Translate my Blog

quinta-feira, 12 de abril de 2012

NORUEGA - Oslo

OSLO

25 e 26 Fevereiro 2012


O "Hotel Bristol"
é daqueles hotéis que eu chamo de "pretensiosos". No lobby, vários bares com grandes sofás de cabedal e cheios de gente ao fim-de-semana (a maioria não hóspedes) que enchem as mesas, a beber e a falar alto. E os quartos, antigos modernizados, a mostrarem o desgaste do tempo...

Oslo (Os=cadeia de colinas ou deus pagão; lo=cheia, plena. Oslo, cidade cheia de deuses, situada aos pés das colinas...).
A cidade está localizada no topo do Oslofjord,
rodeada por florestas e pequenas ilhas, com cerca de 453 quilómetros quadrados e é uma das maiores capitais do Mundo. É capital desde o reinado de Hakon V (1299-1319), o primeiro rei que viveu permanentemente na cidade. Foi ele que começou a construção da fortaleza Akershus. Destruída pelo fogo várias vezes, depois da 14ª calamidade, em 1624 (o fogo durou três dias...), o rei Christian IV da Dinamarca (e Noruega) ordenou a sua reconstrução num local à volta da baía, dando-lhe o nome de Christiania. Em 1814, a Dinamarca teve que ceder o território da Noruega ao rei da Suécia, Karl Johan, por causa das Guerras Napoleónicas. Foi só nesse ano que a Noruega teve a sua própria constituição e Christiania ganhou, oficialmente, o status de capital da Noruega. Foi o rei Karl Johan que iniciou a construção do Palácio Real, em 1825, tendo sido completado em 1848 pelo rei Oskar. Também no séc.XIX foram construídos os edifícios do Parlamento, a Universidade, o National Theatre e a Bolsa.
Em 1905, o país separou-se da Suécia. Só em 1925, a capital retomou o nome de Oslo.
Dormimos bem e, depois do pequeno-almoço, dirigimo-nos, a pé, até ao "Grand Hotel", em frente ao Parlamento para apanhar um autocarro que nos deixou junto do City Hall para fazer o hop on-hop off. Só que, esse, só se faz no Verão e o que nos ofereciam, em autocarro fechado, não nos agradou. Contornámos o edifício da Câmara, em direcção ao porto.
Na parede lateral do City Hall, a homenagem a Fridtjof Nansen,
explorador polar e político que criou o "Passaporte Nansen" para os refugiados e prémio Nobel da Paz em 1922.
Passámos junto do Nobel Peace Center
em direcção ao castelo, Akershus Fortress.
O castelo medieval foi transformado em fortaleza em 1592 e reconstruído como castelo renascentista em 1637-1648. Do cimo da muralha tem-se uma boa visão do Aker Brygge, as docas.
Seguimos à procura da Opera House
que está rodeada por obras, tendo dificuldade em encontrar "aquela" foto em que o edifício aparece como um bloco de gelo a sair da água.

Pelo caminho, as ruas desertas.
É cedo, é sábado e os noruegueses ainda estão a dormir.
Por dentro, o edifício da ópera também é muito interessante.
Preparava-se um espectáculo e as pessoas, muito bem vestidas, almoçavam. Para nós, era muito cedo e, por isso, tomámos, apenas, um café.
À saída, procurámos um táxi para cinco e encontrámos um marroquino que aqui vive há 25 anos e acertámos o preço para nos levar, amanhã, ao aeroporto (1.100 coroas). Deixou-nos no Vigeland Sculpture Park, no Parque Frogher.
É o parque com mais esculturas de um mesmo autor, Gustav Vigeland. A estrutura arquitectónica do parque também foi concebida por Vigeland. Os portões são em ferro forjado, da sua autoria.

Entrando pelo portão principal, temos uma grande alameda com a ponte
sobre o rio gelado com um conjunto de esculturas simbolizando cenas da vida, do dia-a-dia de pais brincando com crianças
e jogos de amor.

O largo da fonte
que sugere que da morte renasce a vida: crianças e esqueletos nos braços de árvores gigantes. Subindo, chegamos ao planalto do monolito,
um obelisco de 14,12 m, com 121 figuras humanas abraçadas,
em busca da salvação. À volta, como de um totem protector, 36 grupos de figuras sob a sua protecção.
Ao fundo, a roda da vida
que é como uma coroa de flores, representando 4 pessoas e uma criança flutuando em harmonia, símbolo da eternidade.
Com grande dificuldade em caminhar, procurando não cair nos caminhos gelados, admirámos as extraordinárias esculturas.
De eléctrico, fomos almoçar ao "Albertine",
um pub castiço nas docas (Aker Brygge)
onde uma multidão aproveita o solzinho. A luz convidava a mais fotos. O Nobel Peace Center, do arquitecto David Adjaye, antiga Railway Station (18779, abriu em 2005 pelo rei Harald, numa cerimónia assistida pelas famílias reais da Noruega e da Suécia e pelo laureado com o Prémio Nobel da Paz Wangari Maathai. O Prémio Nobel da Paz é entregue a 10 de Dezembro, dia da morte de Alfred Nobel.
O City Hall
também se evidenciava, não só pela volumetria, mas também pelo pormenor de várias esculturas.
Passámos no Oslo Konserthus
com um interessante conjunto de esculturas.
Dirigimo-nos ao Palácio Real
que está em obras, mas deu para fazer um passeiozinho à volta. A estátua equestre,
em frente, proporcionou belas silhuetas com o sol já baixo (são 17 horas), por trás. O branco do relvado, o castanho das árvores e as silhuetas,
são um espectáculo diferente para nós.
Descendo a grande avenida, encontramos o National Theater, à direita.

É um edifício do séc.XIX que abriu portas em 1899. As estátuas de Henrik Ibsen e Bjornstjerne Bjornson estão na frontaria.

No parque de patinagem, as crianças brincam.


O Parlamento (Stortinget),
em frente ao "Grand Hotel", é um belo edifício do séc.XIX, na Praça Storting, projectado por Victor Langlet.
O Grand Hotel
é, também, um edifício muito interessante, de 1874, onde se hospedaram pessoas ilustres como Ibsen e onde são instalados os laureados do Prémio Nobel da Paz. A Suzana fez questão de oferecer um café no "Grand Café", e entrámos. Dentro tem alguns murais muito bons.
Num dos bares do nosso hotel, fomos presenteados, pelo pianista, com o "Avril au Portugal". Batemos palmas e ele disse "Obrigado".
O jantar foi mesmo em frente (está um frio de rachar...), no "New Orleans", em ambiente de pub,
com comida com tempero cajun. Comi salmão, na Noruega pela primeira vez, muito bem apimentado (como temperam os cajuns).

Na manhã seguinte, às 9.45h, já estávamos dentro do barco para fazer o mini-cruzeiro (175 coroas/pessoa), no Oslofjord, bem em frente ao City Hall.
Deveria ser no veleiro,
mas as águas estavam geladas e o veleiro não tem quebra-gelo.
Quando começámos a afastar-nos, ficou bem à vista o Nobel Peace Center,
o bonito edifício creme com janelas góticas e o castanho e volumoso Oslo City Hall,
com as duas torres, uma delas com o relógio.
Fomo-nos afastando, com o cais ao fundo e o Akershus Fortress a reflectir-se na água.
À frente, o Royal Yacht,
um grande iate branco. Também se vêem os ferries para a Dinamarca, que fazem a viagem diariamente para Copenhaga.
O edifício grande, rosa, com telhados em chapéu, de cor cinza, é o Harbour Storage Center,
de 1916, o primeiro edifício em concreto construído na Noruega.
A primeira paragem foi na Opera House.
Começamos por vê-la ao longe, a sair da água. Depois, foi muito fotografada.
Ao longe, a Hovedoya island com ruínas de um mosteiro cistercense de 1147. Várias ilhas com pequenas vivendas, no meio da vegetação.
Na Bygdoy Museum island
encontram-se vários museus e aí parámos, deixando sair todos os passageiros. De 1894 a 1974, foram construídos os museus, nomeadamente o "Viking Ship Museum" e o "Holocaust Center".
Dando a volta, o barco navegou na pequena baía, com casas espectaculares,
de gente rica e o Oscashall, de 1852, que é o Palácio Real de Verão,
um edifício estilizado, creme, com sacadas e janelas trabalhadas e uma bonita torre.
Quando nos aproximamos, de novo, da cidade, vê-se o Aker Brygge Shipyard,
de 1854, com as suas lojas e restaurantes de 1985.
Foi cerca de hora e meia bem aproveitada.
Regressámos a pé até ao hotel e, ao meio-dia, já tínhamos o nosso condutor à porta. Muito simpático, perguntou-nos se queríamos ter uma vista geral da cidade e levou-nos ao "Ekeberg restaurant", para termos uma panorâmica da cidade e fazer as despedidas de Oslo.


E voámos para Lisboa, onde chegámos 3.45h depois.