarem as fotografias.
A cerca de uma hora de caminho desde Sigiriya, chegámos ao templo da base, 

com um grande Buda dourado, um edifício de aspecto de loja chinesa e várias figuras de plástico. O "monge de baixo", como diz o Joseph, deveria ter investido era na recuperação e manutenção do templo de cima!...

A subida é árdua, com o sol já a aquecer. 


Cerca de meia hora, os degraus esculpidos na rocha, 

não têm sombras. Em alguns troços, os macacos, que são considerados sagrados, mostravam cenas completamente humanas, chegando a comover... 


Descalçámo-nos na portaria.


O Templo de Dambulla ou Royal Rock, é Património Mundial desde 1991. Foi mandado construir pelo rei Walagamba, no século primeiro da era cristã. 

Por trás da fachada muito branca e bonita, 


estão cinco grutas com 2000 metros de pinturas


e 153 imagens de Buda, 


a maior das quais com 14m de comprimento, gravada na rocha.


A beleza das pinturas, o misticismo, até a beleza da envolvência merece a visita. E o silêncio.




Cruzámo-nos com os turistas, na descida!

O Jardim das Especiarias de Matale 

tem muitas espécies ainda com o nome em português, porque foram os nossos navegadores que para aqui as trouxeram desde a Índia. Baunilha, café, canela... A canela do Ceilão, é considerada a melhor do Mundo!

KANDY é a capital das montanhas. O coração do Budismo.
O Templo do Dente de Buda (Sri Dalada Maligawa) 

é o principal centro religioso dos budistas. A relíquia é guardada num cofre de ouro em forma de cone que tem mais 6 cofres iguais sobrepostos, guardado no Santuário e protegido por vidros. 
Exposto, está, apenas, o relicário exterior, vazio... 


O receio do roubo, não é vão: foi roubado no funeral de Buda em 483 aC, transportado no cabelo de uma princesa 

até Anuradhapura e depois para Kandy. Em 1283, foi novamente levado para a Índia por um exército que invadiu a Ilha e resgatado pelo rei Pakramabahu III, novamente para Kandy. 
Conta-se que os Portugueses, que queriam impôr o Cristianismo, o roubaram e levaram para Goa, submetendo a relíquia a julgamento da Inquisição, destruindo-o em almofariz e lançando-o em água corrente. Mas os cingaleses dizem que era uma cópia!... 

O complexo tem vários edifícios ricamente adornados.


A peregrinação anual, 


que deve ser cumprida pelo menos uma vez na vida de um budista, é em Julho e tem milhares de peregrinos, elefantes ricamente adornados e muitas luzes. 


O elefante que transporta a relíquia tem um lugar próprio para a receber, dentro do templo...


O lago circundante, público, dá frescura ao recinto.



O hotel, "The Kandy House", é um boutique-hotel, uma casa colonial com alpendres e colunas, 


pátios interiores 


e cobertura de telha caneleira, portuguesa.


Apesar da hora tardia, o mordomo responsável por nós perguntou quando queríamos que nos servisse o almoço e, pouco depois, a mesa estava posta no alpendre virado para o jardim 


e para a densa vegetação que mantinha a privacidade da piscina.


Os quartos são esplêndidos e os dois têm uma varanda comum, 

onde passámos o resto da tarde, com a prima, conversando, escrevendo e lendo. A internet tem funcionado sempre bem e temos enviado os postalinhos, todos os dias para os amigos do blog Encontro de Gerações BNM!
No dia seguinte, a mesa do pequeno almoço estava posta à hora previamente combinada e os pratos que tínhamos escolhido na véspera, foram chegando e colocados à nossa frente, sem engano...


Em PINNAWALA, aguardavam-nos os elefantes do Orfanato dos Elefantes, no rio, infelizmente com pouca água, onde vão duas vezes por dia, para o banho. 


O orfanato foi criado em 1975 com apenas 5 crias que estavam perdidas na selva depois de lhes terem matado os pais, para roubar as presas de marfim! Hoje, são mais de 80. A reserva é atravessada pelo rio Maha Oya.
As entradas para os ver contribuem para a manutenção da Reserva. E os turistas são muitos!

Almoçámos no restaurante do hotel construído à beira do rio.
Depois, fomos para outro local da Reserva, para ver alimentar os mais pequenos, 6 litros de leite engolidos rapidamente, cinco vezes por dia.


Cada um dos mais velhos consome 75kg de folhas por dia e 2kg de uma mistura de arroz, mandioca, sementes e minerais. Comem muito... e defecam grandes quantidades de fezes inodoras que, depois de tratadas, são transformadas em papel e cartão.


A paragem seguinte foi no Jardim Botânico de Paradenniya. Optámos por fazer a visita num carrinho de golfe. Por 2000 rupias (os bilhetes já estavam incluídos), fizemos um passeio de cerca de uma hora pelos principais recantos deste enorme espaço de 147 hectares

que remonta a 1371, quando o rei Wickramabahu III ascendeu ao trono. 
Espécies como a árvore com a madeira mais pesada do Mundo 
(Lignum vitae guaiacum officinale)

que não flutua, originária do México e das Índias; a planta da coca (Erytroxylum novograntense), 

originária da América do Sul. 
Memorial Trees, onde estão árvores plantadas por visitantes importantes, como a Amherstia Nobilis 
por Lord Mountbatten, 


o Tamarindus indica pelo Primeiro Ministro 

no dia da Independência, 4 de Fevereiro de 1948, a interessante cannon ball, Couroupita guianensis 



pelo rei George e rainha Mary que mereceu outras fotos, mais à frente.


A ponte pêncil 


sobre o rio Mahawelli, 


o lago, 


o Great Lawn 


também mereceram as fotografias de recordação. Bem como as meninas, com os seus sorrisos lindos e dizendo adeus!...



O dia terminou num espectáculo  de danças regionais, no Y.M.B.A. Hall.


No recato do nosso hotel, o caril cingalês, mereceu a fotografia. 


Arroz branco e arroz vermelho e caril de vários vegetais (agrião, beringela, abóbora preta, ananás, sementes e flor de bananeira, quiabos, beterraba), galinha, peixe e camarão!

A saída para as regiões do chá, no dia seguinte, foi outra madrugada.
Atravessar Kandy, não é fácil. O trânsito da grande cidade parece uma permanente hora de ponta!


Mas a estrada é boa, embora com muitas curvas, subindo na montanha até aos 2000m de altitude. A temperatura baixou bastante. As cascatas são várias. 
A Ramboda, uma delas.


A paisagem é linda, 


com árvores com flores vermelhas, amarelas e cor de laranja.


O clima temperado de NUWARA ELIYA, a 72km de Kandy, dá à cidade uma atmosfera diferente das outras cidades do país. A sua arquitectura colonial inglesa 

levou a chamá-la "Little England". Foi fundada por Samuel Baker, o inglês que descobriu o Lago Alberto e explorador do rio Nilo. Os ingleses transformaram-na num retiro montanhoso onde introduziram a caça à raposa, ao veado, ao elefante (!...) e polo, golfe, cricket e corridas de cavalos.


Os campos de chá cobrem as encostas.


Visitámos a Glenloch Tea Factory. 


Originário da China, há 5000 anos e desde 2737 aC que se conhecem os efeitos benéficos do chá. Mas foi o chá do Ceilão que o tornou famoso nos séculos XIX e XX, na Europa. Ao escocês James Taylor é atribuída a primeira plantação de chá no Sri Lanka, em 1867, com 20 acres, no Estate Loolcondera de que era superintendente. Foi aqui que aperfeiçoou (graças ao trabalho escravo das mulheres tamil que mandou vir do sul da Índia), a técnica da depena fina: "2 folhas e um botão".

Numa das encostas, a fábrica Mackwoods 

criou um letreiro semelhante ao famoso da encosta de Mount Lee, em Hollywood.

Hoje é Sexta-feira e é último dia em que poderemos fotografar as mulheres a trabalhar. 





Não trabalham, e não ganham, ao Sábado e ao Domingo. Trabalham 6h seguidas, faça chuva ou faça sol, e têm que colher, no mínimo, 7kg de folhas, se querem ser pagas. Não ganharão mais do que o correspondente a 4 ou 5 euros por dia!
Um pouco à frente, o trânsito parado 


levou-nos à pesquisa da causa, que encontrámos  a alguns metros : sentadas no chão as mulheres do chá, com bandeiras negras, gritavam palavras de ordem. 


Pretendiam um salário de 1000 rupias (cerca de 6 euros) por dia, que lhes haviam prometido há mais de três meses, sem haverem cumprido.

Ainda estávamos a 55km de Hatton, onde se situa a nossa próxima morada e o caos do trânsito não tinha aspecto de se resolver tão cedo.
Nesta região, a língua predominante é o tamil. E, felizmente, o nosso guia aprendeu-a na escola. Conseguiu saber que havia uma fuga possível: pelos caminhos do chá! 


Um labirinto de muitos quilómetros que une as várias plantações à estrada principal. Caminhos de cimento, terra, buracos, pequenas pontes por cima de riachos que quase obriga a parar porque não estão preparados para serem transitadas por vans nem automóveis.
Eu aproveitei para fotografar as plantações.


Conseguimos chegar à estrada principal perto do Estate St. Clair, onde nos esperava uma cascata lindíssima


 e um castelo!


Mais à frente, outra cascata, a Devon.

Os 2km que separam a estrada principal do nosso hotel é, também, um caminho de chá, em muito mau estado. 
Os lagos, em baixo, 

dão um toque especial à paisagem. Mas impossível parar. 

Em baixo, com o lago ao fundo, o hotel Ceylon Tea Trails Catlereagh. 


Outro hotel-boutique, com apenas 6 quartos e tratamento muito personalizado.
Estava previsto um trekking de 8km, na montanha, na madrugada seguinte mas, depois das experiências na Rocha e no Templo de Dambulla, não nos sentimos com coragem para o fazer e fizemos um agradável retiro neste espaço belíssimo.

Rodeados de plantações de chá

para pequenos passeios a pé, pequeno almoço, 


almoço de 3 pratos, 


chá das 5 

e jantar com 4 pratos, o tempo não foi, de modo nenhum, monótono. 

A piscina, 


os corvos 


e outra passarada 


contribuíram para tornar a estadia  de duas noites muito agradável.

Os últimos dois dias foram passados em Colombo, onde chegámos depois de várias horas de trânsito, descendo dos 2000m de altitude até ao nível do mar. 

Parámos em Kitulgala, onde uma ponte pêncil 


sobre o rio Kelani recorda o local onde foi construída uma réplica da ponte sobre o rio Kway (na Tailândia) para a fazer explodir no filme com o mesmo nome. A cena foi aqui filmada porque era muito mais barato. 
O rio é utilizado pelas lavadeiras... 


e pela prática de rafting. 
Cruzámo-nos com os tuc-tucs 

que  transportam barcos de borracha e clientes e depois os vão esperar lá em baixo, em Colombo, onde o rio desagua.

COLOMBO é a capital da Ilha. Foi possessão portuguesa entre 1518 e 1524 e 1554 e 1656. A era holandesa seguiu-se até à chegada dos ingleses em 1796.
Com mais de 5 milhões de habitantes, o turismo na cidade não é fácil. As buzinas fazem-se ouvir, quando se abranda para fotografar, a polícia espreita em cada esquina e debaixo de cada árvore!...O tour teve que ser feito em andamento, atentos às explicações do guia e de máquina em riste! Foi assim que vimos o Promenade 

que se estende ao longo da costa do Índico, 
a Mesquita Vermelha (Jami Ul-Altar Mosque),


numa rua estreitinha, a Mesquita Branca (De Dewatagaha),


o Old Colombo Lighthouse ou Colombo Clock Tower


que é, ao mesmo tempo, farol e torre do relógio. Também a Mesquita Verde


a White House que é o City Town Hall, 


o Old Parliament Building.


Parámos na Wolvendaal Church

igreja holandesa em vias de restauro pelo Governo Holandês, que só pode ser visitada com guia credenciado. Em Pettah, é um dos mais importantes edifícios da época colonial holandesa. 
Construída fora dos muros do Forte Português, num local onde havia chacais que os europeus confundiram com lobos, daí o nome, Wolf's Dale ou Vale dos Lobos. Iniciada em 1749, levou 8 anos a ser construída, em estilo dórico, em forma de cruz grega com muros de 1,5m. 
Chão de granito 


onde se podem ver as lápides com os nomes dos sepultados. 
Tem um órgão de tubos em muito bom estado à frente de grandes vitrais com desenhos simples.


E parámos, também, no Independence Memorial Hall ou Charaka Ranasinghe, 

construído para comemorar a independência do domínio britânico. 
Área aberta 


com colunas trabalhadas 


e painéis contando a história do país, não faltando uma com a referência a Lourenço de Almeida.


O descanso, até à viagem de retorno, foi numa casa com história, o H. Tintagel Colombo. 


Foi construída para morada do Dr. Luciem de Zilwa (Silva?) que foi expulso pelas tropas inglesas nos anos 40 do século XX, para alojar uma centena de soldados. Deixaram a casa destroçada e De Zilwa vendeu-a a Sir Solomon Dias Bandaranaike, cuja família teve grande importância política. O filho foi Primeiro Ministro e morto na varanda por um monge budista por supostas concessões à minoria tamil. A sua viúva foi a primeira mulher no Mundo com o título de Primeira Ministra, reeleita em 1970 e 1994, tendo estado no governo até ao ano 2000. A filha mais nova, Chandrika Bandaranaike Kumara Thungh foi a primeira mulher Presidente do Sri Lanka em 1994.
Em 2005, Tintagel foi arrendada a Shanth Fernando pela família e tornou-se no único hotel privado, 
Paradise Road Tintagel Colombo.



Um bom local para terminar uma viagem que nos agradou muito.





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