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sábado, 25 de abril de 2015

USA - BIG SUR e LOS ANGELES


25 a 29 Junho 2011

Fizemos 180km desde São Francisco até parar em Monterey

pequena cidade na baía com o mesmo nome onde chegou pela primeira vez, em 1602, o espanhol Sebastián Vizcaíno que lhe deu o nome do seu patrono, o conde de Monterey. Mas só se transformou em povoado com a chegada do capitão Gaspar de Portolá e do padre Junípero Serra, em1770, com a construção de uma igreja e de um presídio (quartel).

Chegou a ser a capital da Califórnia, na época do ouro, até 1848. Hoje, é um centro piscatório e turístico, 

com a sua bela baía, 

o Fisherman's Warf e as lindas casas bem conservadas. 

Almoçámos e fotografámos os leões marinhos.

O primeiro Teatro da Califórnia, 
aqui situado, foi construído em 1847. 

No Cotton Hall
que marca o local onde foi assinada a Constituição  do Estado da Califórnia, a bandeira está içada.

As belas casas no chamado estilo Monterey, 
com telhados de ripas de madeira, estão bem conservadas.
Pertinho, fica a Carmel Mission
que faz parte das 21 missões fundadas pelos Franciscanos do padre Junípero Serra, 
de São Diego a Sonoma, para servirem à colonização do Estado. Distam, entre si, cerca de 40km, que era um dia de viagem de cavalo. Eram adaptações das igrejas mexicanas 
concebidas pelos frades e construídas em tijolos de adobe e madeira pelos Nativos americanos.
A de Carmel, foi fundada em 1770 e foi aqui que residiu o padre Serra até à sua morte. Foi abandonada em 1834, mas cuidadosamente restaurada em 1924.

No século XVIII, os colonos espanhóis de Carmel deram a esta faixa de terra o nome de El País Grande del Sur.

Esta zona costeira do Big Sur tem atraído muita gente para os seus 160km de belas montanhas, penhascos e enseadas.

Apesar da construção da Highway 1, que percorremos, a paisagem foi preservada no seu estado natural, sem grandes cidades. Protegida por uma série de parques estaduais, densas florestas, rios e enseadas, 

obrigam a várias paragens… para fotografar! Mas os pontos de observação estão bem indicados, para não criar situações de perigo.
A Bixby Creek Bridge
construída em 1933, foi, durante muitos anos, a única ponte do Mundo de vão único com 79m de altura e 213m de comprimento.
O Lúcia Lodge 
é composto por uma série de cabanas na ribanceira e vale a pena fazer uma paragem.
Em San Simeone, apesar do vento agreste, debruçámo-nos para ver numerosos grupos de elefantes marinhos.

Ao fim do dia, chegámos ao "Hotel Sands by the Sea", na Hearst Drive, 
um lodge simples e típico, à beira da estrada, virado para o Pacífico, ao lado do "Best Westerns" que o comprou e onde vamos fazer as refeições, à beira-mar, com o Oceano aos pés.

O jantar foi bom, com serviço simpático, o que não aconteceu ao pequeno-almoço. A empregada foi desatenta e antipática de tal modo que nos esforçámos por deixar o dinheiro certinho ao cêntimo, sem tip. Como a despesa é pequena, de manhã, as gorjetas são proporcionais… talvez por isso não valha a pena ser simpático!…

Prosseguimos no Big Sur até Morro Bay
porto marítimo fundado em 1870 para escoar os produtos dos criadores de gado e agricultores da zona. 
O Morro Rock 
é um pico vulcânico em forma de cúpula, com 175m de altura que começámos a ver muito antes de chegar à baía. João Cabrilho (português de Montalegre, onde tem uma estátua, em frente à Câmara desta vila de Trás-os-Montes, em Portugal) foi o descobridor oficial da Califórnia, mas ao serviço de Espanha, chegando a San Diego em 1542. Baptizou o morro de "O Mouro", porque o achou parecido com um turbante mouro.
Hoje, a principal actividade da cidadezinha e da sua bela baía, é o turismo. 

Lojas, restaurantes e barcos, proliferam. Daqui partem os cruzeiros para observar baleias.

Entrámos no vale de Santa Ynez, 
passando por uma pequena cidade, Solvang
em estilo escandinavo, criada em 1911 por um grupo de Dinamarqueses que pagaram 360.000 dólares por 3.650 hectares de campos de mostarda e feijão. 
O moinho é o símbolo da cidade.

Perto, Mission Santa Ynez
fundada em 17 de Setembro de 1804, a 19ª Missão da Califórnia. Fachada mais modesta do que a Carmel Mission, mas igualmente bonita e com um jardim cuidado. 
O restauro do campanário foi financiado pelo milionário W. R. Hearst cujo castelo megalómano fica nas redondezas.
O almoço foi nos "Los Olivos Cafe", 
à fresca, na esplanada, na cidadezinha encantadora com o mesmo nome (Los Olivos).

Santa Barbara 
é mais uma beleza em arquitectura. 

Após o sismo de 1925, o centro foi reconstruído de acordo com regras rígidas, ao estilo da arquitectura mediterrânica. Foi fundada em 1782 como guarnição espanhola, quatro anos antes da construção da Missão.

O County Courthouse, 
o tribunal em estilo Colonial Espanhol de 1929, ainda funciona. No átrio, azulejos tunisinos 
e ferro-forjado. 

Tem uma bela torre do relógio.

O Lobero Theatre 
é um edifício de 1924 e ocupa o local onde existiu o primeiro teatro construído em 1873 pelo músico italiano Jose Lobero.
A Missão
é a "Rainha das Missões". Fundada em 1786, no dia de Santa Bárbara e é a décima construída pelos franciscanos espanhóis. A fachada é lindíssima, com as suas torres gémeas e a mistura de estilos Românico, Mourisco e Espanhol. 
O interior da igreja é Neoclássico 

e os claustros são um corredor aberto para

 o jardim com palmeiras 
no centro do qual está a Fonte Sagrada. 
A cozinha 
foi restaurada para mostrar o ambiente no início do século XX. 
No cemitério, uma grande e velha árvore 
e uma cruz de pedra 
sombreiam as sepulturas de cerca de 4.000 Nativos americanos e frades.

Praias extensas, de areia branca, e algumas palmeiras dispersas, muito altas, foi a paisagem que nos acompanhou até Los Angeles.
Alojámo-nos na "UCLA Tiverton House", pequenos apartamentos com casa-de-banho e kitchnette pertencentes à Universidade.
A Los Angeles metropolitana incluí 88 cidades diferentes, numa área de cerca de 1200 quilómetros quadrados, onde habitam 8,5 milhões de pessoas.
Está situada numa extensa planície virada para o Pacífico e rodeada por cordilheiras (as montanhas de Santa Mónica e as Hollywood Hills).

O pequeno-almoço, no dia seguinte, foi simples mas farto, misturando-nos com outros hóspedes, a maioria familiares de doentes internados no Hospital Universitário.

Bel Air fica na ravina onde, entre altíssimas sebes, nas ruazinhas estreitas, se escondem as casas dos artistas de cinema.

Beverly Hills 
é outra das cidades independentes de LA. O Sunset Boulevard divide os ricos dos muito ricos (os que vivem a sul são ricos… mas os que vivem mais a norte, são super-ricos!). A segurança á muita e os sinais da polícia de segurança estão bem visíveis e avisam que "podem responder com armas"!

O passeiozinho de carro terminou na Baixa, 
onde estacionámos para fazer o Rodeo Drive
nome que se deriva de "El rancho rodeo de las aguas" (o rancho da junção das águas) que era a designação de uma antiga concessão de terras, espanhola, que incluía Beverly Hills. As suas ruas estão cheias das lojas de grandes marcas como a Cartier, Gucci Louis Vuitton.

O 2Rodeo 

é um dos mais luxuosos centros de venda a retalho do Mundo. É como uma rua europeia, com uma praça e candeeiros de rua de estilo vitoriano, que termina na escadaria de Espanha 
(reprodução da da Praça de Espanha, em Roma).

Em frente, no Wilshire Boulevard, o hotel que aparece no filme "Pretty Woman" 
e também o MGM Building 
construído em 1920 por Louis B. Mayer, uma estrutura branca e dourada, ArtDeco, que é hotel mas foi sede dos estúdios da Metro-Goldwin-Mayer.

Ao lado, o Beverly Theatre, de estilo Mourisco, 
construído em 1925 e que hoje é o Israeli Discount Bank.
Voltámos ao carro e percorremos a Beverly Drive com as suas esguias e altas palmeiras.

No Sunset Boulevard, fica o Beverly Hills Hotel
chamado "Palácio Cor-de-rosa", em estilo Missão Revivalista, construído por Burton E. Green em 1912 e que dizem ter sido esconderijo romântico de estrelas de cinema como Marilyn Monroe, Clarck Gable , Elisabeth Taylor.
O Beverly Hills Civic Center 
é a Câmara Municipal, em estilo colonial espanhol, com uma belíssima torre com cúpula de azulejos desenhada em 1932 por uma firma local, a Koerner and Cage. O arquitecto Charles Moore, em 1990, ligou o edifício antigo a um novo Civic Center por uma série de pátios.

O carro, que vinha a ter problemas desde Santa Bárbara, foi-nos trocado e deram-nos um Dodge SUV cinzento-prateado que despertou muitos olhares de transeuntes!
Almoçámos no 
MOCA (Museu de Arte Contemporânea). 
O edifício, do arquitecto japonês Arata Isozaki é, por si só, uma obra de Arte.
Também na Grand Avenue, o Walt Disney Concert Hall, de Frank Gehry.

Fazer o Canyon Drive 

é algo de radical. A estrada, muito estreita, é ladeada por vivendas, mal cabendo dois carros em alguns troços, e com muitas curvas. No alto das Hollywood Hills, o célebre letreiro

Ali colocado em 1923, publicitava o complexo habitacional do antigo editor do LA Times, Harry Chandler, a Hollywoodland.
No Sunset Boulevard, o Capitol Record 

e a Hollywood High School no nº 6800, onde muitos famosos estudaram.

O Hollywood Boulevard 

é uma das ruas mais famosas do Mundo. Hoje está especialmente movimentada porque vai haver a Première do filme "Larry Crowne" 
e espera-se a presença de Tom Hanks e Julia Roberts.

O Passeio da Fama 
tem nomes de famosos a nossos pés. 

Desde Fevereiro de 1960 celebriza os famosos do mundo do cinema, da rádio, da televisão, do teatro e da música, com nomes em estrelas de mármore polido embutidas na calçada. 

Hoje, são mais de 2000. Têm que ser apadrinhados pela Câmara do Comércio e pagar 7.500 dólares cada colocação.
O Grauman's Chinese Theatre 
é dos poucos teatros originais, com aspecto de templo chinês, pagode ou casa tradicional chinesa, bastante exuberante.

O El Capitán Theatre
construído em 1926, também não sofreu modificações. Foi aqui que se estreou o "Citizen Kane" de Orson Wells, em 1941.
Do terraço do centro comercial acessível pelo 
Kodak Theatre (onde se entregam os Oscares), 
vê-se a torre do telhado verde do 
First National Bank 
que marca o cruzamento com a Highland Avenue, e o Clarion Hotel Hollywood Roosevelt inaugurado em 1927.
A confusão era grande e nenhum de nós estava feliz por estar ali. 
E Santa Mónica esperava por nós.

Foi aqui que João Cabrilho chegou em 1542, à baía de Santa Mónica, quilómetros de praias de areia fina e branca.
Aqui, o sol brilha 328 dias por ano!
No Santa Mónica Pier, assistimos ao pôr-do-sol.
E jantámos na Third Street Promenade onde, no final, o empregado agradeceu com um "Obrigado", assim mesmo, em português.

No dia seguinte, tínhamos programado a visita a dois museus.
Começámos pelo J. Paul Getty Museum at Getty
com marcação prévia obrigatória pela net, situado numa colina à entrada da cidade. A visita é gratuita, mas paga-se 15 dólares pelo estacionamento  que nos foram cobrados pela "porteira", que ficou histérica com o nosso carro. "É novo, este modelo! Quanto custou? Como gostava de ter um igual!…". Rindo, sugeriu-nos que dissessemos à Avis que o tínhamos perdido!…
Um eléctrico sem condutor 

faz o vai-vem entre o parque de estacionamento e o museu, no alto da colina. O enquadramento 
é muito verde, com árvores de clima mediterrânico… até alguns medronheiros!

J. Paul Getty (1892-1976) fez fortuna com o petróleo e tornou-se um apaixonado coleccionador de Arte. A Fundação Getty compõe-se deste museu e da Villa Getty onde estão as antiguidades Gregas, Etruscas e Romanas.
As colecções, aqui, estão distribuídas por cinco pavilhões com dois andares, com obras de Pintura, Escultura, Fotografia (uma exposição temporária sobre a Revolução Cubana), 
Mobiliário e Porcelana.

Do átrio superior, observando os edifícios da Baixa de Los Angeles, o "Angel of the Citadelle", de Marino Marini.

O belo jardim de Cactos foi projectado por Robert Irwin.

Depois (não perdemos o carro!...), percorremos um troço da Mulholland Drive

uma das mais famosas estradas de LA, 80km desde o norte de Hollywood à costa de Malibu, com muitas curvas, 
que nos proporcionou vistas espectaculares da cidade e do Vale de San Fernando, com algumas das mais luxuosas casas de LA.

A Melrose Avenue 
é um local de passeio agradável para os amantes das compras e da diversidade culinária (tem restaurantes de todo o Mundo).
O primeiro estúdio de Hollywood, 
o Paramount Studios 
é também o último grande estúdio ainda em funcionamento. Aqui foram produzidos filmes como "Os Dez Mandamentos", "A Guerra dos Mundos", "O Maior Espectáculo do Mundo" e "O Padrinho".
Também na Melrose Avenue, 
o Hollywood Post Office 

e o Hollywood First National Building, ArtDeco.

Almoçámos no Farmer's Market

Este mercado nasceu em 1934, durante a Grande Depressão, com um grupo de agricultores que começou a vender os seus produtos directamente ao público num campo nos limites da cidade. 
A Torre Sineira 
marca a entrada na área e pode ver-se os cartazes  do LA Times 
nas portas da loja que vende livros, revistas e tabaco. Também, bem perto, a reprodução de uma bomba de gasolina antiga.

O LACMA (Los Angeles Country Museum of Art) 
é o maior museu de Arte dos USA a oeste de Chicago e tem uma das melhores colecções do País. 
Rodin é, aqui, privilegiado. "Picassos" que não conhecia, um Diego Rivera, "Dia das Flores" 

e um quadro do Impressionismo Americano, "Mãe a lavar o Filho ensonado", de Mary Cassatt, 

e muitas telas do Realismo Flamengo, 

são sempre uma tentação (graças à  extraordinária característica dos Museus Americanos, de não proibir) para a  fotografia!
No último dia, ainda fomos à Getty Villa 
cuja construção foi inspirada numa villa  romana (Villa dei Papiri), de onde vieram os materiais.
A curiosidade por Malibu 
levou-nos até lá, mas a linha de costa está completamente ocupada por casas particulares (de que apenas vemos as garagens), viradas para a lagoa.
O estuário de Malibu 
tem uma grande variedade de vida marinha e 200 espécies de aves migratórias e nativas, o que levou o povo Chumash a construir aqui Humaliwo, uma grande aldeia nas margens da lagoa. No século XVI, era uma populosa aldeia nativa americana até à chegada dos colonos. 
Até 1928, toda a secção da linha de costa pertencia à família de Mary Rindge que, nessa altura, vendeu a chamada  Malibu Colony 
a estrelas de cinema como Gary Cooper e Bing Crosby para poder continuar a manter Malibu na posse da família.

Venice Beach 
é outro ponto turístico desta grande baía que vai de Point Dume a Los Palos.
Fizemos uma breve paragem para fotografar a escultura "Binoculars", 
de 1991, da dupla sueca da PopArt Claes Oldenburg e Coosje Bruggen para a TBWA Chiat/Day Advertising Agency.
Hoje, Venice é uma zona mais ou menos mal frequentada, sendo pouco aconselhada a partir do escurecer. 

Mas, durante o dia, é um local agradável para passear, 
andar de bicicleta 
ou de patins e onde se vêem lojas carregadas de bugigangas e trapos para atrair turistas e… as fachadas mais interessantes e pequenas do mundo!

Venice 
foi fundada em 1900 pelo magnata do tabaco Abbot Kinney como versão americana da cidade italiana
com o mesmo nome, esperando fomentar o renascimento cultural na Califórnia do sul. 
Construiu um sistema de canais 
e importou, mesmo, gôndolas e gondoleiros. 
A construção não teve em conta as marés e a zona era constantemente assoreada por problemas no sistema de esgotos. 
Por isso, a maioria dos 11km de canais foi tapada 
durante o ano de 1927. 
Os que restam, deliciaram-nos quando percorremos a estreita Dell Avenue

numa bela despedida da Califórnia.

Logo, estaremos no TEXAS!

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